O técnico Zé Roberto Guimarães é um dos principais nomes da história do vôlei nacional. No comando da Seleção Brasileira feminina desde 2003, o treinador conhece bem os problemas da modalidade no país.
Na visão de Zé Roberto, o Brasil tem uma falha grave e os times estão incluídos nesse pacote. O comandante acredita que a falta de trabalho nas categorias de base é o problema.
Tudo isso vem respigando na Seleção Brasileira, principalmente na questão da renovação de levantadoras, já que a equipe segue com as veteranas Macris e Roberta para uma das funções mais vitais do vôlei.
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Zé Roberto explica o maior problema do vôlei brasileiro
Em entrevista ao portal No Ataque, o técnico da Seleção foi sincero ao declarar que o maior problema do vôlei no Brasil é a ausência de bons trabalhos de base.
Falta de trabalho de base. Esse é o grande problema. Eu vejo times investindo na categoria adulta e pouco trabalho na base. Então, o que acontece quando você tem pouco trabalho na base? Você não tem quantidade.
É o que acontece de ruim no vôlei brasileiro há algum tempo. Sempre temos que abrir os olhos em relação a isso, porque falta material. Grandes times precisam ser grandes formadores.
Sem filtro, Zé Roberto tocou na ferida e falou sobre quando os clubes do Brasil não tinham obrigatoriedade de trabalhar a categoria de base.
Nós cometíamos um erro muito grande. Os grandes times do Brasil não tinham a obrigatoriedade de ter time de base. Osasco, Rio de Janeiro, eles não trabalhavam na base. Agora, o Sesc Flamengo tem base. Não era esse time de Osasco que tinha base, era o Bradesco.
Você tinha Barueri, trabalhando na base, botando grana no bolso, São Caetano, Pinheiros. Esses times trabalham muito bem na base, mas são poucos. O Minas tem base, mas poderia também trabalhar melhor.
Eu sei que o pessoal vai ficar bravo comigo, mas eu preciso dizer aquilo que eu penso. Eu não posso ficar… Você vê o Praia Clube, que agora voltou a ter base. Algumas jogadoras tinham vindo do Praia porque tinham acabado o trabalho de base lá. Tinham saído. Agora, o Praia voltou a formar.

A questão com as levantadoras na Seleção Brasileira
Apesar de estar em plena renovação na maioria das posições, a Seleção Brasileira vive um processo diferente para as levantadoras.
Roberta e Macris estão com 35 e 36 anos, respectivamente, e Zé Roberto não tem uma candidata óbvia para assumir o posto das veteranas. O técnico explicou um pouco mais sobre o problema.
A gente teve algumas coisas [atletas promissoras] que acabaram não acontecendo pelas opções de irem para clubes e ficarem no banco, sem jogar. Aí é difícil porque a levantadora precisa conseguir espaço para poder jogar, sobressair, melhorar, evoluir, perder, ganhar, mas viver aqueles momentos, treinar com bons treinadores.
E isso faz parte do processo delas. Mas algumas levantadoras escolheram ir para times grandes e ficaram no banco. E elas poderiam ter evoluído ao jogar em times menores. Ganhariam menos dinheiro, mas investiriam mais na carreira. É uma escolha.
Agora, a gente está sentindo um gap muito grande, porque não tem tantas levantadoras aparecendo aí. Porque essas levantadoras que a gente esperava que fossem aparecer acabaram escolhendo ficar no banco dos seus times e não jogaram. Eram jogadoras promissoras para o futuro.
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