A Seleção Brasileira masculina de vôlei vive um momento de transição raro. A geração que cresceu sob uma cultura extremamente competitiva agora divide espaço com atletas influenciados por redes sociais, alta exposição e um novo ritmo emocional. O ambiente mudou e o esporte precisou mudar junto.
Giovane Gávio, bicampeão olímpico e referência do vôlei brasileiro, explica como esse cenário exige adaptação não apenas dos atletas, mas também das comissões técnicas. Em exclusiva ao Esportelândia, o ex-ponteiro garante: o problema não é talento. O desafio hoje é outro.
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A nova realidade do vôlei brasileiro, segundo Giovane Gávio
A estrutura emocional do esporte mudou. Antes, ídolos como Giba, Dante, Ricardinho, Serginho e tantos outros eram forjados em treinos intensos, competitividade máxima e foco total no desempenho.
O jeito do Bernardo de inspirar a gente 20 anos atrás era um. Agora ele está se adaptando a um formato diferente.
Hoje, a geração que chega à Seleção cresce conectada, exposta e cercada de estímulos externos.
As pessoas têm redes sociais, são influencers, acabam assumindo o papel não só de jogador, mas de influenciador.
Essa dupla função altera rotinas, prioridades e até a capacidade de concentração. Giovane alerta que o volume de informações simplesmente não existia antes.
O número de distrações hoje é muito maior. Lá atrás, talvez a gente tivesse mais tranquilidade para jogar vôlei.
A adaptação de Bernardinho e a mudança geracional
Bernardinho, símbolo máximo da intensidade competitiva, também vive seu próprio processo de reconstrução.
Até o próprio Bernardo está passando por essa adaptação. Faz parte da evolução do ser humano.
O treinador que marcou época com rigor, cobrança e disputa feroz por espaço, agora precisa equilibrar sensibilidade, comunicação e suporte psicológico.
As pessoas hoje talvez exijam um pouco mais de cuidado da gente, no sentido de cuidar do dia a dia.
O desafio, segundo Giovane, não é suavizar o vôlei — é encontrar o ponto ideal entre demanda emocional e alta performance.
Falar o que está certo e o que está errado é complicado. Não tem um certo e errado, tem que conseguir resultado.
Equilibrando performance, exposição e responsabilidade
Atletas como Darlan, símbolo da nova geração, falam abertamente sobre estudo, rotina, disciplina e pressão online. O impacto é claro: o jogador de hoje não compete apenas em quadra. Ele compete pela própria atenção.
Para Giovane, o grande desafio não é técnica, nem força física — é gestão emocional e foco. O talento está lá. A dificuldade está em manter uma performance consistente em meio à avalanche de estímulos modernos.
Por que a nova geração enfrenta mais dificuldades de foco?
Porque vive conectada, sobrecarregada por informações, opiniões e exposição pública. Isso fragmenta a atenção e exige muito mais controle emocional do que nas gerações anteriores.
Bernardinho realmente mudou seu estilo de trabalho?
Sim. Segundo Giovane, ele segue intenso e competitivo, mas entende que a comunicação com os atletas precisa de mais cuidado e adaptação ao contexto atual.
A Seleção tem talento para voltar ao topo?
Sim. O talento nunca foi o problema. O maior desafio hoje é equilibrar performance com a nova realidade emocional, digital e social dos atletas.
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