Nos últimos anos, o cenário do surf foi dominado por uma geração de brasileiros conhecidos como “Brazilian Storm” ou “Tempestade Brasileira”, em português. Entre esses atletas, está Italo Ferreira, surfista potiguar que conquistou o título mundial em 2019.
A trajetória de Italo dentro do mundo do surf é completa de conquistas e uma fome por vitória que deixou o atleta brasileiro no topo do mundo.
Italo Ferreira ingressou na elite do surfe mundial em 2015, e logo em seu primeiro ano na World Surf League (WSL), conseguiu impressionar o cenário ao conquistar o prêmio de “Novato do Ano”.
Nos anos seguintes, Italo continuou a evoluir, se estabelecendo como um dos mais fortes concorrentes ao título mundial. Em 2019, Italo Ferreira venceu a disputa direta com Gabriel Medina, tornando-se o terceiro brasileiro a conquistar o título da WSL.
A trajetória de Italo Ferreira teve outro ponto importante em 2021, quando ele se tornou o primeiro surfista a conquistar o título olímpico no esporte.
Diante de toda esse jornada, que ainda há muitos detalhes para conhecer, convidamos você a acompanhar todos os detalhes da história do campeão olímpico e mundial Italo Ferreira!
Quem é Italo Ferreira?
Italo Ferreira é um surfista brasileiro, nascido em 6 de junho de 1994, em Baía Formosa, no Rio Grande do Norte. Ele faz parte da elite do surf mundial e disputa a World Surf League (WSL) desde 2015. Seu primeiro título veio em 2019.
O gigantesco talento foi demonstrado desde a sua primeira temporada na WSL. O surfista potiguar recebeu o prêmio de melhor novato em 2015 ao encerrar o ano em 7º lugar no ranking. Em 2019, Italo, enfim, se juntou à lista de campeões mundiais.
Como foi a primeira vitória de Italo Ferreira na WSL?
Com uma nota 10 e vitória na etapa de Peniche em Portugal, o potiguar assumiu a liderança do ranking da WSL a uma etapa do fim da temporada. Assim, ele disputou o Pipe Masters, no Havaí, como o único surfista que dependia de seus próprios resultados para ser campeão mundial.
Na semifinal, Italo Ferreira derrotou o multicampeão Kelly Slater. Na final, em confronto direto com Gabriel Medina, o potiguar venceu o Pipe Masters e levou o primeiro título mundial de sua carreira!
Até o título em 2019, Italo conseguiu outra marca para a eternidade do Surf, o capixaba venceu Kanoa Igarashi na edição de estreia da modalidade nas Olimpíadas, assim, tornou-se o primeiro medalhista de ouro da história do esporte.
Quando e como Italo Ferreira começou no surf?
Italo Ferreira começou sua história no surf em Baía Formosa, município de cerca de 8 mil habitantes no Rio Grande do Norte, onde nasceu. Se pai era pescador, enquanto sua mãe trabalhava na pousada onde eles moravam.
As primeiras ondas de Italo foram usando pranchas emprestadas pelos primos. Sua trajetória rumo à elite do surf começou aos 12 anos, quando foi descoberto por Luiz “Pinga”, então diretor de marketing da Oakley, uma das principais marcas de surf do mundo.
Pinga ficou impressionado com o desempenho de Italo durante um evento para amadores na praia de Ponta Negra, em Natal, e o convidou para se juntar à equipe que contava com surfistas do calibre de Adriano de Souza, Jadson André e Miguel Pupo, que hoje o acompanham na elite do surf mundial.
Logo na sua primeira temporada na elite, Italo chegou a três quartas de final, uma semifinal e uma final, conquistando o título de “Novato do Ano”. Confira, a seguir, os títulos do representante do Rio Grande do Norte!
Quantas vezes Italo Ferreira foi campeão?
Integrante da elite do surf desde 2015, Italo Ferreira conquistou seu primeiro título mundial em 2019, ao vencer Pipe Masters em um duelo com o então bicampeão mundial Gabriel Medina.
Até ser campeão mundial pela primeira vez, sua melhor colocação na WSL havia sido o 4º lugar na temporada 2018.
Italo foi eleito o melhor novato da WSL em 2015, ao terminar o ano em 7º. Na temporada seguinte, ele foi o 15º. Já em 2017, depois de romper os ligamentos do tornozelo direito, perdeu três etapas, e acabou o ano em 22º.
Em 2019, Italo Ferreira chegou à etapa de Pipe Masters, a última do calendário da WSL, na liderança do ranking. Ele foi campeão ao vencer a semifinal contra Kelly Slater e superar Medina na bateria final.
