As principais patrocinadoras do vôlei masculino do Minas Tênis Clube se posicionaram contra as falas de Maurício Souza. Desse modo, nesta terça-feira (26), as empresas pediram por ações do mineiros.
Primeiramente, a Fiat, em comunicado oficial, afirmou que repudia “toda e qualquer expressão de cunho homofóbico, considerando inaceitáveis as manifestações movidas por preconceitos, ímpeto desrespeitoso ou excludente”.
“A empresa pauta suas ações e relacionamentos com base em valores que considera inegociáveis, como o respeito à diversidade e à inclusão. Assim, a Fiat repudia qualquer tipo de declaração que promova ódio, exclusão ou diminuição de pessoa humana e espera que a instituição tome as medidas cabíveis e necessárias no espaço mais curto de tempo possível”, acrescentou.
Assim, a Gerdau também pediu que medidas fossem tomadas. Ademais, afirmou que seu compromisso com a inclusão e a diversidade é
“Um valor inegociável para a companhia. A empresa ressalta que decidiu patrocinar os times masculino e feminino do Minas também pelo poder de inclusão da modalidade, que inclui atletas que representam bem a diversidade brasileira”.
Aliada a isso, a Torcida Independente do Minas, anunciou que “irá ignorar o atleta Maurício Souza nas redes sociais, jogos e manifestações”. No entanto, ressaltou que o “apoio ao time, ao projeto e aos demais atletas permanecerá como sempre”.
Nota oficial e afastamento
Assim, pressionado, na tarde desta segunda-feira (25), o Minas, em nota oficial, disse respeitar a liberdade de expressão dos atletas, mas não aceitaria discursos “homofóbicos, racistas ou qualquer manifestação que fira a lei. A agremiação salienta que as opiniões do jogador não representam as crenças da instituição sócio desportiva. O Minas Tênis Clube pondera que já conversou com o atleta e tem o orientado internamente sobre o assunto.”
No entanto, segundo o GE, diante da repercussão, o clube decidiu por afastar o jogador por tempo indeterminado. Além disso, Maurício Souza será multado e terá que se retratar.
Entenda o caso
Em resumo, no início do mês, a DC Comics divulgou que o novo Superman, filho de Clark Kent, será bissexual nas próximas edições da HQ. Então, no dia 12 de outubro, o campeão olímpico compartilhou uma foto do anúncio criticando a editora na legenda.
“Ah é só um desenho, não é nada demais. Vai nessa que vai ver onde vamos parar”, escreveu, recebendo apoio de nomes como Sidão, Wallace e Theo.
Logo depois, em resposta, o ponteiro Douglas, também campeão olímpico e um dos destaques da Olimpíadas de Tóquio, que pertence a comunidade LGBTQIA+, postou a mesma imagem, mas comemorando a diversidade.
“Engraçado que eu não virei heterossexual vendo os super-heróis homens beijando mulheres. (…) Obrigado DC por pensar em representar todos nós e não só uma parte”.
Dessa maneira, o assunto agitou a internet e os fãs de vôlei. Assim, apesar das críticas, Maurício voltou a rede social para reforçar seu lado.
“Hoje em dia o certo é errado e o errado é certo… Não se depender de mim. Se tem que escolher um lado eu fico do lado que eu acho certo! Fico com minhas crenças, valores e ideias”.
Assim, nesta terça-feira, Douglas agradeceu o posicionamento dos patrocinadores. “Obrigado Fiat pelo posicionamento! Obrigado por entender que homofobia não é liberdade de expressão ou opinião. Esperamos mais novidades.” Já Maurício Souza ainda não se pronunciou.
Feliz pelas empresas se juntando contra e triste por atletas tentar passar o pano nisso. Vergonhoso.
— SOUZA (@DouglasCorreiaS) October 26, 2021
Foto: Divulgação / FIVB