Eles não precisaram de palavras para conquistar o mundo. Ramon Dino, o “Dinossauro do Acre”, e Alex Poatan, o “Mãos de Pedra” do UFC, transformaram humildade e superação em linguagem universal; provando que carisma, caráter e talento são um idioma muito mais popular que o inglês.
Esses dois gigantes brasileiros ultrapassaram fronteiras com gestos, olhares e histórias de vida. Um, vindo do Acre, levantando medalhas e troféus no Mr. Olympia. O outro, de São Bernardo, de ascendência indígena, nocauteando campeões no UFC. O segredo? Uma força emocional que o mundo entende, mesmo sem tradução.
Vamos te contar a trajetória dessa dupla que conquistou o mundo por meio de apresentações lendárias nos Estados Unidos e, com poucas palavras e raramente uma delas em inglês, viraram fenômenos globais.
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Alex Poatan e Ramon Dino mostram a força invisível do Brasil por trás do sotaque
Quando o vice-presidente da NPC e IFBB, Tyler Manion, foi questionado pelo Esportelândia sobre o sucesso de Ramon Dino e Alex Poatan nos EUA e no mundo, mesmo sem falar inglês, ele não hesitou:
Acredito que seja a personalidade deles. Muitos atletas brasileiros são muito humildes, simpáticos e de bom caráter. Essa combinação — humildade, carisma e talento — junto com apresentações de alto nível é o que faz com que sejam tão populares no mundo inteiro.
E ele está certo. O Brasil exporta campeões com histórias que o mundo quer ouvir; ou, no caso, sentir. O fisiculturista Gabriel Ganley, em participação no Flow Podcast, explicou perfeitamente o sentimento do povo brasileiro em relação a Ramon e Poatan:
Acho que eles são muito a personificação do povo brasileiro e foi no mesmo final de semana. Poatan era da borrocharia, trampava, teve o alcoolismo… Ramon comia arroz com ovo, do Acre. Todo brasileiro se sente representado. Então, não tem como não gostar. Todo mundo se emocionou. Todo mundo!
A ascensão de Ramon Dino, o “Dinossauro do Acre”: superando a pobreza
Ramon Dino começou como qualquer garoto curioso do interior: malhando no Horto Florestal de Rio Branco, sem recursos, mas com um sonho desproporcional ao tamanho da cidade. Aos 14 anos, usava barras enferrujadas e o próprio peso corporal para treinar.
Eu só queria mudar de vida. E se não dava pra sonhar alto, eu ia sonhar grande mesmo assim.
Com o apoio de amigos e o incentivo do professor Márcio Garcia, Ramon começou a competir. Em 2018, venceu o Mr. Olympia Brasil e conquistou o sonhado Pro Card.
Mas a consagração veio em 2025, quando se tornou o primeiro brasileiro campeão do Mr. Olympia Classic Physique, feito histórico.
Mais do que músculos, o que conquistou o público foi a sua simplicidade. Ramon não precisou falar inglês. Bastava sorrir e levantar o troféu com a bandeira do Brasil nas mãos.
Superação de álcool e vida humilde de borracheiro: a jornada de Alex Poatan
Enquanto Ramon erguia troféus, Alex Poatan erguia o Brasil no octógono. Ex-borracheiro e alcoólatra, e hoje bicampeão do UFC em duas categorias e almejando o inédito terceiro título, ele é o retrato da superação pura.
Crescido em uma favela de São Bernardo do Campo, Alex largou os estudos para trabalhar. O vício quase destruiu tudo, até que o kickboxing apareceu e, com ele, um novo propósito.
Com o tempo, a esquerda devastadora virou marca registrada. “Poatan”, que significa “mãos de pedra” em Tupi, não é só apelido: é identidade.
Mesmo com poucas palavras e sotaque pesado, ele conquistou o público americano com gestos firmes e uma presença quase mística. Dana White, presidente do UFC, já se rendeu ao seu carisma:
Esse cara tem sido absolutamente incrível para nós. Ele não se importa, quer lutar contra todo mundo. Agora quer subir para os pesos-pesados. É um sonho tê-lo nessa organização.
O silêncio que fala mais alto
O que une Ramon Dino e Alex Poatan é algo raro: uma autenticidade sem filtro. Nenhum dos dois tenta parecer o que não é. E isso, em um mundo saturado por autopromoção, é o que cativa.
Em exclusiva ao Esportelândia, Fernando Sardinha, ícone brasileiro do fisiculturismo dos anos 1990, explicou o motivo dessa dupla ser aclamada.
Quando você conta as suas dores para as pessoas e alguém fala que sente a mesma dor, te conforta. O Ramon Dino saindo do Acre, superando a pobreza extrema, o Poatan superando o álcool, são histórias que conectam com o povo. O Brasil sente essa dor. Eles vencerem dá o sentimento de que nós é que vencemos.
O sucesso deles é, em parte, um reflexo do público brasileiro, que vibra com a vitória de quem saiu do nada.
A energia que atravessa o idioma
Mesmo sem falar inglês, Poatan virou ídolo global. Suas entrevistas curtas, muitas vezes limitadas a uma palavra: “Chama”, viraram meme e marca. Já Ramon, mais introspectivo, conquista pelo olhar calmo e sorriso tímido.
Ambos provaram que o idioma é secundário quando há verdade. Nos bastidores, suas atitudes ecoam mais que discursos: gentileza, humildade e foco total no trabalho.
Empresários e treinadores estrangeiros relatam que o “jeito brasileiro” desses atletas: espontâneo, respeitoso e emocional, cria conexão imediata com o público.
Os novos símbolos de superação nacional
Alex Poatan levou o cinturão para a aldeia Pataxó e criou o Instituto Poatan, oferecendo aulas gratuitas de luta, inglês e informática para crianças carentes.
Por outro lado, Ramon Dino ainda não ganha rios de dinheiro como Alex Pereira, já que os esportes estão em diferentes patamares de popularidade e status financeiro.
Mesmo assim, o “Dinossauro do Acre” inspira jovens do Brasil inteiro a acreditarem que um corpo forte pode nascer de uma alma persistente.
Ambos se tornaram mais do que atletas: são símbolos culturais. O público internacional enxerga neles algo raro: a força de quem venceu a vida antes de vencer a luta.
Por que os atletas brasileiros conquistam o mundo mesmo sem falar inglês?
Porque falam o idioma da emoção e do talento. O sorriso, o olhar e a história de superação são universais. No esporte, a paixão é o tradutor perfeito.
O carisma e a humildade são o segredo?
Sim. Os atletas brasileiros têm algo que o público mundial admira: autenticidade. Quando sobem ao palco ou ao octógono, não representam só a si mesmos: representam milhões de pessoas que sonham junto.
O que Alex Poatan e Ramon Dino ensinam às novas gerações?
Que sucesso não depende do idioma, mas da entrega. Que não é preciso falar bonito para inspirar: basta viver com propósito. Que a dor pode ser combustível. E que o mundo respeita quem se supera em silêncio.
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