Na noite desta terça-feira (22), a Assembléia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), realizou a votação da trégua olímpica para os jogos olímpicos que acontecerão em 2024, em Paris.

Dos países presentes, 118 votaram a favor e nenhum votou contrário a causa, no entanto, houve duas abstenções, sendo uma a rebelia e outra por apoio.

Jogos Olímpicos trégua olímpica
Foto: Reprodução

O que é trégua olímpica?

A trégua olímpica que também é conhecida como “ékecheiria“, trata-se de uma tradição histórica do século IX a.C. que consistia em um acordo para finalizar os ataques durante os Jogos Olímpicos na Grécia Antiga.

Na época, as cidades-estado gregas concordavam em interromper conflitos armados e assim, permitir a participação dos atletas na competição.

Diferentemente do que acontece hoje, a votação não ocorria da mesma maneira que as eleições modernas. Em vez disso, o acordo era geralmente alcançado através de negociações e acordos diplomáticos entre as cidades-estado gregas. As autoridades religiosas e os líderes políticos discutiam e concordavam com a trégua como parte do compromisso de respeitar a competição.

A violação dessa trégua poderia resultar em desaprovação divina e consequências negativas para a reputação de suas comunidades.

Esse período de paz é anunciado meses antes do início dos jogos e seguia após o término das disputas. A trégua olímpica tem imensa importância cultural e esportiva nos Jogos Olímpicos na antiguidade grega.

Jogos Olímpicos vai paralisar duas guerras

Nas últimas décadas, a trégua olímpica nunca se deparou com duas guerra ao mesmo tempo, que no caso a da Ucrânia e de Gaza. Dessa forma, o acordo tem suma importância e também grande responsabilidade.

A guerra que vem se estendendo desde o dia 7 de outubro, quando terroristas do Hamas invadiram Israel e mataram vários civis. Em contrapartida, os israelenses iniciaram uma ofensiva militar na Faixa de Gaza com bombardeios aéreos e em seguida, optaram pela retaliação terrestre com uso de tanques e o exército.

Jogos Olímpicos podem paralisar a guerra da Ucrânia e Gaza
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Já a guerra da Ucrânia vem desde 2014, porém se agravou no ano passado, quando o governo russo invadiu o território ucraniano como se fosse uma “Operação Militar Especial na Ucrânia”. Mesmo sem tanta repercussão midiática, a invasão militar gerou várias consequências como crise alimentar global, aumento no preço dos combustíveis e inflação.

E ois dois conflitos serão o alvo principal dessa trégua olímpica.

Abstenção da Rússia

Durante o encontro, a guerra da Ucrânia se tornou um assunto presente no debate, mas a deputada da Rússia, Maria Zabolotskaya se posicionou de forma surpreendente e explicou sua postura. Lembrando que o país sempre apoiou a trégua olímpica.

De acordo com a representante russa, a decisão de se abster da votação é uma rebelia por protesto pela a exclusão ilegal da Rússia e consequentemente atletas de competições esportivas internacionais.

Discordando da afirmação da deputada, o presidente do COI, Thomas Bach , tomou a palavra e teve uma fala dura, respondendo a acusação de Wladimir Putin que disse que a exclusão do país dos jogos olímpicos seria preconceito.

Nos Jogos Olímpicos não há Sul Global nem Norte Global, somos todos iguais (e) devemos ser politicamente neutra e rejeita toda discriminação” .