Antes de ser campeão dos pesados, Jon Jones já era uma lenda viva do MMA e teve sua humanidade exposta em uma guerra histórica contra o sueco Alexander Gustafsson. No UFC 165, o ‘imbatível’ Jones conheceu o sofrimento. E saiu transformado.

Em uma luta que muitos consideram a luta mais difícil da carreira de Bones, apesar do americano já ter eleito um brasileiro neste posto, Gustafsson, mesmo com a derrota, fez o GOAT suar e se contorcer de dor em uma cama.

A primeira lição que Jon Jones aprendeu na luta com Gustafsson: nunca subestime ninguém

Em 2013, Jon Jones reinava absoluto na categoria meio-pesado. Cinco defesas de cinturão, vitórias sobre ex-campeões e uma confiança quase arrogante em sua superioridade.

O adversário da vez? Um sueco alto, técnico e em ascensão: Alexander Gustafsson. Em entrevista ao “Deepcut com VicBlends”, Jones revelou os bastidores da luta:

Eu olhava pro Gustafsson como uma versão branca de mim. Ele era confiante, tinha meu alcance, boa movimentação, boxe afiado… Mas eu achava: ele não é eu.

A confiança beirava o descuido. Jones admite que treinou forte, mas também curtiu a vida demais antes da luta. Entrou no octógono achando que seria só mais uma defesa de cinturão. E foi aí que tudo mudou.

O dia em que Jon Jones virou humano

A luta foi histórica. Cinco rounds de guerra. Troca franca, resistência, sangue. Pela primeira vez, o mundo viu Jon Jones apanhar. E resistir. Gustafsson dominava com jabs baixos, confiança e inteligência. Jones, acuado, teve que buscar forças que nem sabia que tinha.

Ele me forçou a encontrar uma tenacidade e uma garra que eu não sabia que existiam em mim.

O combate entrou para o Hall da Fama do UFC como uma das maiores batalhas de todos os tempos. Mas, para Jones, o impacto foi muito além dos holofotes.

Dor, morfina e o choro da mãe de Jon Jones

Foi a primeira vez que vi minha mãe chorando sobre a minha cama nos bastidores. Eu estava em choque, com os lábios inchados, tremendo de morfina. Não conseguia falar, comer, nem ir ao banheiro sozinho.

A cena foi um divisor de águas. Naquele leito improvisado, Jon Jones aprendeu que nenhum cinturão vale a arrogância. Cada adversário deve ser respeitado como se fosse o mais perigoso. E que a preparação não permite distrações, nem excesso de confiança.

Depois do susto, a lenda

Desde então, Jones venceu nove lutas de título, incluindo a revanche contra Gustafsson no UFC 232 — dessa vez, dominando com autoridade. Subiu para os pesos-pesados, conquistou o cinturão e hoje é campeão da categoria mais temida do MMA.

Aquela luta me ensinou que sempre vai ter alguém na nossa cola. A preparação precisa ser levada a sério — sempre.

Jon Jones pode estar perto da aposentadoria, mas a lição deixada pelo UFC 165 segue ecoando: os maiores campeões não são os que nunca caem, mas os que voltam mais fortes depois de quase perder tudo. Soa quase Rocky Balboa, não?

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Eric Filardi Content Coordinator

Coordenador do Esportelândia desde 2021, é jornalista pós-graduado em Jornalismo Esportivo. Autor do livro “Os Mestres do Espetáculo”, que está na biblioteca do Museu do Futebol de São Paulo. Passou por Jovem Pan, Futebol na Veia e PL Brasil.