A convocação da Seleção Mexicana feminina de vôlei para o Mundial de 2025 mal foi anunciada e já virou um assunto quentes no esporte latino-americano. O responsável pela confusão? Nicola Negro, ex-técnico do Minas, que agora comanda o time nacional do México.
Após a convocação em que o treinador deixou fora da lista nomes históricos como Andrea Rangel e Ivonne Martínez, ele usou justificativas que provocaram revolta nas redes sociais e no ambiente do vôlei mexicano.
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Nicola Negro e o “corte” polêmico de Andrea Rangel
Andrea Rangel, de 32 anos, foi durante mais de uma década a principal oposta do México. Referência técnica e liderança dentro e fora de quadra, ela esperava disputar seu último Mundial em 2025.
Entretanto, acabou surpreendida pela ausência na lista de convocadas e com uma justificativa no mínimo polêmica por parte do treinador italiano Nicola Negro.
Para o técnico, a liga de Porto Rico é uma porcaria. Então, não tenho nível para estar na seleção…
A declaração, publicada por Andrea em suas redes sociais, foi uma resposta direta à explicação de Nicola, que alegou que a liga onde ela atua atualmente é fraca e não prepara atletas para o nível exigido em uma competição mundial. Andrea Rangel desabafou com ápice emocional e um forte simbolismo.
Para a comunidade mexicana de vôlei, meus colegas treinadores, fãs e todos que fizeram parte da minha jornada:
DESDE OS 14 ANOS, USAR A CAMISA DO MÉXICO É MEU ORGULHO FAVORITO. Representar meu país em cada torneio, cada batalha dentro da quadra e cada momento de sacrifício tem sido uma honra que carrego com responsabilidade e paixão.
A Seleção Nacional era meu lar, minha escola, minha vida. Nunca pensei que teria que escrever estas palavras sem ter a oportunidade de dizer adeus onde sempre sonhei: no quadra, lutando pelo México uma última vez.
Hoje estou me aposentando da seleção nacional, não porque eu tenha decidido fazer isso, mas porque me foi negada a oportunidade de continuar depois de mais de anos participando de vários processos.
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Amiga de Andrea Rangel foi convocada por Nicola Negro: um adeus forçado
O que mais surpreendeu parte da torcida mexicana foi o fato de Nicola ter feito uma exceção a esse critério para convocar Samantha Bricio, também com 30 anos e amiga próxima de Rangel, inclusive madrinha de sua filha. Andrea desabafou sobre o preconceito sofrido por atletas femininas de vôlei:
A maternidade tem sido vista como um obstáculo, um motivo para questionar minha capacidade, em vez de reconhecer meus esforços para equilibrar minha vida de mãe e vida profissional.
Não pedi um trato especial, apenas uma oportunidade de lutar pelo meu lugar na equipe, de demonstrar que ainda tinha algo a dar a minha seleção. E o mais doloroso é saber que minha história não é única.
Muitas atletas mulheres enfrentam barreiras invisíveis que limitam seu direito de competir, não por falta de talento ou compromisso, mas sim por preconceito que ainda persistem no esporte.
Me vou com a frente em alto, mas com o coração partido por não poder me despedir em um último Mundial.
Além de Rangel, outra ausência sentida foi a da levantadora Ivonne Martínez, de 28 anos, que teve grande destaque recente na liga espanhola. Assim como a oposta, ela também questionou abertamente a decisão da comissão técnica.
Juventude em campo, experiência deixada de lado
No lugar das veteranas, Nicola Negro optou por uma renovação completa, convocando apenas atletas nascidas a partir dos anos 2000.
Entre elas, destacam-se as ponteiras Sofia Maldonado e Parra, que vêm da NCAA (liga universitária dos EUA), além das jovens levantadoras Ung, argentina naturalizada, e Paola Rivera, vice-campeã no Peru.
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Andrea Rangel se despede da Seleção Mexicana e anuncia aposentadoria
Após atuar na Seleção Mexicana de Vôlei Feminino por 15 anos, tendo sua primeira convocação em 2010, a atleta se despediu da equipe em suas redes sociais.
Apesar de não ter conseguido nenhuma medalha, sempre mostrou seu valor, sendo premiada como melhor oposta na Copa Pan-Americana de 2014 e melhor pontuadora e ponteira no campeonato norte-americano de 2015.
Ela também faz parte da seleção sub-23 que competiu no Campeonato Mundial de 2013. Em 2018, foi premiada como melhor pontuadora nos XXIII Jogos Centro-Americanos e do Caribe, que terminaram com sua seleção na 4ª colocação, repetindo o prêmio no Campeonato Norte-Americano de 2019.
Prêmios individuais
- 2013/14 – Liga do México: melhor oposta
- 2014 – Copa Pan-Americana: melhor oposta
- 2015 – Campeonato Norte-Americano: artilheira
- 2015 – Campeonato Norte-Americano: melhor ponteira
- 2016/17 – Liga Porto-Riquenha: melhor recepção
- 2017 – Liga de Voleibol Superior Feminino: time All-Star
- 2018 – Jogos Centro-Americanos e do Caribe: artilheira
- 2018/19 – Liga Porto-Riquenha: melhor sacadora
- 2018/19 – Liga Porto-Riquenha: melhor oposta
- 2019 – Campeonato Norte-Americano: artilheira
- 2021 – Qualificações Norte-Americanas para os Jogos Olímpicos: melhor oposta
- 2021 – Qualificações Norte-Americanas para os Jogos Olímpicos: melhor atacante
- 2023 – Liga Superior de Voleibol Feminino: melhor retorno (após ser mãe)
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