Antes de mais nada e antes mesmo de Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic, o tênis teve seu imperador europeu nas décadas de 70 e 80: o sueco Björn Borg.
Em primeiro lugar, número 1 do mundo entre 1974 e 1981, tetracampeão consecutivo do Aberto da França e pentacampeão também de forma consecutiva de Wimbledon, Borg, um dos maiores nomes da história do tênis mundial, porém, nunca venceu um US Open.
HISTÓRIA DE BJÖRN BORG
Nascido em 6 de junho de 1956 em Estocolmo, capital da Suécia, Björn Rune Borg é filho único do eletricista Rune (1932-2008) e de Margaretha Borg. Ele começou a se fascinar pelo tênis após seu pai vencer um torneio de tênis de mesa. Rune, ao perceber que o filho gostou do esporte, presenteou-o com uma raquete para o tênis de quadra. Nascia uma lenda.
De início, apenas com 15 anos, Borg representou a Suécia na Copa Davis de 1972, vencendo na estreia, o veterano Onny Parun, da Nova Zelândia. Em dezembro do mesmo ano, Borg venceu o tradicional torneio juvenil Orange Bowl pela segunda vez.
Detalhe: muitas lendas já venceram o Orange Bowl além do próprio Björn Borg, são elas: o grande e histórico rival John McEnroe, nossos ícones Maria Esther Bueno e Fernando Meligeni, Gabriela Sabatini, Anna Kournikova, Tommy Robredo, Andy Roddick e Roger Federer.
O Orange Bowl existe desde 1947. Em 1974, Borg jogou o Aberto da Austrália com 17 anos, mas caiu na terceira rodada para o finalista daquele ano, Phil Dent. Depois disso, venceu os abertos da Nova Zelândia, Londres e São Paulo (sim, Björn Borg deixou sua marca aqui!).
Antes de completar 18 anos, Borg venceu o Aberto da Itália vencendo o campeão anterior Ilie Nastase, se tornando o mais jovem vencedor do torneio. Duas semanas depois, ele também se tornou o mais jovem vencedor do Aberto da França – o seu primeiro – batendo o espanhol Manuel Orantes.
Lembra-se de Ilie Nastase? Sim, ele também foi o adversário de Borg no primeiro título do sueco em Wimbledon, em 1976. No ano seguinte, ao alcançar o bicampeonato de Wimbledon, Borg chegou ao topo do ranking do tênis mundial, aos 19 anos.
Falando sobre a rivalidade histórica com o John McEnroe, eles se enfrentaram pela primeira vez no Aberto de Estocolmo em 1978, com vitória do americano. Essa derrota em casa, marcou o sueco. No ano seguinte, Borg perdeu de novo para McEnroe, mas em 1980, veio a glória contra o rival.
A FINAL DE WIMBLEDON DE 1980
Do mesmo modo, muitos dizem que a final de Wimbledon de 1980 foi uma das maiores da história do esporte sendo comparada apenas com a final de 2008 entre Roger Federer e Rafael Nadal. A partida, que durou cinco sets e quase quatro horas, teve um tie-break interminável no quarto set, vencido por McEnroe, mas a vitória para Borg veio no último set, por 8-6. McEnroe foi o carrasco de Borg no US Open do mesmo ano, mas Borg devolveu a derrota no Aberto de Estocolmo de 1978 dois anos depois e também em 1981.
Em síntese, Björn Borg teve uma excelente carreira com muitos títulos, mas surpreendeu o mundo ao anunciar a aposentadoria com apenas 26 anos, em 1983, mesmo jogando o Aberto de Stuttgart em 1984. Sete anos depois, em 1991, Borg voltou a jogar saindo da aposentadoria, por outro lado, encerrou sua carreira de vez em 1993, aos 35 anos.
Enfim, o sueco está no terceiro casamento e tem uma neta. Casou-se com a tenista romena Mariana Simionescu em 1980, mas durou quatro anos. Seu primogênito, Robin, nasceu em 1985, fruto do relacionamento com a modelo sueca Jannike Björling. Robin teve uma filha em 2014. Borg casou-se pela segunda vez em 1989 com a cantora italiana Loredanna Bertè, também durou quatro anos. Por fim, em 2002, casou-se pela terceira vez com Patricia Östfeld, mãe do também tenista Leo Borg, nascido em 2003.
PRÊMIOS
- Aberto da França: 1974, 1975, 1978, 1979, 1980 e 1981
- Wimbledon: 1976, 1977, 1978, 1979, 1980
- Finais do ATP Tour: 1979 e 1980
- Finais do WCT: 1976
- Copa Davis (jogando pela Suécia): 1975
CURIOSIDADES DE BJÖRN BORG
Logo, Borg foi o número 1 do mundo durante 109 semanas, entre 1977 e 1981, foi eleito Personalidade Internacional do Ano em 1979 pela BBC, que também em 2006 premiou o sueco pela categoria de Conjunto da Obra, evento apresentado pelo também tenista Boris Becker.
Nesse ínterim, Borg entrou para o Hall da Fama Internacional do Tênis em 1987 e em 2014 foi eleito pelo jornal Dagens Nyheter, de seu país natal, como o maior esportista sueco de todos os tempos. Em suma, assim como André Lacoste, Björn Borg também tem uma marca esportiva que leva o seu nome, porém um pouco mais desconhecida de nosso público.
Foto destaque: Divulgação/Getty Images