O judô nas Olimpíadas tem papel deveras importante na história do Brasil ao ser o esporte que mais trouxe medalhas para o país em Jogos Olímpicos, sendo considerado como uma das modalidades mais bem-sucedidas.
Desde a estreia em Los Angeles 1984, os judocas brasileiros têm marcado presença constante no pódio do judô nas Olimpíadas, contribuindo significativamente para o quadro de medalhas do Brasil.
Entre os destaques brasileiros no judô, Beatriz Souza é uma das judocas que brilharam em Paris 2024, sendo uma as grandes campeãs olímpicas do país.
Além dela, muitos outros judocas, tanto mulheres quanto homens, conquistam o ouro, reforçando a posição do Brasil como uma potência mundial na modalidade e exploraremos essa história nas próximas linhas!
História do judô nas Olimpíadas
O judô nas Olimpíadas começou a ser disputado nos Jogos de Tóquio 1964, sendo este o pontapé do início de uma rica trajetória no maior evento esportivo mundial.
Apesar de sua exclusão na edição seguinte, na Cidade do México em 1968, o esporte retornou aos Jogos Olímpicos em Munique 1972, onde o Brasil conquistou sua primeira medalha com Chiaki Ishii.
Desde então, o Brasil tem se consolidado como uma potência no judô nas Olimpíadas, com uma história que continua a crescer dentro do cenário.
Nas Olimpíadas de Paris 2024, o Brasil adicionou mais quatro medalhas ao seu histórico, aproximando-se cada vez mais dos principais países no ranking mundial.
Judo paralímpico
Para complementar a história, também vale ser citado a modalidade paralímpica do judô dentro dos Jogos Paralímpicos.
O judô paralímpico é uma modalidade exclusiva para atletas com deficiência visual, incluindo tanto cegos totais quanto aqueles com baixa visão.
O Brasil tem se destacado no judô paralímpico, sendo uma das modalidades que mais trouxeram medalhas para o país em Jogos Paralímpicos, atrás apenas do atletismo e da natação.
Entenda mais sobre o judo paralímpico ao longo das próximas linhas, onde detalharemos tudo sobre a modalidade, incluindo regras e atual momento do Brasil!
Como surgiu o judô paralímpico?
O judô paralímpico começou a ser praticado na década de 1980. A primeira participação internacional do Brasil na modalidade ocorreu em 1987, durante um torneio em Paris.
O judô paralímpico foi introduzido oficialmente nos Jogos Paralímpicos de Seul, em 1988, exclusivamente para atletas masculinos.
A competição feminina só foi incluída nos Jogos de Atenas, em 2004. Desde então, a modalidade tem crescido em participação e importância, sendo uma das poucas artes marciais presentes no programa dos Jogos Paralímpicos, ao lado do taekwondo.
No ano seguinte, nos Jogos Paralímpicos de Seul, o Brasil conquistou suas primeiras medalhas, com os judocas Leonel Filho, Júlio Silva e Jaime de Oliveira, que garantiram três bronzes para a equipe brasileira.
Desde então, o Brasil sempre é um dos grandes países da modalidade e com grandes chances de repetir este feito nas Paraolímpiadas de 2024.
Quadro geral de medalhas do Judô nas Olimpíadas
Historicamente, o Japão, berço do judô, lidera o quadro de medalhas, seguido de perto pela França.
Porém, o Brasil, com suas recentes conquistas, está se firmando como uma das nações mais fortes do judô mundial, mostrando que o país é uma força que merece destaque dentro da modalidade.
