A Seleção Brasileira de vôlei chegou ao Mundial em busca de mais um título, mas, apesar da empolgação inicial com duas vitórias, a derrota por 3 x 0 para a Sérvia foi a causa de um vexame histórico.

Em entrevista exclusiva ao Esportelândia, o bicampeão olímpico Giovane Gávio fez uma análise sincera sobre o momento do time comandado por Bernardinho.

Para o ex-ponteiro, a equipe tem talento de sobra, mas carece de um perfil específico que foi decisivo em gerações passadas. Ele cita características próprias, além de Giba e Dante, como uma ausência sentida no grupo atual.

O olhar de Giovane Gávio sobre a Seleção Brasileira de Bernardinho

O bicampeão olímpico apontou que a Seleção sente falta de jogadores que imprimam velocidade no ataque pelas pontas.

A gente não tem hoje um atleta com as características minhas ou do Giba — aquele que ataca bola muito rápida.

Eu, o Giba e o Dante, por exemplo, atacávamos bolas muito rápidas. Isso talvez seja algo que estamos precisando.

Para ele, a evolução física do vôlei mundial aumenta ainda mais a necessidade desse tipo de atleta.

Os jogadores estão cada vez maiores, mais fortes, a bola é mais pesada. Se a gente tivesse alguém jogando bola rápida, seria um caminho interessante. Mas é um bom desafio pela frente.

O potencial da nova geração

Giovane valorizou a geração atual e acredita que os jovens terão espaço para mostrar o talento sob o comando de Bernardinho.

É uma geração vencedora. O importante é que esses jovens agora terão chance de jogar e mostrar o talento deles. E em quem se espelhar eles têm de sobra. De todos os tipos e gostos.

O ex-jogador, que fez história com a camisa da Seleção, vê o momento como uma oportunidade de amadurecimento coletivo.

O processo é natural. O importante é que exista paciência e continuidade no trabalho para que esses atletas se consolidem.

Quem é Giovane Gávio?

Ídolo da geração de ouro do vôlei brasileiro, Giovane Farinazzo Gávio nasceu em Juiz de Fora, em 1970, e disputou mais de 400 partidas pela Seleção.

Ele foi campeão olímpico em Barcelona 1992 e Atenas 2004, além de conquistar títulos mundiais, da Liga Mundial, Copa do Mundo e Sul-Americanos.

Após encerrar a carreira como jogador, tornou-se treinador de destaque, comandando clubes como SESI-SP e SESC-RJ, conquistando títulos nacionais e estaduais. Em 2021, entrou para o Hall da Fama do Voleibol.

Qual é a peça que Giovane acredita faltar na Seleção Brasileira?

Segundo o bicampeão olímpico, falta um ponteiro com ataque rápido, característica marcante de gerações passadas com ele, Giba e Dante.

O que Giovane pensa da nova geração da Seleção?

Ele acredita que a equipe atual é talentosa e vencedora, mas precisa de tempo e paciência para se consolidar entre as principais potências do vôlei mundial.

Quais foram as maiores conquistas de Giovane Gávio?

Como jogador, conquistou dois ouros olímpicos, um Mundial, quatro Ligas Mundiais e diversos títulos internacionais. Como técnico, venceu a Superliga com o SESI-SP e campeonato estadual e a Superliga B com o SESC-RJ. Atualmente está aposentado como jogador e técnico.

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Eric Filardi Content Coordinator

Coordenador do Esportelândia desde 2021, é jornalista pós-graduado em Jornalismo Esportivo. Autor do livro “Os Mestres do Espetáculo”, que está na biblioteca do Museu do Futebol de São Paulo. Passou por Jovem Pan, Futebol na Veia e PL Brasil.