Antes de mais nada, neste sábado (26), acontece no Teatro Gamaro, na região da Mooca, Zona Leste de São Paulo-SP, o III Novice Open, evento bodybuilding organizado pela SPFF (São Paulo Fisiculturismo e Fitness), que tem como Diretor de Arbitragem Carlos Alexandre Canova, ou simplemente Ale Canova, que contou ao Esportelândia, com exclusividade, como começou no mundo da arbitragem do fisiculturismo.
Entrevista exclusiva com Ale Canova, árbitro de bodybuilding
De antemão, vale ressaltar que um sentimento de injustiça foi o que fez este “justiceiro” entrar para a arbitragem. Bem como, o amor também pode ter falado um pouco no peito do Cirurgião Dentista Pós-Graduado na Odontologia e professor universitário por 21 anos. A princípio, tudo começou quando ajudou sua esposa, Leisa Canova, a se preparar para competir no fisiculturismo.
Minha esposa era atleta das categorias fitness. Na época, tinha uma categoria chamada bodyfitness, que era uma categoria que erado (Ms.) Olympia, e tinha a nomenclatura de figure. Durante o processo de preparação dela, fui uma das pessoas que participou, junto com outras pessoas que eram super competentes. Assim, a gente se espelhou em uma atleta top do mundo na categoria figure, chamada Nicole Wilkins, que seria o espelho dela na IFBB (International Federation of Fitness and Bodybuilding).
A saber, mesmo com um shape incrível e uma ótima preparação, Leisa não se classificou nesta competição da IFBB. Entretanto, segundo Ale Canova, na teoria, Leisa estava muito acima do que seria o ideal para a categoria.
O ato justiceiro que o levou a arbitragem
Então, Ale foi conversar com os árbitros para entender o motivo de sua não classificação, alegando que tinha alguma coisa errada nas arbitragem, pois puxaram a top do mundo na categoria como referência e, mesmo assim, não se classificou.
De fato, admitiram que Leisa Canova estava fora de categoria. Obviamente, Ale rebateu, enfatizando ter algo de errado na categoria bodyfitness, que se espelha na figure, afirmando que não havia um padrão na categoria. Então, mais uma vez, Canova estava certo, sendo respondido: “realmente, o padrao é diferente”.
Dessa forma, Ale ficou incrédulo e finalizou: “O padrão vocês criam aqui e os eles ficam meio perdidos”. Logo, entendeu que quem era da IFBB, sabia qual era esse padrão e seguia isso. Por outro lado, quem não era da turma da IFBB, ficava perdido. Contudo, nem tudo foi ruim naquele dis, afinal, a arbitragem viu potencial em Ale Canova:
Viram que eu tinha uma noção de arbitragem e como participei de vários campeonatos e sempre acertava as colocações, eles falaram para mim: ‘Vai ter um curso de arbitragem, você não quer participar?'. Inclusive, eu tinha um grande amigo que era árbitro na IFBB que falou: ‘Ale, você tem potencial, se inscreve para fazer o curso de arbitragem'.
A discussão que levou a uma indicação para o curso de arbitragem
Ainda assim, Ale Canova ficou um pouco pensativo sobre a nova profissão a ser conciliada, afinal, não era da área de Educação Física, é dentista. Porém, como dentista, tinha uma leitura diferenciada em relação a simetria e proporções.
Então, por ser da área da saúde, conhecia bem fisiologia e anatomia, o que poderia ajuda na avaliação dos atletas. Mas foi com o incentivo e parceria da esposa que decidiu, enfim, entra para a arbitragem bodybuilding.
Minha esposa ainda participou de outro campeonato e acabou ficando em 5º lugar, uma boa posição levando em conta o nível das atletas. Mas, após este evento, ela decidiu aposentar-se da carreira de atleta e se tornar árbitra.
Ademais, juntos, fizeram a prova teórica e prática, que é bastante rigorosa para se passar. Mas, por força do destino e feedback dos árbitros mais experientes, passaram na prova de primeira.
Nós fizemos a prova teoria e prática, que é muito difícil de passar, e, claro, com alguns erros que cometemos e pegando feedback dos árbitros mais experientes, como falei, tinha um grande amigo lá dentro que me dava uns toques em relação ao que eu tinha que corrigir, nós passamos de primeira na prova. Então, isso deu para nós uma valorização muito grande. E foi assim que entramos no mundo da arbitragem do bodybuilding.
A saber, apesar do curso de arbitragem, é comum os cursos de reciclagem, um exigência de Ale consigo mesmo e seus árbitros. Ainda mais, afirmou que um bom árbitro precisa ser um exímio conhecedor de regras e padrões.
Por fim, Ale Canova e Leisa Canova estarão presente no III Novice Open neste sábado (26), a partir das 9h (horário de Brasília), na avaliação dos atletas do evento, que tem cobertura do Esportelândia.
Foto destaque: Divulgação / Arquivo Pessoal