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Japão | 49 | 22 | 30 | 101 |
França | 17 | 15 | 34 | 66 |
Coreia do Sul | 11 | 19 | 20 | 50 |
China | 8 | 3 | 12 | 23 |
Cuba | 6 | 15 | 16 | 37 |
Geórgia | 5 | 7 | 3 | 15 |
União Soviética | 5 | 5 | 13 | 23 |
Brasil | 5 | 4 | 19 | 28 |
Itália | 5 | 4 | 9 | 18 |
Rússia | 5 | 4 | 7 | 16 |
Holanda | 4 | 2 | 18 | 24 |
Alemanha | 3 | 4 | 15 | 22 |
Polônia | 3 | 3 | 2 | 8 |
Azerbaijão | 3 | 2 | 2 | 7 |
Espanha | 3 | 1 | 3 | 7 |
Kosovo |
3 | 1 | 1 | 5 |
Estados Unidos | 2 | 4 | 8 | 14 |
Áustria | 2 | 3 | 3 | 8 |
Coreia do Norte | 2 | 2 | 4 | 8 |
Eslovênia | 2 | 2 | 3 | 7 |
Bélgica | 2 | 1 | 11 | 14 |
Equipe Unificada | 2 | 0 | 2 | 4 |
República Checa |
2 | 0 | 0 | 2 |
Mongólia | 1 | 5 | 6 | 12 |
Alemanha Ocidental | 1 | 4 | 3 | 8 |
Hungria | 1 | 3 | 6 | 10 |
Uzbequistão |
1 | 2 | 7 | 10 |
Alemanha Oriental | 1 | 2 | 6 | 9 |
Canadá |
1 | 2 | 5 | 8 |
Cazaquistão |
1 | 2 | 3 | 6 |
Romênia | 1 | 2 | 3 | 6 |
Suíça | 1 | 1 | 2 | 4 |
Grécia | 1 | 0 | 2 | 3 |
Argentina | 1 | 0 | 1 | 2 |
Bielorrússia | 1 | 0 | 1 | 2 |
Turquia | 1 | 0 | 1 | 2 |
Croácia | 1 | 0 | 0 | 1 |
Grã-Bretanha | 0 | 8 | 12 | 20 |
Israel | 0 | 3 | 6 | 9 |
Bulgária | 0 | 1 | 2 | 3 |
Ucrânia | 0 | 1 | 3 | 4 |
Argélia | 0 | 1 | 1 | 2 |
Colômbia | 0 | 1 | 1 | 2 |
Egito | 0 | 1 | 1 | 2 |
Equipa Alemã Unida | 0 | 1 | 1 | 2 |
México | 0 | 1 | 0 | 1 |
Eslováquia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Taipé Chinês |
0 | 1 | 0 | 1 |
Portugal | 0 | 0 | 4 | 4 |
Estônia | 0 | 0 | 3 | 3 |
ROC | 0 | 0 | 3 | 3 |
Tajiquistão | 0 | 0 | 3 | 3 |
Austrália | 0 | 0 | 2 | 2 |
Iugoslávia | 0 | 0 | 2 | 2 |
Moldávia | 0 | 0 | 2 | 2 |
Checoslováquia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Islândia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Letônia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Quirguistão | 0 | 0 | 1 | 1 |
Suécia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Participações e medalhas do Brasil no Judô nas Olimpíadas
Lenda do judô nacional, Chiaki Ishii foi o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha olímpica na modalidade, em Munique 1972.
O país só voltou a subir ao pódio nos Jogos Olímpicos de Los Angeles 1984, e desde então, judocas brasileiros têm conquistado medalhas em todas as edições.
Aurélio Miguel foi o primeiro brasileiro a se tornar campeão olímpico no judô, conquistando a sonhada medalha de ouro em Seul 1988.
Quatro anos depois, em Barcelona, Rogério Sampaio também deixou seu nome na história, colocando a bandeira verde e amarela no lugar mais alto do pódio.
No feminino, Sarah Menezes foi a primeira brasileira a ganhar o ouro, em Londres 2012, e Rafaela Silva alcançou o topo do pódio no Rio de Janeiro 2016.
Antes delas, Ketleyn Quadros foi a primeira judoca brasileira a conquistar uma medalha olímpica, em Pequim 2008.
Um feito notável foi alcançado por Mayra Aguiar, que com duas medalhas de bronze, em Londres e no Rio, se tornou a primeira mulher brasileira a ganhar duas medalhas olímpicas em um esporte individual.
Na Olimpíada de Tóquio, Mayra voltou a brilhar. Aumentando sua coleção de medalhas olímpicas, a judoca conquistou o bronze. Deixando seu nome marcado na história dos Jogos Olímpicos, Daniel Cargnin também ficou na 3ª colocação.
Para os Jogos de Paris 2024, o Brasil levou uma delegação espetacular, mesclando atletas experientes e promissores na modalidade.
Na sua estreia olímpica, Beatriz Souza faturou a medalha de ouro na categoria acima de 78 kg. William Lima e Larissa Pimenta também brilharam, destacando ainda mais a importância do judô nacional, garantindo prata e bronze, respectivamente.
Selando a melhor campanha do judô brasileiro em Jogos Olímpicos, o Brasil gravou seu nome na história da Olimpíada de Paris 2024 ao conquistar a medalha de bronze na competição por equipes.
Todas as medalhas olímpicas do Brasil no Judô
Munique 1972
- Bronze para Chiaki Ishii
Los Angeles 1984
- Prata para Douglas Vieira
- Bronze para Walter Carmona
- Bronze para Luiz Onmura
Seul 1988
- Ouro para Aurélio Miguel
Barcelona 1992
- Ouro para Rogério Sampaio
Atlanta 1996
- Bronze para Henrique Guimarães
- Bronze para Aurélio Miguel
Sydney 2000
- Prata para Tiago Camilo
- Prata para Carlos Honorato
Atenas 2004
- Bronze para Leandro Guilheiro
- Bronze para Flávio Canto
Pequim 2008
- Bronze para Ketleyn Quadros
- Bronze para Leandro Guilheiro
- Bronze para Tiago Camilo
Londres 2012
- Ouro para Sarah Menezes
- Bronze para Felipe Kitadai
- Bronze para Mayra Aguiar
- Bronze para Rafael Silva
Rio de Janeiro 2016
- Ouro para Rafaela Silva
- Bronze para Mayra Aguiar
- Bronze para Rafael Silva
Tóquio 2020
- Bronze para Mayra Aguiar
- Bronze para Daniel Cargnin
Paris 2024
- Ouro para Beatriz Souza
- Prata para Willian Lima
- Bronze para Larissa Pimenta
- Bronze na competição por equipes
Brasil nas paraolimpíadas
A Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) é responsável pela administração do judô paralímpico no Brasil, enquanto, em nível internacional, a modalidade é regida pela Federação Internacional de Judô (FIJ).
