Apesar de estar presente nos Jogos Olímpicos desde a edição de Tóquio 1964, a eleição do Most Valuable Player (MVP) do vôlei em Olimpíadas começou apenas em 1984.
Desde então, alguns dos principais nomes terminaram as edições conquistando a medalha de ouro e a honraria de MVP dos Jogos Olímpicos. Hoje, o Esportelândia te conta algumas lendas do voleibol brasileiro também figuram entre os premiados e a lista completa.
O que significa MVP no mundo esportivo?
No contexto dos esportes coletivos, o prêmio de Jogador Mais Valioso (MVP) é uma forma de reconhecer e valorizar o impacto excepcional de um jogador dentro de uma equipe ou competição. Embora o esporte seja essencialmente um esforço coletivo, o MVP destaca-se por sua contribuição individual, que pode ser crucial para o sucesso da equipe.
O prêmio é concedido com base em critérios que geralmente incluem desempenho estatístico, impacto no jogo, liderança e influência sobre o resultado das partidas. É uma forma de destacar a excelência e o papel único que um jogador pode desempenhar em um ambiente onde o trabalho em equipe é fundamental.
Além de reconhecer o talento e o esforço individual, o MVP também serve para inspirar outros jogadores e reforçar a importância da dedicação e da habilidade em esportes coletivos.
Todos os MVPs do vôlei masculino na história das Olimpíadas
MVPs do vôlei: Jogos Olímpicos de 1984
Steve Dennis Timmons é uma figura notável na história do voleibol, tendo deixado um legado impressionante ao longo de sua carreira. Representando os Estados Unidos, Timmons participou de três Olimpíadas consecutivas, destacando-se em cada uma delas.
Em 1984, ele foi uma peça chave na equipe que conquistou a medalha de ouro, e seu desempenho excepcional foi reconhecido com o título de MVP pela Federação Internacional de Voleibol, uma honra que refletiu seu impacto inovador no ataque da linha de fundo. Timmons repetiu o feito em 1988, novamente ajudando a equipe dos EUA a conquistar o ouro olímpico.
Além dos dois ouros, ele também garantiu uma medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de 1992, marcando uma carreira olímpica verdadeiramente distinta.
Seu impacto e contribuição para o voleibol foram ainda mais reconhecidos em 1998, quando foi incluído no Hall da Fama Internacional de Voleibol, solidificando seu lugar como um dos grandes pioneiros do esporte.
MVPs do vôlei: Jogos Olímpicos de 1988
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MVPs do vôlei: Jogos Olímpicos de 1992
Marcelo Teles Negrão, conhecido simplesmente como Marcelo Negrão, é uma verdadeira lenda do voleibol brasileiro. Ele foi um membro fundamental da Seleção Nacional Masculina que conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Verão de 1992, realizados em Barcelona, Espanha. Na final, o Brasil derrotou a equipe da Holanda, e o desempenho de Negrão foi crucial para a vitória.
Sua contribuição para o esporte e para o sucesso da equipe brasileira na Olimpíada de 1992 é amplamente reconhecida, solidificando seu lugar na história do voleibol como um dos grandes jogadores da sua geração.
MVPs do vôlei: Jogos Olímpicos de 1996
Bas van de Goor é um renomado ex-jogador de vôlei da Holanda, conhecido por sua notável carreira internacional. Ele participou de duas Olimpíadas consecutivas, começando em 1996, quando a seleção holandesa conquistou a medalha de ouro. Van de Goor foi uma peça fundamental nesse triunfo olímpico, contribuindo significativamente para o sucesso da equipe na competição em Atlanta.
Além de sua conquista em 1996, ele também representou a Holanda nos Jogos Olímpicos de 2000. Sua contribuição para o voleibol holandês e seu papel crucial na vitória olímpica são amplamente reconhecidos e celebrados no cenário esportivo.
MVPs do vôlei: Jogos Olímpicos de 2000
Embora Bas van de Goor tenha conquistado a medalha de ouro em 1996, sua participação nos Jogos Olímpicos de 2000 em Sydney não resultou em uma nova medalha olímpica, nem em uma posição entre os três primeiros. No entanto, sua performance individual foi tão impressionante que lhe garantiu o prêmio de Melhor Jogador (MVP) do torneio olímpico de vôlei masculino em 2000.
