A vela é um dos esportes olímpicos mais tradicionais, com uma longa trajetória e regras bem estabelecidas. Os atletas devem entender aspectos cruciais das normas, como o manejo correto das embarcações, a observância das prioridades e o ajuste das velas para maximizar o rendimento.
Com Martine Grael e Kahena Kunze, o Brasil alcançou resultados impressionantes nas últimas edições dos Jogos Olímpicos (Rio 2016 e Tóquio 2020). Agora, em Paris 2024, as atletas brasileiras estão em busca do terceiro título consecutivo.
O que é a vela?
A vela, anteriormente a principal forma de comércio e transporte de longa distância em todo o mundo, é a arte de movimentar uma embarcação aproveitando as ondas e o vento. Atualmente, ela é predominantemente uma atividade esportiva.
Quando a vela foi inventada?
A vela tem sido usada como meio de transporte em diversas atividades, desde exploração até pesca e mesmo em guerras, ao longo de milhares de anos.
A corrida internacional de iates teve início em 1851, quando um grupo de membros do New York Yacht Club construiu um veleiro de 101 pés chamado “America”.
Esse veleiro foi navegado até a Inglaterra, onde venceu uma competição chamada “Copa das Cem Guinéus” em uma corrida ao redor da Ilha de Wight.
Esse troféu foi posteriormente renomeado como “A Taça América” e é, ainda hoje, o prêmio mais prestigioso da vela, sendo a competição esportiva internacional mais antiga do mundo.
A corrida evoluiu para outras categorias de embarcações ao longo dos anos, refletindo avanços no design e na tecnologia dos barcos.
A história da vela nos Jogos Olímpicos
A vela estreou como esporte olímpico nos Jogos de 1900 em Paris, após o cancelamento das corridas programadas nos Jogos inaugurais em Atenas 1896, devido às más condições climáticas. Desde então, a vela tem sido parte de todos os Jogos Olímpicos, exceto os de 1904.
Em 1900, mulheres competiram ao lado dos homens, e o primeiro evento exclusivo para mulheres foi introduzido em Seul 1988.
Ao longo dos anos, houve várias mudanças nas categorias de embarcações usadas, com a estreia do kitesurfe nos Jogos de Paris 2024.
O Reino Unido tem sido historicamente a nação mais forte na vela, com os Estados Unidos em segundo lugar no quadro de medalhas de todos os tempos. O Brasil é outro país que frequentemente aparece entre os melhores de cada edição nos últimos 40 anos.
Quais são as regras da vela?
O esporte é regido por um conjunto único de regras para corridas publicado pela World Sailing.
Nas competições olímpicas, as embarcações são classificadas em categorias com design unificado, com base em pesos e medidas semelhantes.
Embora a Taça América siga um formato de corrida de confronto, em que um barco compete contra outro, na maioria dos eventos, as corridas são de frota, com várias embarcações competindo pela posição de chegada.
Tanto nas corridas de frota quanto nas corridas de confronto, as tripulações devem se esforçar para evitar colisões e dar prioridade a uma embarcação que tem o direito de passagem.
Regras da vela em Paris 2024
Para os Jogos de Paris 2024, haverá duas embarcações mistas (470 e Nacra 17), além de quatro embarcações para cada gênero, totalizando 10 eventos.
A prancha de windsurfe RS:X foi substituída por uma embarcação de windfoil, o IQFoil, que oferece um desempenho superior em ventos fracos. A classe Finn masculina não fará parte dos Jogos, após ter sido retirada de Tóquio 2020.
Nessas competições, serão realizadas de 10 a 12 corridas, nas quais as equipes receberão pontos com base em suas posições de chegada, ou seja, um ponto para o primeiro colocado, dois para o segundo, e assim por diante.
As 10 melhores equipes – aquelas com as menores pontuações totais, após descartarem seu pior resultado – avançarão para a corrida das medalhas, na qual os pontos valerão em dobro.
As medalhas serão concedidas às embarcações com as menores pontuações totais após a corrida das medalhas, e essa pontuação não pode ser descartada.
Equipes com uma vantagem significativa podem adotar táticas para impedir que seus rivais mais próximos alcancem uma alta posição de chegada.
Melhores velejadores para assistir em Paris 2024
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Após a aposentadoria de vários velejadores de destaque de Tóquio 2020 e a mudança de foco para a Sail GP e/ou a Taça América, o barco misto Nacra 17 parece manter a continuidade com os italianos Ruggero Tita e Caterina Banti defendendo seu título.
Essa dupla competiu com seus colegas de treinamento, John Gimson e Anna Burnet, em Tóquio, e tudo indica que farão isso novamente, visto que ambas as equipes conquistaram ouro em quatro dos últimos cinco Campeonatos Mundiais (dois títulos para cada equipe).
Por fim, com a aposentadoria de Robert Scheidt após Tóquio 2020, Martine Grael e Kahena são as principais esperanças de medalha para o Brasil em Paris 2024.
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Repórter no Esportelândia. Licenciado em Literatura Inglesa. Jornalista com passagens por Quinto Quarto, Blog de Escalada, Minha Torcida, Futebol Interior e Techpost. Está no Esportelândia desde 2022.