A primeira medalha de ouro do Brasil no judô paralímpico foi conquistada por Antônio Tenório, em Atlanta 1996.
Tenório se tornou um dos maiores nomes do judô paralímpico brasileiro, com quatro medalhas de ouro conquistadas em Jogos Paralímpicos.
Além de Tenório, Alana Maldonado também conquistou o ouro para o Brasil, elevando o total de medalhas de ouro brasileiras na modalidade para cinco.
Ao todo, o Brasil soma 25 pódios no judô paralímpico, com nove medalhas de prata e 11 de bronze, consolidando sua posição como uma potência na modalidade.
Para os Jogos Paralímpicos de Paris 2024, a expectativa é alta para a participação brasileira, que já conta com uma rica história na modalidade.
Em Paris 2024, uma delegação brasileira composta por 17 atletas irá representar o país. A equipe brasileira será representada pelos seguintes judocas:
- Wilians Araújo
- Thiego Marques
- Sergio Júnior
- Rosicleide Andrade
- Rebeca Silva
- Meg Emmerich
- Marcelo Casanova
- Lúcia Teixeira
- Alana Maldonado
- Antônio Tenório
- Arthur Silva
- Brenda Freitas
- Elielton Lira
- Giulia Pereira
- Harlley Arruda
- Karla Cardoso
- Luan Pimentel
Regras do Judô nas Olimpíadas
O judô nas Olimpíadas seguem as regras dos mesmos padrões das competições mundiais, garantindo uniformidade e justiça nas disputas.
Cada luta tem uma duração de 4 minutos, tanto para homens quanto para mulheres, mas pode ser encerrada antes caso um dos atletas consiga um Ippon, o golpe perfeito que encerra imediatamente o combate.
Se o tempo regulamentar se esgotar sem um vencedor, a luta entra na fase do Golden Score, onde o primeiro judoca a pontuar é declarado vencedor.
Desde 2018, as pontuações no judô foram simplificadas, se liimitando apenas a Waza-ari e Ippon, com a eliminação do Koka e do Yuko.
Agora, golpes que antes resultavam em Yuko são classificados como Waza-ari, e dois Waza-aris equivalem a um Ippon, que dá a vitória ao judoca.
Se a luta for decidida no Golden Score e não houver pontuações, infrações como os Shidos entram em jogo, onde três penalidades resultam em Hansoku-Make, desclassificando o atleta e garantindo a vitória ao adversário.
Categorias do Judô nas Olimpíadas
O torneio de judô nas Olimpíadas é estruturado em sete categorias para homens e sete para mulheres. Cada país pode ter um representante em cada categoria.
Desde os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, a competição por equipes mistas foi integrada ao programa olímpico, estando presente em Paris 2024.
No total, mas de 380 judocas lutam pelo almejado pódio olímpico no judô nas Olimpíadas. Para se classificar, o judoca deve estar entre os 18 melhores atletas do mundo no ranking mundial na data de qualificação.
Categorias femininas do Judô nas Olimpíadas
- Ligeiro: até 48 kg
- Meio-leve: até 52 kg
- Leve: até 57 kg
- Meio-médio: até 63 kg
- Médio: até 70 kg
- Meio-pesado: até 78 kg
- Pesado: mais de 78 kg
Categorias masculinas do Judô nas Olimpíadas
- Ligeiro: até 60 kg
- Meio-leve: até 66 kg
- Leve: até 73 kg
- Meio-médio: até 81 kg
- Médio: 90 kg
- Meio-pesado: até 100 kg
- Pesado: mais de 100 kg
Ver essa foto no Instagram
Agora que você já sabe tudo sobre a história do judô em Olimpíadas, aproveite para ficar por dentro também de outros esportes:
- Natação nas Olimpíadas: história, provas e maiores vencedores
- Vôlei nas Olimpíadas: Maiores campeões, recordes e história
- Basquete nas Olimpíadas: história, campeões e recordes
- Handebol nas Olimpíadas: história, como foi o Brasil e campeões
- Tênis nas Olimpíadas: história, maiores campeões e regras
Repórter do Esportelândia desde 2024. Formada em arbitragem pela Federação Paulista de Voleibol. Fundadora e administradora da página Passe Na Mão, uma das maiores referência de voleibol feminino do país.