Primeiramente, o mundo dos esportes é cheio de práticas. Desse modo, a lista de categorias é extensa, assim alguns são mais conhecidos que outros, por exemplo: futebol, natação, vôlei, tênis, atletismo, basquete, Triatlo, entre outros. Assim também, existem os esportes que exigem mais de uma habilidade especifica de cada atleta profissional ou amador.
Neste sentido, aqui falaremos sobre o Pentatlo Moderno. A modalidade consiste na junção de cinco provas diferentes: esgrima, natação, tiro com laser, hipismo e corrida. Porém, as provas de corrida e tiro passaram a ser realizadas juntas.
Ou seja, no Pentatlo Moderno ganha o atleta que fazer mais pontos juntando todas as provas disputadas.
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— Jogos Olímpicos (@JogosOlimpicos) March 3, 2023
Início
As raízes do Pentatlo está na Grécia Antiga, ainda nos jogos Olímpicos da Antiguidade. Dessa maneira, naquele tempo as provas realizadas eram: corrida, salto em distância, arremesso de disco e salto em altura. Posteriormente, os dois melhores colocados se enfrentavam em uma luta, assim o atleta que triunfasse ganhava o título e o prestígio na sociedade. Além disso, era chamado de “Victor Ludorum” ou “O Vencedor dos Jogos”.
Por outro lado, o Pentatlo Moderno, como conhecemos hoje, passou por algumas adaptações, até ser composto por provas de esgrima, natação, hipismo, tiro e corrida. Dessa maneira, para se diferenciar as versões do pentatlo, foi adicionado a palavra “moderno” ao nome da modalidade.
História Olímpica
A prova do Pentatlo Moderno faz parte da agenda olímpica desde 1912, na Olímpiada de Estocolmo. A modalidade foi adicionada por Barão Pierre de Coubertin, criador dos Jogos Olímpicos Modernos. Nos Jogos de Atlanta 1996, para deixar a disputa mais dinâmica e atrativa, a modalidade passou a ser disputada em apenas um dia.
Na história Olímpica, a prova do Pentatlo Moderno já teve a disputa por equipes. Mas atualmente conta apenas com a versão individual masculina e feminina. A saber, as mulheres começaram a competir na modalidade apenas em Sydney 2000.
As medalhas de ouro do Pentatlo Moderno se concentra na Europa. Sendo assim, em 25 edições da prova do individual masculino, apenas em 1996, o principal medalhista não foi um europeu. Do mesmo modo, ocorreu no feminino, em seis edições apenas uma, 2016, a campeã não nasceu no continente. Desse modo, Alexander Parygin, do Cazaquistão, e Chloe Esposito, da Austrália, são as exceções.
Confira todos os medalhistas Olímpicos da história:
Prova masculina
Olímpiada | Medalha de Ouro | Medalha de Prata | Medalha de Bronze |
Estocolmo 1912 | Gösta Lilliehöök (Suécia) |
Gösta Åsbrink (Suécia) |
Georg de Laval (Suécia) |
Antuérpia 1920 | Gustaf Dyrssen (Suécia) |
Erik de Laval (Suécia) |
Gösta Runö (Suécia) |
Paris 1924 | Bo Lindman (Suécia) |
Gustaf Dyrssen (Suécia) |
Bertil Uggla (Suécia) |
Amsterdã 1928 | Sven Thofelt (Suécia) |
Bo Lindman (Suécia) |
Helmut Kahl (Alemanha) |
Los Angeles 1932 | Johan Gabriel Oxenstierna (Suécia) |
Bo Lindman (Suécia) |
Richard Mayo (Estados Unidos) |
Berlim 1936 | Gotthard Handrick (Alemanha) |
Charles Leonard ( Estados Unidos) |
Silvano Abba (Itália) |
Londres 1948 | William Grut (Suécia) |
George Moore (Estados Unidos) |
Gösta Gärdin (Suécia) |
Helsinque 1952 | Lars Hall (Suécia) |
Gábor Benedek (Hungria) |
István Szondi (Hungria) |
Melbourne 1956 | Lars Hall (Suécia) |
Olavi Mannonen (Finlândia) |
Väinö Korhonen (Finlândia) |
Roma 1960 | Ferenc Németh (Hungria) |
Imre Nagy (Hungria) |
Robert Beck (Estados Unidos) |
