Os protestos contra o racismo no mundo se intensifiaram após o assassinato de George Floyd, em 2020. Diante da gravidade do cenário e da urgência da luta contra o preconceito racial, o mundo do esporte não poderia ficar alheio a isso.

Não é à toa que jogadores da liga NFL sempre se destacaram por suas formas de resistência. Afinal, o racismo também é enfrentado diariamente dentro dos campos e isso não é de hoje.

A seguir, você conhecerá como os jogadores da NFL têm trabalhado na linha de frente contra o racismo.

Colin Kaepernick

Colin Kaepernick era quarterback do San Francisco 49ers. Em uma pré-temporada de 2016, o jogador ajoelhou-se durante o hino nacional e se recusou a cantá-lo. “Não vou me levantar e mostrar orgulho pela bandeira de um país que oprime o povo negro e as pessoas de cor”, disse ele após a partida.

Aos poucos, a atitude de Colin Kaepernick inspirou outros jogadores, que também se ajoelharam durante o hino. Outras ligas, como os astros da NBA, Stephen Curry e Carmelo Anthony também começaram a adotar essa forma de protesto.

O então presidente Barack Obama, primeiro negro a se tornar presidente dos EUA, endossou o gesto. Naquela época, já havia a campanha “Black Lives Matter” (Vidas Negras Importam).

Olimpíadas de 1968

O ano de 1968 foi marcado por diversas lutas sociais no mundo todo. Além disso, os atletas Tommie Smith e John Carlos entraram para a história realizando um gesto de protesto nas Olimpíadas da Cidade do México.

Os americanos Tommie Smith e John Carlos, respectivamente medalha de ouro e bronze na prova dos 200 metros rasos, subiram no pódio olímpico e fizeram a saudação Black Power, com luvas negras, em protesto contra o racismo e a injustiça.

Smith estava de cachecol preto para simbolizar o orgulho negro, ergueu o punho direito. Carlos deixou sua jaqueta aberta para mostrar apoio à classe trabalhadora americana e ergueu o punho esquerdo.

Como jogadores lutam contra o racismo na NFL

A NFL criou a chamada “Rooney Rule”. Essa regra força todos os times da liga entrevistarem candidatos de minorias étnicas e conhecê-los, a admissão não é obrigatória, já que a proposta é oferecer oportunidades iguais a todos.

Times da NFL e da MLB removem estátuas de antigos donos racistas. Os monumentos que homenageavam os antigos donos do Washington Redskins, equipe da NFL, e do Minnesota Twins, time do MLB, foram removidos de seus estádios.

George Preston Marshall e Calvin Griffith eram conhecidos por atos e falas racistas. Marshall contratou jogadores negros para o seu time de futebol americano somente após ser pressionado pelo governo e Griffith afirmou que mudou o seu time de cidade porque Minnesota tinha apenas 15 mil negros.

Além de Marshall e Griffin, a estátua de Jerry Richardson, antigo proprietário do Carolina Panthers, foi arrancada do pedestal e levada embora da frente do estádio do time. Richardson foi acusado, em 2017, de ter feito comentários sexualmente sugestivos às mulheres e de ter ofendido a raça de um olheiro negro.

Impactos da morte de George Floyd dentro e fora do campo

Os jogadores da NFL, 10 dias após a morte de George Floyd, postaram nas redes sociais um vídeo que dizia:

“São 10 dias desde que George Floyd foi brutalmente morto. Quantas vezes precisamos pedir a vocês para ouvir seus jogadores? O que será preciso? Um de nós ser morto pela brutalidade da polícia? E se eu fosse George Floyd?

Não vamos ser silenciados. Afirmamos nossos direitos de protestar pacificamente. Em nome da NFL, isso é o que nós, jogadores, gostaríamos de ouvir: ‘Nós, a NFL, condenamos o racismo e a opressão sistêmica de negros. Nós, a NFL, admitimos o erro de silenciar nossos jogadores por protestarem pacificamente. Nós, a NFL, acreditamos que as vidas negras importam'”.

Após essa manifestação dos jogadores, Roger Goodell, comissário da liga, postou um vídeo no site oficial da NFL e nas redes sociais falando a respeito do erro de não incentivar os protestos pacíficos sobre o racismo e se abrindo para apoiar essa luta:

“Nós, da Liga Nacional de Futebol, reconhecemos que estávamos errados em não ouvir os jogadores da NFL mais cedo e incentivamos todos a falar e protestar pacificamente. Acreditamos que vidas negras importam.

Sem jogadores negros não existiria NFL e os protestos que acontecem agora são reflexos de anos de silêncio, falta de igualdade e opressão de jogadores, técnicos e staff negros. Estamos ouvindo, e eu estarei procurando todos os jogadores que levantaram sua voz para que possamos criar uma família NFL melhor e mais unida”.

Vários atletas, entre eles o astro da NBA LeBron James, usaram a internet para comparar imagens semelhantes com significados diferentes. Por exemplo, do lado esquerdo a foto do policial ajoelhado no pescoço de George Floyd e Kaepernick ajoelhado em campo durante o hino americano.

Essas foram apenas algumas das manifestações de resistência dessa liga e ainda terão mais por vir, senão a desigualdade sempre continuará batendo na porta. Una-se a esses jogadores e aposte no futuro de uma sociedade mais igualitária e justa. A KTO apostas online é contra qualquer tipo de racismo.