Poucos nomes no vôlei brasileiro carregam tantas histórias quanto Gabi Guimarães. Mas o que poucos sabem é que, ainda adolescente, ela viveu um momento inédito com Bernardinho — algo jamais visto na história do esporte.

Quem contou este bastidor foi o primeiro técnico de Gabriela Guimarães no vôlei: Delicélio Rodrigues, treinador do Mackenzie na época (hoje no Olympico), que enfrentou o time de Bernardo Rezende nas categorias de base e viu ao vivo a atitude do técnico da Seleção masculina com Gabi.

Bernardinho e o gesto que mudou a carreira de Gabi Guimarães

Em entrevista exclusiva ao Esportelândia, Delicélio Rodrigues, o primeiro treinador de Gabi, revelou os bastidores de uma cena inesquecível.

Uma situação que me marcou foi quando o Mackenzie jogou contra o time do Bernardinho. O Bernardinho ganhou o jogo, mas fez algo inédito: ele deu o “Viva Vôlei” para a Gabi. Isso nunca aconteceu na história do voleibol.

Naquele momento, Gabi tinha apenas 17 ou 18 anos e sequer era titular. Em menos de um mês, já ocupava uma posição entre as melhores em quadra de sua equipe e, em pouco tempo, seria contratada por Bernardinho.

O salto em 10 meses: de promessa a fenômeno

Delicélio relembra como o crescimento da ponteira foi meteórico dentro do clube. Apesar de o Mackenzie ter uma excelente estrutura, o técnico afirma que um fenômeno como Gabi Guimarães não há como prever.

No início, ela não era titular, era apenas mais uma jogadora. Após uns seis meses, já estava como titular da sua faixa etária. Mas em outubro, uns 10 meses depois, percebi que essa menina estava muito bem, se destacando muito, e indiquei para o time de cima.

A primeira convocação para compor o time adulto veio quase como surpresa.

Ela foi lá com a intenção de ser apenas reserva, mas, no final, virou titular e nunca mais saiu do time. A partir daí, no mês seguinte, já estava na seleção de Minas Gerais. Foi quando deu para perceber que ela realmente tinha algo extraordinário. As portas se abriram muito rapidamente para ela.

 

Disciplina, equilíbrio e ascensão precoce

Se no começo a jovem parecia apenas mais uma atleta promissora, o tempo revelou algo raro. Em apenas 10 meses Gabi Guimarães saiu de desconhecida para um fenômeno.

No início, não dava para perceber esse foco e disciplina exemplar. Mas à medida que as exigências aumentavam, as qualidades dela apareciam: tranquilidade, equilíbrio, boa alimentação, vida sem excessos.

O impacto foi tão grande que, antes de completar 18 anos, Gabi já estava competindo de igual para igual com estrelas internacionais.

O duelo inesperado com Logan Tom no Sesc Flamengo

Um dos momentos mais simbólicos dessa ascensão foi quando Gabi chegou ao time comandado por Bernardinho.

Ninguém imaginava que, tão nova, fosse se tornar titular. Se não me engano, a Logan Tom, que veio dos Estados Unidos, seria a titular do time de Bernardinho. Mas a Gabi acabou sendo a titular.

A jovem superou expectativas, tomou espaço de uma estrela mundial e mostrou ao país que não era apenas promessa: era um fenômeno.

Ninguém consegue prever um fenômeno desse tamanho que Gabi Guimarães se tornou. Foi realmente um fenômeno muito grande.

Como Gabi Guimarães começou no vôlei?

Gabi iniciou em escolinhas particulares antes de entrar no Mackenzie, em Minas Gerais. Lá, seu talento rapidamente chamou atenção de Delicélio Rodrigues, técnico do time que a levou ao time profissional ainda na adolescência.

Quando Bernardinho apostou em Gabi Guimarães pela primeira vez?

Ainda como adversário, Bernardinho deu a ela o prêmio “Viva Vôlei” em uma partida, gesto inédito até então. Meses depois, a colocou como titular em seu time.

Qual foi o diferencial de Gabi Guimarães em relação às outras jovens?

Segundo Delicélio Rodrigues, além do talento, Gabi tinha disciplina, equilíbrio emocional e maturidade. Isso acelerou sua evolução e abriu portas rapidamente.

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Eric Filardi Content Coordinator

Coordenador do Esportelândia desde 2021, é jornalista pós-graduado em Jornalismo Esportivo. Autor do livro “Os Mestres do Espetáculo”, que está na biblioteca do Museu do Futebol de São Paulo. Passou por Jovem Pan, Futebol na Veia e PL Brasil.