O jornalista especializado em vôlei Bruno Voloch não poupou críticas à atual gestão da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) e ao técnico Bernardinho, após a eliminação precoce da Seleção Brasileira masculina na primeira fase do Mundial.
Em tom contundente, Voloch afirmou que a crise no vôlei nacional vai muito além de um resultado ruim — e que há uma “estrutura podre” sustentando o fracasso.
Se a CBV fosse séria, o Bernardinho não era mais o técnico, o Radamés [Lattari] não era mais presidente, e a maioria dos técnicos das categorias de base já teria dançado.
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Voloch detona Seleção de Bernardinho: “Foi vergonhoso. Medíocre a participação do Brasil”
Voloch classificou a eliminação como um dos momentos mais frustrantes da história recente do esporte brasileiro. O Brasil terminou em terceiro lugar no grupo com China, República Tcheca e Sérvia, e ficou fora da próxima fase.
Não dá para subestimar a incompetência. É difícil. Mas esse foi um dos resultados mais frustrantes que eu já acompanhei no esporte. E olha que eu já tô nessa estrada há bastante tempo.
Mesmo reconhecendo a dor pessoal vivida por Bernardinho, que perdeu a mãe durante a competição, Voloch separou o aspecto humano do técnico do desempenho esportivo.
Com todo respeito ao Bernardinho — meus sentimentos pela perda da mãe dele, mas é preciso separar as coisas. O Brasil não foi eliminado por causa disso. O Brasil precisava ganhar um set. Um set! E perdeu justamente para a China no começo do campeonato, quando estava tudo normal.
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Para o jornalista, o problema está nas decisões equivocadas do técnico.
Fez péssimas escolhas, alterações descabidas. Honorato e Lukas Bergmann eram titulares da VNL. De repente, viraram banco para o Artur Bento e o Lucarelli, que está mal fisicamente.
Daniel Seabra também cobrou mais ousadia de Bernardinho, segundo o comentarista, essa era uma das principais qualidades do comandante.
Não tem variação, não tenta nada. O Bernardinho de antes era ousado. Hoje? Nada. Tinha que colocar o Brasília, tirar o Cachopa… tentar algo novo! O Cachopa tava completamente marcado. Mas não. Deixou rolar do jeito que tava.
Para Voloch, a era Bernardinho chegou ao fim.
Com todo respeito a uma carreira brilhante, irretocável, mas tudo passa. Hoje, ele não serve mais para ser o técnico da seleção. Ponto.
“Tudo errado. A CBV trata o vôlei como algo intocável”
A crítica ainda vai além, na visão de Voloch, o problema é estrutural e passa pela própria forma como a CBV conduz o esporte.
Se a CBV fosse uma entidade séria, o que aconteceria agora? Obviamente, o Radamés estaria na corda bamba. O Bernardinho cairia — não só por esse episódio, mas por desempenho.
Aconteceria uma revolução, como já vimos no futebol. No futebol, o presidente caiu, trocamos de treinador várias vezes até chegar o Ancelotti. No vôlei, não. Parece tudo intocável.
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