Tóquio 1964 | Ferenc Török (Hungria) |
Igor Novikov (União Soviética) |
Albert Mokeyev (União Soviética) |
Cidade de México 1968 | Björn Ferm (Suécia) |
András Balczó (Hungria) |
Pavel Lednyov (União Soviética) |
Munique 1972 | András Balczó (Hungria) |
Boris Onishchenko (União Soviética) |
Pavel Lednyov (União Soviética) |
Montreal 1976 | Janusz Pyciak-Peciak (Polônia) |
Pavel Lednyov (União Soviética) |
Jan Bártu (Checoslováquia) |
Moscou 1980 | Anatoli Starostin (União Soviética) |
Tamás Szombathelyi (Hungria) |
Pavel Lednyov (União Soviética) |
Los Angeles 1984 | Daniele Masala (Itália) |
Svante Rasmuson (Suécia) |
Carlo Massullo (Itália) |
Seul 1988 | János Martinek (Hungria) |
Carlo Massullo (Itália) |
Vakhtang Iagorashvili (União Soviética) |
Barcelona 1992 | Arkadiusz Skrzypaszek (Polônia) |
Attila Mizsér (Hungria) |
Eduard Zenovka (Equipa Unificada) |
Atlanta 1996 | Alexander Parygin (Cazaquistão) |
Eduard Zenovka (Rússia) |
Janos Martinek (Hungria) |
Sydney 2000 | Dmitri Svatkovskiy (Rússia) |
Gábor Balogh (Hungria) |
Pavel Dovgal (Bielorrússia) |
Atenas 2004 | Andrey Moiseyev (Rússia) |
Andrejus Zadneprovskis (Lituânia) |
Libor Capalini (República Checa) |
Pequim 2008 | Andrey Moiseyev (Rússia) |
Edvinas Krungolcas (Lituânia) |
Andrejus Zadneprovskis (Lituânia) |
Londres 2012 | David Svoboda (República Checa) |
Cao Zhongrong (China) |
Ádám Marosi (Hungria) |
Rio 2016 | Aleksander Lesun (Rússia) |
Pavlo Tymoshchenko (Ucrânia) |
Ismael Hernández (México) |
Tóquio 2020 (2021) | Joe Choong (Grã-Bretanha) |
Ahmed El-Gendy (Egito) |
Jun Woong-tae (Coreia do Sul) |
Paris 2024 | Ahmed El-Gendy (Egito) | Taishu Sato (Japão) | Giorgio Malan (Itália) |
Prova Feminina
Olímpiada | Medalha de Ouro | Medalha de Prata | Medalha de Bronze |
Sydney 2000 | Stephanie Cook (Grã-Bretanha) |
Emily de Riel (Estados Unidos) |
Kate Allenby (Grã-Bretanha) |
Atenas 2004 | Zsuzsanna Vörös (Hungria) |
Jeļena Rubļevska (Letônia) |
Georgina Harland (Grã-Bretanha) |
Pequim 2008 | Lena Schöneborn (Alemanha) |
Heather Fell (Grã-Bretanha) |
Anastasiya Samusevich (Bielorrússia) |
Londres 2012 | Laura Asadauskaitė (Lituânia) |
Samantha Murray (Grã-Bretanha) |
Yane Marques (Brasil) |
Rio 2016 | Chloe Esposito (Austrália) |
Élodie Clouvel (França) |
Oktawia Nowacka (Polônia) |
Tóquio 2020 (2021) | Kate French (Grã-Bretanha) |
Laura Asadauskaitė (Lituânia) |
Sarolta Kovács (Hungria) |
Paris 2024 | Michelle Gulyás (Hungria) | Élodie Clouvel (França) | Seong Seungmin (Coreia do Sul) |
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Prova por equipes masculinas
Olímpiada | Medalha de Ouro | Medalha de Prata | Medalha de Bronze |
Helsinque 1952 | Gábor Benedek Aladár Kovácsi István Szondy (Hungria) |
Lars Hall Torsten Lindqvist Claes Egnell (Suécia) |
Olavi Mannonen Lauri Vilkko Olavi Rokka (Finlândia) |
Melbourne 1956 | Igor Novikov Aleksandr Tarasov Ivan Deryugin (União Soviética) |
George Lambert William Andre Jack Daniels (Estados Unidos) |
Olavi Mannonen Vaino Korhonen Berndt Katter (Finlândia) |
Roma 1960 | Ferenc Németh Imre Nagy András Balczó (Hungria) |
Igor Novikov Nikolay Tatarinov Hanno Selg (União Soviética) |
Robert Beck George Lambert Jack Daniels (Estados Unidos) |
Tóquio 1964 | Igor Novikov Albert Mokeyev Viktor Mineyev (União Soviética) |
James Moore David Kirkwood Paul Pesthy (Estados Unidos) |
Ferenc Török Imre Nagy Ottó Török (Hungria) |
Cidade de México 1968 | András Balczó István Móna Ferenc Török (Hungria) |
Boris Onishchenko Pavel Lednyov Stasys Šaparnis (União Soviética) |
Raoul Gueguen Lucien Guiguet Jean-Pierre Giudicelli (França) |
