Caminhamos para mais um GP de Fórmula 1, dessa vez na Espanha. O circuito de Barcelona recebe a sexta etapa do mundial nos dias 21 e 22 de maio. Embalado pela vitória em Miami, Max Verstappen aponta uma recuperação em busca da liderança que ainda está com o monegasco Charles Leclerc. No entanto, a perda de potência no carro de Sérgio Perez em Miami, deixa a equipe com o alerta ligado com esse motor Red Bull.
Red Bull x Motor
A saber, a equipe Red Bull está travando uma batalha com a própria unidade de potência. Logo após a Honda anunciar que iria deixar a categoria em 2021, para focar no desenvolvimento de uma linha de motores elétricos – e não híbridos como na F1-.
Sendo assim, a equipe austríaca decidiu não encomendar um novo motor das outras fabricantes do grid, Ferrari, Mercedes e Renault. Em outras palavras, o motor Renault não apresenta a potência necessária para uma equipe que briga pela ponta. Já as outras duas fabricantes são rivais diretas, não seria uma boa escolha carregar o nome de uma rival na traseira do carro da Red Bull.
Portanto, a decisão tomada pela equipe foi de desenvolver seus próprios motores. A equipe assumiu a estrutura física deixada pela Honda, e contratou engenheiros de referência em unidades de potência. A princípio a ideia parecia ousada e arriscada, de fato era. Mas vale ressaltar que essa atitute foi o equivalente a criar uma nova empresa dentro da equipe, a Red Bul Technology.
Toda a parte mecânica e de chassis do carro pode ser teceirizada, ficando a cargo da equipe o setor de desenvolvimento aerodinâmico. A criação de um motor já envolve um novo setor totalmente diferente e independente do resto do carro, tanto que outras equipes podem vender seus motores para as concorrentes. Além disso, outras fabricantes do grid já possuem uma linha de produção consolidada. Dessa maneira, são fabricantes de automóveis com décadas de experiência e desenvolvimento automotivo.
Embora a Red Bull tenha feito um bom trabalho com um motor potente, que tem dado vantagem ao carro nas retas. Nos GP’s do Bahrein e Austrália, o compartimento responsável pelo fluxo de combustível falhou. Sendo assim, o motor parou de funcionar nos dois carros da equipe, causando um abandono duplo.
Nem tudo está perdido
Sem dúvida esse motor oferece o desempenho desejado. Nas corridas em que não houveram abandonos na pista, Max Verstappen conquistou três vitórias com até uma certa tranquilidade, assim como foi no GP de Miami onde precisou apenas de 9 voltas para ultrapassar os dois carros da Ferrari. No entanto, Sérgio Pérez não teve potência para ultrapassar a Ferrari de Carlos Sainz. O que nos deixa com a dúvida se de fato, existe uma solução para esse problema, ou a equipe terá que lidar com isso até o fim do campeonato.
Se considerarmos que nas duas ocasiões em que Max Verstappen abandonou a corrida, ele estava em segundo lugar no grid. Isso significa que já são 36 pontos desperdiçados logo no início de campeonato. Atualmente o holandês está 19 pontos atrás de Charles Leclerc na classificação geral, caso tivesse somado esses pontos perdidos, Verstappen estaria na liderança, com 17 pontos de vantagem para Leclerc.
Em suma, podemos afirmar que a Red Bull tem apenas um problema identificado, se identificado, já está meio caminho resolvido. Embora todas as equipes tenham problemas, algumas delas ainda nem conseguiram descobrir de onde eles vêm. Como no caso da Mercedes, ainda tentando entender porque o carro pula tanto assim nas retas.
O circuito de Barcelona conta com curvas de alta, média e baixa velocidade, uma reta extensa e até serve como pista de testes de pré-temporada. Será a oportunidade de vermos se esse motor aguenta esse traçado e se a Red Bull ainda pode sonhar com corridas mais tranquilas nessa temporada de 2022.
Aquela criança que desde cedo aprendeu a amar o esporte e através dele conheceu essa coisa chamada comunicação. Esporte é uma paixão, jornalismo uma vocação. Na Fórmula 1 meu coração é laranja, no futebol ele é alvinegro.