Ao longo da temporada 2019, Italo venceu três etapas do circuito. Logo na primeira do ano, o Quiksilver Pro Gold Coast, na Austrália, ele venceu a final contra o norte-americano Kolohe Andino.
A segunda vitória de Ferreira foi na penúltima etapa do ano, em Peniche, Portugal. Na final, ele superou o sul-africano Jordy Smith. A terceira vitória veio com a conquista de Pipe Masters e a confirmação do título mundial.
Além das três etapas vencidas, o surfista potiguar teve dois segundos lugares. Em J-Bay, na África do Sul, ele foi derrotado por Gabriel Medina na final. Já na etapa Quiksilver Pro France, a vitória ficou com o anfitrião Jeremy Flores.
Ouro Olímpico no Japão
De fato, após seu primeiro título mundial em 2019, Italo Ferreira garantiu vaga para às Olimpíadas em Tóquio no Japão. Por conta da pandemia, o evento acabou acontecendo somente em 2021.
Dessa forma, Italo entrou como um dos favoritos e conseguiu vencer o representante do país sede na final. Ferreira não deu chances para Kanoa Igarashi e garantiu o primeiro ouro da história do surf para o Brasil.
Temporada de 2023 de Italo Ferreira
A temporada de 2023 de Italo Ferreira começou com resultados medianos, o potiguar não conseguiu subir no ranking e sofreu para passar pelo corte da WSL.
Na sexta etapa da temporada, Italo Ferreira conseguiu seu melhor desempenho na temporada até a última atualização desse texto, o campeão mundial de 2019 chegou na final do Surf Ranch, perdendo para Griffin Colapinto.
Esse evento teve uma final totalmente controvérsia, com muitos especialistas acreditando que Italo venceu Griffin, e a bateria foi mal julgada pelos juízes.
Depois, Italo Ferreira acabou sendo eliminado nas quartas de final em El Salvador e nas oitavas em Saquarema no Brasil, complicando a situação do primeiro medalhista de ouro da história do Surf no ranking da WSL.
Italo Ferreira chegou em Jeffreys Bay confiante para tentar conseguir um grande resultado e voltar para a briga pela olímpica e nas Finals. Porém, acabou dando azar e caiu em uma bateria muito difícil no round 1 diante de Callum Robson e John John Florence, que saiu vitorioso.
Assim, Italo foi para a repescagem, o potiguar fazia uma boa atuação até sofrer uma lesão no joelho e acabar desistindo do restante da bateria, o surfista precisou ser resgatado na água e foi direto para o hospital.
Depois dos exames completos, Italo anunciou que não vai conseguir competir em Teahupo’o, encerrando assim sua temporada de 2023 nos eventos da elite do surf da WSL.
Dessa forma, o ‘Brabo’ fica de fora da WSL Finals e também das próximas Olimpíadas, terminando na modesta décima terceira colocação no ranking.
Recuperação em 2024
Após um longo jejum de títulos, Italo Ferreira reencontrou o caminho das vitórias na temporada de 2024. O potiguar passou pelo corte sem nenhum título, mas acabou saindo da fila em grande estilo.
Italo Ferreira venceu a etapa de Teahupo'o, no Taiti, uma das mais desafiadoras do circuito mundial da WSL. No mês seguinte, o surfista voltou ao lugar mais alto do pódio.
Ferreira derrotou Yago Dora na final da etapa de Saquarema no Brasil e venceu pela primeira vez no seu país natal. Dessa forma, com dois títulos, o potiguar chegou entre os cinco melhores surfistas de 2024.
Italo Ferreira no Hall da Fama do Surf
Em agosto de 2023, Italo Ferreira recebeu a grande honraria de marcar seu nome mais uma vez na história do Surf.
O potiguar marcou seus pés, mãos e nome no Hall Da Fama do Surf em Huntington Beach nos Estados Unidos, na ocasião Italo comentou:
É tudo uma loucura. Demora pra cair a ficha, né? É um orgulho pessoal muito grande ter sido convidado, ter conquistado isso. Viver momentos como esse é a certeza de que estou fazendo história e construindo um legado no esporte que amo”.
Fora das Olimpíadas de Paris 2024
O primeiro campeão olímpico da história do surf não esteve presente nas Olimpíadas de Paris 2024, que aconteceram no Taiti. A ausência do atleta nas competições olímpicas é resultado de uma combinação de fatores que o impediram de se qualificar para o evento.
A concorrência acirrada dentro do time brasileiro de surfe foi um dos principais motivos que levaram Italo a ficar fora das Olimpíadas. Com atletas de alto nível como Filipe Toledo, João Chianca e Gabriel Medina, a disputa por uma vaga na equipe foi intensa.