Esse reconhecimento individual destacou a excelência e a habilidade de van de Goor, mesmo que sua equipe não tenha alcançado o mesmo sucesso olímpico que em 1996. Seu talento e contribuição para o esporte foram amplamente celebrados, reforçando seu legado como um dos grandes jogadores de vôlei de sua geração.
MVPs do vôlei: Jogos Olímpicos de 2004
Durante os Jogos Olímpicos de 2004 em Atenas, Giba (Gilberto Amauri de Godoy Filho) teve um desempenho extraordinário, desempenhando um papel crucial na conquista da segunda medalha de ouro olímpica da Seleção Brasileira de Voleibol Masculino. Sua habilidade, liderança e impacto em cada partida foram decisivos para o sucesso da equipe.
Giba foi amplamente reconhecido por sua performance brilhante ao longo do torneio, e esse reconhecimento culminou com a concessão do título de Jogador Mais Valioso (MVP) do torneio olímpico. Seu desempenho não apenas ajudou a garantir o ouro para o Brasil, mas também solidificou sua reputação como um dos maiores jogadores de voleibol da história.
MVPs do vôlei: Jogos Olímpicos de 2008
Clayton Stanley é um notável jogador de voleibol dos Estados Unidos. O jogador teve uma carreira brilhante, representando sua nação nas Olimpíadas de Atenas 2004, Pequim 2008 e Londres 2012. Seu principal destaque foi a conquista da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim.
Além de seu sucesso olímpico, Stanley também foi campeão da NORCECA em 2005 e acumulou várias medalhas em edições da Liga Mundial, demonstrando sua consistência e habilidade ao longo dos anos.
Em reconhecimento a suas contribuições excepcionais ao voleibol, Stanley foi incluído no Hall da Fama Internacional de Voleibol em outubro de 2021, ao lado de outros grandes nomes como Logan Tom e Todd Rogers. Essa inclusão destaca seu impacto duradouro no esporte e sua contribuição para a excelência do voleibol internacional.
MVPs do vôlei: Jogos Olímpicos de 2012
Murilo Endres é um dos grandes nomes do voleibol brasileiro, com uma carreira repleta de conquistas e distinções. Ele conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 e Londres 2012, evidenciando seu papel crucial nas campanhas olímpicas da Seleção Brasileira.
Além de seu sucesso olímpico, Murilo Endres tem um impressionante currículo em competições internacionais. Ele foi campeão mundial em 2006 e 2010, e também conquistou a medalha de prata no Campeonato Mundial de 2014. Sua habilidade e dedicação também renderam-lhe diversos títulos na Liga Mundial, Campeonato Sul-Americano, Copa do Mundo e Copa dos Campeões.
Sua carreira é marcada por uma combinação de talento, trabalho árduo e consistência, solidificando seu legado como um dos grandes jogadores de voleibol do Brasil e do mundo.
MVPs do vôlei: Jogos Olímpicos de 2016
MVPs do vôlei: Jogos Olímpicos de 2020
Earvin N'Gapeth é um dos jogadores mais destacados do voleibol internacional, representando a seleção nacional da França e o clube italiano Modena Volley. Sua carreira é marcada por uma série de conquistas notáveis:
Sua habilidade, versatilidade e impacto em campo fizeram dele uma figura chave em cada uma dessas conquistas, solidificando seu status como um dos grandes jogadores do voleibol moderno.
MVPs do vôlei: Jogos Olímpicos de 2024
Jogando em casa, N'Gapeth liderou a Seleção Francesa na busca por mais um ouro. O jogador é um dos maiores da atualidade e brilhou na Olimpíada de Paris. Em seis jogos, o francês marcou 92 pontos. Ao lado de Bas van de Goor, são os únicos a serem MVP duas vezes em Jogos Olímpicos.
Os MVPs do vôlei masculino em cada edição:
- 1984: Steve Timmons (EUA)
- 1988: Karch Kiraly (EUA)
- 1992: Marcelo Negrão (BRA)
- 1996: Bas van de Goor (HOL)
- 2000: Bas van de Goor (HOL)
- 2004: Gilberto Godoy Filho (BRA)
- 2008: Clayton Stanley (EUA)
- 2012: Murilo Endres (BRA)
- 2016: Sérgio Santos (BRA)
- 2020: Earvin N'Gapeth (FRA)
- 2024: Earvin N'Gapeth (FRA)
Um grupo MVP: Bernardinho e suas maneiras de unir um elenco
No livro *”Transformando Suor em Ouro”*, Bernardinho, um dos técnicos mais respeitados e bem-sucedidos do voleibol, oferece uma perspectiva profunda sobre a motivação e seu impacto nas equipes. Na página 129, ele discute como o desejo de conquistar prêmios individuais, como o MVP, pode influenciar o desempenho e a coesão de um time.