Munique 1972 | Boris Onishchenko Pavel Lednyov Vladimir Shmelyov (União Soviética) |
András Balczó Zsigmond Villányi Pál Bakó (Hungria) |
Risto Hurme Veikko Salminen Martti Ketelä (Finlândia) |
Montreal 1976 | Jim Fox Danny Nightingale Adrian Parker (Grã-Bretanha) |
Ján Bártu Bohumil Starnovský Jiří Adam (Checoslováquia) |
Tamás Kancsal Tibor Maracskó Szvetiszláv Sasics (Hungria) |
Moscou 1980 | Anatoli Starostin Pavel Lednyov Yevgeny Lipeyev (União Soviética) |
Tamás Szombathelyi Tibor Maracskó László Horváth (Hungria) |
Svante Rasmuson Lennart Pettersson George Horvath (Suécia) |
Los Angeles 1984 | Daniele Masala Pier Paolo Cristofori Carlo Massullo (Itália) |
Michael Storm Robert Gregory Losey Dean Glenesk (Estados Unidos) |
Paul Four Didier Boube Joël Bouzou (França) |
Seul 1988 | János Martinek Attila Mizsér László Fábián (Hungria) |
Carlo Massullo Daniele Masala Gianluca Tiberti (Itália) |
Richard Phelps Dominic Mahony Graham Brookhouse (Grã-Bretanha) |
Barcelona 1992 | Arkadiusz Skrzypaszek Dariusz Goździak Maciej Czyżowicz (Polônia) |
Anatoli Starostin Dmitri Svatkovskiy Eduard Zenovka (Equipa Unificada) |
Gianluca Tiberti Carlo Massullo Roberto Bomprezzi (Itália) |
Brasil sendo representado no Pentatlo Moderno Olímpico
O País teve atletas competindo no Pentatlo Moderno desde a edição de Berlim 1936. Dessa maneira, o Brasil teve representantes no individual masculino e por equipes e no feminino.
Guilherme Catramby Filho, 36º, Rui Pinto Duarte, 37º, Anisio Rocha Silva, 39º, foram os primeiros representantes brasileiros na modalidade, em 1936. Em Londres 1948, Aëcio Coelho, 30º, Aloysio Alves Borges, 38º, Humberto Bedford, 43º, compuseram a delegação brasileira.
Posteriormente, em Helsinque 1952, Eduardo Leal Medeiros, Aloysio Alves Borges e Eric Tinoco Marques foram os 10º, 21º e 29º colocados, respectivamente. Os três também foram responsáveis pelo 6º lugar na prova por equipes.
Assim também, Salvio Da Costa Lemos (1956), Wenceslau Malta (1956, 1960), Nilo Da Silva (1956), Justo Santiago Botelho (1960), Jose Pereira Wilson (1960, 1964), Daniel Dos Santos (2004) e Felipe Nascimento (2016) foram outros representantes brasileiros ao longo da história do Pentatlo Moderno masculino.
No feminino, Samantha Harvey foi a primeira brasileira na modalidade. Desse modo, ela ficou na 25ª posição, nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. Logos depois, em 2008, 2012 e 2016, Yane Marques compôs a delegação verde e amarela. A saber, Yane foi medalha de bronze na Olímpiada de Londres 2012, o melhor resultado da história do Pentatlo brasileiro. Maria Ieda Chaves Guimaraes, 36ª em Tóquio 2020/21, foi a última representante do país.
Curiosidades
- O ator Dolph Lundgren, que atuou junto com Silvester Stalone em vários filmes, esteve nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996. Lundgren foi coordenador da equipe estadunidense de Pentatlo Moderno naquela edição.
- Os países com mais medalhas Olímpicas no Pentatlo Moderno são Hungria (9 de ouro, 8 de prata e 5 de bronze) e Suécia (9 de ouro, 7 de prata e 5 de bronze).
- Pavel Lednev é o maior medalhista Olímpico da história do Pentatlo Moderno, com sete medalhas. Dessa maneira, na prova por equipes, o russo conquistou duas medalhas de ouro (1972 e 1980), e uma de prata (1968). Além disso, no individual, foi prata em 1976, e bronze em 1968, 1972 e 1980.
Veja um pouco do esporte
Carioca, formado em geografia e gestão desportiva, Rafael Singelo é apaixonado por esportes em geral e, principalmente, por futebol.