A última temporada não foi favorável para Italo Ferreira. O campeão mundial de 2019 encontrou dificuldades para obter bons resultados, e uma lesão no último evento impediu Italo de lutar pelas Olimpíadas.
Com essa reviravolta, Italo decidiu se reinventar e assumiu um novo papel no mundo do surf, atuando como comentarista da modalidade dentro dos canais Globo.
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Curiosidades sobre Italo Ferreira
- Começou a surfar com tampas de isopor;
- Italo é um amante de animais, um de seus cachorros leva o nome de Peniche, em homenagem aos títulos do brasileiro em Portugal;
- Italo Ferreira é viciado em café;
- As grandes inspirações de Italo Ferreira no esporte são, Cristiano Ronaldo, Neymar, Vinicius Júnior e Lewis Hamilton;
- O time do coração de Italo Ferreira é o Flamengo;
- Em 2019, Italo Ferreira foi roubado antes de sua viagem ao Japão para o Isa Games, o brabo acabou se atrasando para o evento e chegou exatamente no horário de sua bateria, o potiguar surfou com uma bermuda jeans e ainda venceu o confronto;
- Italo é o primeiro campeão olímpico da história do Surf;
- Em 2023, Italo se tornou o primeiro brasileiro no Hall Da Fama do Surf.
Desabafo após vice-campeonato no Surf Ranch
Em 2023, Italo Ferreira acabou derrotado de forma polêmica na final do Surf Ranch, depois do evento, o brasileiro foi até suas redes sociais e desabafou sobre os julgamentos:
Vai além de uma nota…
O meu intuito não é atacar, ferir, entrar no mérito e julgamento, mas o silêncio me consome. O surfe que me deu e me da tudo. Eu vivo por isso, se é que ainda preciso provar. Meu olhar e minha energia e o que eles carregam diz tudo.
De minha parte, surfe, eu te entrego meu todo. Minha devoção. Meu dia a dia que só eu, minha equipe e minha família sabemos. E assim, seguiremos. No momento de tristeza, indignação, reverter e olhar adiante, transformar, inspirar pessoas. A alegria tem que prevalecer. O peso que eu carrego na água não flutua nem por um segundo. É meu e eu tenho a honra de carregá-lo, e fazer acontecer.
Aprendo todos os dias que tenho que me construir, melhorar, é um processo contínuo, como atleta, e como ser humano! Parte grande disso é essa união dos meus colegas e amigos Brasileiros do tour, e de todos que estão nisso pelo surfe! Mas deixa eu falar da força, a mesma do meu olhar. Essa é a nossa! Plural! E a partir de agora vai se fazer cada vez mais presente, e da maneira mais positiva possível.
O foco é no desenvolvimento. O foco é no progresso. O foco é no objetivo, e que fique claro que nada se construirá contra ele em meu caminho. E se tiver dúvida, olha no meu olho!”.
Estatísticas de Italo Ferreira
Em toda a sua trajetória na World Surf League, Italo Ferreira já venceu sete etapas, sendo três delas em 2018, mais três em 2019 e uma em 2021, além do ouro olímpico também no mesmo ano.
- Bells Beach, na Austrália – (2018);
- Bali, na Indonésia – (2018);
- Peniche, Portugal (2018 e 2019);
- Gold Coast, Austrália – (2019);
- Pipe Masters, Havaí – (2019);
- Newcastle, Austrália – (2021);
- Ouro Olímpico, Japão – (2021);
- Etapa de Teahupo'o, Taiti – (2024);
- Etapa de Saquarema, Brasil – (2024).
Maiores rivais de Italo Ferreira
Desde que chegou à WSL, Italo Ferreira não estabeleceu grandes rivalidades ou teve polêmicas envolvendo qualquer outro integrante da elite do surf mundial. Porém, o potiguar já se estabeleceu como um forte adversário para Gabriel Medina, Filipe Toledo e os estrangeiros que brigam pelo título do WCT.
Em 2018, ele ficou em 4º lugar no ranking da WSL, atrás somente de Medina, do australiano Julian Wilson e de Filipinho. Já em 2019, Italo Ferreira chegou à última etapa do campeonato mundial como o líder do ranking.
Seus principais concorrentes pelo inédito título da WSL eram os compatriotas Gabriel Medina e Filipe Toledo (segundo e quarto colocados) e o sul-africano Jordy Smith, que estava em terceiro.
Italo se tornou o terceiro brasileiro a ser campeão mundial de surf ao vencer duelo direto com Medina na final no Havaí.
Enquanto aguardamos pelas próximas apresentações do surfista potiguar em busca de seu segundo título mundial, aproveite para conferir mais conteúdos sobre surf:
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