A Seleção Brasileira de Bernardinho segue em processo de renovação. Com jovens assumindo protagonismo, o central Judson Nunes, considerado herdeiro de Gustavo Endres, analisou o momento do time e as seleções que chegam mais fortes ao Mundial.

Em entrevista exclusiva ao Esportelândia, o jogador destacou Itália e Polônia como potências consolidadas e colocou o Brasil entre os favoritos, mas ainda em busca de ajustes.

A visão de Judson Nunes – herdeiro de Gustavo Endres – sobre a Seleção Brasileira no Mundial

O central falou sobre o amadurecimento da equipe e a importância de dar tempo para os jovens adquirirem experiência. Segundo ele, o Brasil chega forte, tanto no Mundial quanto na próxima Olimpíada.

Acho que até a próxima Olimpíada a gente tem ótimos nomes e peças que podem crescer muito. Vejo o Brasil chegando forte. Talvez no ciclo passado, por ajustes e lesões, as peças não conseguiram adquirir a bagagem necessária para disputar de igual para igual.

Judson destacou a diferença entre jogar no cenário nacional e na Seleção. Para ele, a sequência e a prática constante é que vão dar “casca” para os mais jovens.

Não adianta achar que basta estar dentro da quadra. O nível é outro. É preciso tempo, entendimento e, principalmente, prática. Só assim é possível chegar preparado para o que a seleção exige.

Itália e Polônia como modelos de consistência

Segundo o central, a diferença entre as potências atuais e o Brasil está na continuidade de trabalho. Enquanto a Seleção Brasileira está se reconstruindo após a saída de alguns medalhões, as demais equipes mantiveram uma base.

As seleções que brigaram por medalhas na Olimpíada ou chegaram às finais dos últimos campeonatos mantêm a mesma base há muito tempo. No Brasil, por causa de lesões ou ausências, os mais jovens não conseguiram adquirir essa vivência.

Judson elogiou o modelo europeu de renovação constante. Bem como elogiou o trabalho feito no Brasil de voltar com a Seleção de Novos para dar rodagem aos atletas novatos.

A Polônia tem praticamente dois times prontos e outros jogadores esperando oportunidade, todos em alto nível. A Itália também faz isso muito bem. Agora o Brasil retomou esse trabalho de base, e isso é fundamental.

A motivação da nova geração brasileira

Para Judson, a nova geração tem um objetivo claro: recolocar o Brasil no topo. Isso se alinha ao discurso de Bernardinho que afirmou que os novatos querem ser respeitados.

O que posso afirmar é que todos querem muito buscar o seu espaço, representar bem a camisa da Seleção e recolocar o Brasil no lugar que merece: disputando títulos, no topo. Essa é a principal motivação.

O central acredita que o trabalho de base voltará a render frutos já no próximo ciclo olímpico.

Vejo Itália e Polônia como duas seleções muito fortes, junto com o Brasil, que tem totais condições de chegar grande na Olimpíada.

Quais são as principais seleções de vôlei masculino no Mundial?

Itália e Polônia são consideradas as mais fortes, seguidas de Brasil e França. Porém, Judson Nunes acabou não mencionando os franceses, que venceram a Seleção duas vezes antes do Mundial em amistosos preparatórios.

O Brasil é favorito ao título?

O Brasil entra entre os candidatos, mas ainda busca consolidar jovens talentos. A força do grupo e a tradição mantêm a Seleção como uma ameaça real. Inclusive, Bernardinho apontou que as demais equipes já olham os brasileiros com outros olhos em entrevista ao GE.

Estavam olhando o Brasil meio de lado (na reta final da VNL). Hoje, os olhos estão deste tamanho (arregalados) para o Brasil, o que torna o caminho mais complicado e o desafio maior.

Estão estudando, marcaram alguns jogadores na reta final da VNL. É natural. Antes estávamos de lado. Agora, “não podemos baixar a guarda porque os caras estão aí, estão chegando de alguma maneira”. Com certeza isso alertou o mundo.

Como está o trabalho de renovação da Seleção Brasileira?

O ciclo atual dá espaço para jovens, como Judson, Darlan, Lukas Bergmann e Honorato acumularem experiência. O processo de base foi retomado, visando consolidar uma nova geração competitiva até Los Angeles 2028.

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Eric Filardi Content Coordinator

Coordenador do Esportelândia desde 2021, é jornalista pós-graduado em Jornalismo Esportivo. Autor do livro “Os Mestres do Espetáculo”, que está na biblioteca do Museu do Futebol de São Paulo. Passou por Jovem Pan, Futebol na Veia e PL Brasil.