Bernardinho destaca que a motivação para receber um prêmio individual pode ser um fator decisivo para alcançar grandes resultados, mas também enfatiza a importância de equilibrar esse desejo com o espírito coletivo da equipe. Segundo ele, uma equipe que é apenas boa pode vencer, mas um “super grupo” vai além: esses times não só vencem, como também ensinam e compartilham, formando um verdadeiro exemplo de sucesso.
O ponto crucial que Bernardinho faz é que a diferença entre uma equipe excepcional e um time que realmente brilha é a capacidade de transformar a busca por reconhecimento individual em uma motivação que eleva o desempenho coletivo. Esse processo de compartilhar o sucesso e aprender juntos é o que leva uma equipe a se tornar um “super grupo”, capaz de atingir o mais alto nível de excelência e fazer história no esporte.
A Federação Internacional comunicou os valores dos prêmios em dinheiro para os destaques individuais, considerados por muitos como um estímulo para que o jogador brilhe, mas eu entendo como um incentivo à vaidade, ao ego, podendo até criar desequilíbrio dentro do grupo.
Impressionantes US$ 100 mil seriam pagos nessas premiações. Apenas para fazer uma comparação, R$ 20 mil era o valor do prêmio da CBV para o título mundial. Bastava fazer a conta: o que valia mais, ser campeão do mundo ou ser eleito o melhor em seu fundamento?
Reuni os jogadores e lhes fiz a mesma proposta que as meninas tinham recusado em 1994: quem ganhasse o prêmio individual ficaria com a metade (US$ 50 mil), pelo esforço, talento e desempenho, e dividiria o restante entre os demais jogadores que o ajudaram a ter aquela performance.
Demonstraram com isso não apenas desprendimento, mas solidariedade, companheirismo e o espírito de equipe dos grandes vencedores. Um exemplo de consciência coletiva. – disse Bernardinho na página 129 de seu livro ‘Transformando Suor em Ouro'.
Todos os MVPs do vôlei feminino na história das Olimpíadas
MVPs do vôlei: Jogos Olímpicos de 1984
Lang Ping atuou como técnica tanto na seleção feminina chinesa de vôlei quanto na seleção feminina de vôlei dos Estados Unidos. Como jogadora, Lang foi honrada com o prêmio de Jogadora Mais Valiosa no vôlei feminino durante a campanha dourada nas Olimpíadas de 1984.
Em 2002, Lang foi incluída no prestigioso Hall da Fama Internacional de Voleibol em Holyoke, Massachusetts. Ela levou a seleção feminina dos Estados Unidos, conquistando a medalha de prata nas Olimpíadas de Pequim em 2008, em sua terra natal.
Posteriormente, Lang tornou-se treinadora da seleção feminina chinesa, que ganhou a medalha de ouro nas Olimpíadas do Rio em 2016. Este feito a tornou a primeira pessoa na história do vôlei, independente do gênero, a conquistar o ouro olímpico tanto como jogadora quanto como treinadora.
MVPs do vôlei: Jogos Olímpicos de 1988
Tait competiu em três edições dos Jogos Olímpicos de Verão pela equipe nacional do Peru, alcançando a sexta posição em 1980, a quarta posição em 1984 e conquistando a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Verão de 1988 em Seul.
Ela fez parte da seleção peruana que obteve a segunda colocação no Campeonato Mundial de 1982 e a terceira colocação no Campeonato Mundial de 1986. Em 2005, Tait foi introduzida no Hall da Fama Internacional de Voleibol.
MVPs do vôlei: Jogos Olímpicos de 1992
MVPs do vôlei: Jogos Olímpicos de 1996
Kirsten Boersma é uma histórica jogadora de vôlei da Holanda. Boersma representou a seleção nacional dos Países Baixos em duas edições consecutivas dos Jogos Olímpicos. Ela competiu em 1992 em Barcelona e em 1996 em Atlanta.
Em 1996, Boersma foi reconhecida como a Jogadora Mais Valiosa (MVP) dos Jogos Olímpicos de Atlanta, um reconhecimento significativo por sua performance excepcional.
