Deivid Silva, natural de Guarujá (SP), contou sua trajetória, suas experiências e seus objetivos durante entrevista ao podcast Let’s Surf. Desde criança, Deivid foi inserido no mundo de campeonatos de surf por seu pai Cleyton Silva também conhecido por Nenê, ex-competidor de eventos pelo litoral paulista.
Introduzido pela cultura de seus pais, Deivid começou a surfar muito cedo e, aos 12 anos, conquistou o campeonato paulista amador, trazendo novas aspirações a sua carreira profissional.
“Comecei competir com 5 anos em campeonatos amadores, sempre acostumado ao pódio acompanhando meu pai, e isso serviu como motivação para que eu tivesse mais vontade ainda de surfar”, destaca o surfista.
Carreira profissional de Deivid Silva
Durante seis anos, o surfista batalhou pesado no QS (Qualifying Series) em busca de sua vaga para o CT (Championship Tour), que é a elite do surf mundial. Com conquistas relevantes, como o QS 10.000 de Ballito, na África do Sul, e um segundo lugar memorável em Barra de la Cruz, no México, Deivid finalmente se consolidou entre os tops, ao alcançar sua vaga em 2019 para a maior divisão do surf.
“Demorei seis anos para entrar no CT, porém tudo tem um processo, e hoje devemos entender que esse passo a passo é necessário. Tem surfistas que buscam durante a vida, outros conseguem no primeiro ano, como o Filipinho, o Medina. E isso é bom, para te calejar, para você crescer, e quando estiver realmente no CT, você estará mais maduro”, complementa.
Em 2018, durante o Hawaian Pro, em Haleiwa, Havaí, o brasileiro precisava alcançar uma semifinal. Com o quarto lugar no evento, o surfista finalmente havia concluído seu objetivo. Distribuindo manobras mortais, Deivid alcançou a pontuação de 19.000 pontos e carimbou seu passaporte para o tour.
Expressando seus sentimentos, Deivid disse: “É muito gratificante ter a realização desse sonho, você se sente no caminho certo que tracejou desde as primeiras competições profissionais, e a conclusão desse ciclo é maravilhosa”.
O sonho de estar no tour
Destacando sobre os pontos existentes no tour, Deivid disse:
“Quando você passa para o tour, é necessário essa virada de chave. Você passa a competir mais, viajar mais, e se torna uma rotina bem mais cansativa, onde você acaba ficando muito tempo longe de casa, em aeroporto, e se torna um ano muito corrido. Porém, é extremamente gratificante, competir com pessoas que só vimos em filme, como o Kelly Slater, e compartilhar a água com ele, com outros ídolos, é sensacional”.
Já comentando sobre a qualidade dos atletas:
“Tem muita gente boa, a gente está falando dos 34 melhores do mundo, onde não posso só surfar, tenho que me dedicar mais, pelo altíssimo nível, e sempre buscando a maior pontuação possível, e isso se torna excelente, devido cada dia aprender mais”.
Depois do primeiro ano no CT, o surfista acabou sendo rebaixado para o QS novamente. Devido a problemas pessoais, o brasileiro afirma ter perdido um pouco do foco no surf:
“Quando minha filha nasceu, ela passou por 8 internações, e isso acaba tirando a concentração de qualquer pessoa em qualquer âmbito, portanto afetou meu foco no surf, mas hoje digo que minha maior vitória de 2022, foi ver ela bem e com saúde”.
Objetivos para a temporada que se iniciará
Falando sobre as metas para 2023, Deivid destaca o que mais busca esse ano:
“A minha maior vontade é a volta para o tour, reparar os erros que cometi, escolhas erradas de onda, pranchas que quebraram, até mesmo a sorte de não ter caído num dia bom, onde as ondas não vieram. E hoje, com essa experiência maior, a principal meta é reconquistar essa vaga”.
Foto destaque: Divulgação/Deivid Silva