Sua carreira é marcada por essas realizações notáveis, que destacam sua habilidade e impacto tanto em competições olímpicas quanto em torneios continentais.
MVPs do vôlei: Jogos Olímpicos de 2000
Irmã de Vesna Jelić, Barbara Jelić representou a Croácia nos Jogos Olímpicos de Sydney 2000, onde fez parte da seleção nacional de voleibol feminino.
Além das realizações das irmãs Jelić, é interessante notar que elas são filhas de Ivica Jelić, uma figura influente no voleibol. Ivica Jelić foi um jogador de voleibol que participou das Olimpíadas de 1980 representando a equipe iugoslava. Mais tarde, ele se tornou treinador principal da seleção croata, liderando a equipe durante as Olimpíadas de Sydney 2000.
A trajetória da família Jelić no voleibol é um exemplo fascinante de como o talento e a paixão pelo esporte podem ser transmitidos entre gerações, com uma forte influência familiar em suas conquistas e contribuições para o esporte.
MVPs do vôlei: Jogos Olímpicos de 2004
Feng Kun é uma das figuras mais notáveis na história do voleibol feminino, conhecida por sua atuação de destaque como armadora e capitã da seleção chinesa. Feng Kun foi uma peça-chave na conquista da medalha de ouro pela seleção feminina de vôlei da China nos Jogos Olímpicos de 2004.
Na oportunidade, ela foi agraciada com os prêmios de MVP (Jogadora Mais Valiosa) e “Melhor Armadora” durante o torneio olímpico, reconhecendo sua performance excepcional e liderança.
MVPs do vôlei: Jogos Olímpicos de 2008
Paula Pequeno integrou a seleção nacional que conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2011, realizados em Guadalajara, México. Dentro disso, foi duas vezes campeã olímpica (2008 e 2012).
Em 2012, ela também representou o Fenerbahçe no Campeonato Mundial de Clubes da FIVB, sediado em Doha, Catar, contribuindo para a conquista da medalha de bronze ao derrotar as Lancheras de Cataño de Porto Rico por 3 a 0.
MVPs do vôlei: Jogos Olímpicos de 2012
Embora a Coreia do Sul tenha terminado a Olimpíada de Londres com o 4º lugar, Kim se destacou como a Jogadora Mais Valiosa (MVP) e a Melhor Pontuadora do torneio.
Durante a competição, a jogadora estabeleceu um novo recorde olímpico ao marcar 207 pontos, superando a marca anterior de 204 pontos alcançada por Ekaterina Gamova nas Olimpíadas de Atenas em 2004.
MVPs do vôlei: Jogos Olímpicos de 2016
MVPs do vôlei: Jogos Olímpicos de 2020
A trimedalhista olímpica, Jordan Larson alcançou a glória do ouro com a seleção nacional no Campeonato Mundial de 2014, na Volleyball Nations League em Rimini e nos Jogos Olímpicos de Verão de 2020 em Tóquio.
Além disso, conquistou a medalha de prata nas Olimpíadas de Verão de 2012 em Londres e a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016.
A consagração da medalha de ouro em 2020 representa a realização da rara tríplice coroa olímpica, com conquistas nas categorias de bronze, prata e ouro. Larson foi eleita a MVP do vôlei em Tóquio.
MVPs do vôlei: Jogos Olímpicos de 2024
A Itália fez história ao conquistar seu primeiro ouro no vôlei, entre homens e mulheres. Essa também foi a primeira vez que a Seleção Feminina subiu no pódio, já indo para o lugar mais alto.
Paola Egonu é, dem dúvidas, o grande nome da equipe. Apesar de várias estrelas estarem na Seleção, é a oposta quem chama mais atenção, e com razão. Na final, foi a maior pontuadora, com 22 pontos na vitória por 3 sets a 0 sobre os Estados Unidos.
Os MVPs do vôlei feminino em cada edição olímpica:
- 1984: Lang Ping (CHN)
- 1988: Cecilia Tait (PER)
- 1992: Paula Weishoff (EUA)
- 1996: Cintha Boersma (HOL)
- 2000: Barbara Jelić (CRO)
- 2004: Feng Kun (CHN)
- 2008: Paula Pequeno (BRA)
- 2012: Kim Yeon-koung (KOR)
- 2016: Zhu Ting (CHN)
- 2020: Jordan Larson (EUA)
- 2024: Paola Egonu (ITA)
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