A princípio, o nome pode parecer estranho, mas o Corfebol possui milhares de adeptos ao redor do mundo. O Brasil, por exemplo, é o atual número um do ranking entre os países das Américas. Na classificação mundial, os brasileiros ocupam a 20ª colocação entre os melhores nesse esporte.

No entanto, o desempenho dentro das quadras, infelizmente, não tem recebido o reconhecimento que merece. Classificado para o Campeonato Mundial de Corfebol de 2023, que será disputado em Taipei, na China, a Seleção Brasileira pode acabar não participando por falta de dinheiro. A equipe não possui verba necessária para enviar nem mesmo o número mínimo de atletas para competir.

Saiba um pouco sobre o Corfebol

Brasil pode perder vaga no Mundial de Corfebol

Pela 3ª vez na história, o Brasil conquistou a vaga para o Campeonato Mundial de Corfebol. Após bom resultado no último Pan-Americano, a Seleção Brasileira ganhou o direito de participar da competição que acontecerá na China, entre os dias 20 e 29 de outubro deste ano. No entanto, sem verba suficiente para levar a delegação, o país pode perder a oportunidade de disputar o torneio pela 2ª vez.

Em 2019, o Brasil também havia se classificado para o campeonato que, naquela oportunidade, foi disputado na África do Sul, mas precisou abdicar da oportunidade, também por falta de dinheiro. Hoje, a equipe teme que o mesmo possa acontecer novamente, tirando os sonhos dos jogadores e de todos os adeptos da modalidade no país.

Corfebol
Seleção Brasileira de Corfebol – Divulgação

Em entrevista ao portal Esportelândia, Carol Passos, atleta da Seleção Brasileira, falou sobre a dificuldade de conseguir apoio financeiro para praticar o Corfebol. Segunda a jogadora, este é o principal desafio enfrentado por quem pratica esse esporte.

O maior desafio da modalidade é o apoio financeiro, por não ser uma modalidade conhecida ou olímpica ainda (será inclusa daqui a 2 edições).

Dificulta a disseminação da modalidade no Brasil, por falta de material que precisa ser adquirido ou adaptado. E, sem apoio financeiro, acaba ficando centrado em poucos lugares que já tem esses materiais.

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Carol conta que iniciou no Corfebol após convite de um amigo para integrar a parte feminina do time e hoje já disputou uma série de campeonatos internacionais. Vale ressaltar que, este esporte é praticado de forma mista, portanto, as equipes são compostas por homens e mulheres.

Por ser de cooperação e inclusão, o Corfebol preza muito para que todos os atletas tenham igualdade dentro de quadra e isso inclui não conseguir tirar vantagens em habilidades físicas.

Então não importa se você é alto ou forte, um atleta mais baixo ou mais devagar consegue jogar de igual para igual se ele for mais inteligente, pois as regras fazem com que todos consigam jogar juntos.

A importância do patrocínio para o Corfebol

Uma equipe de Corfebol é composta por 14 jogadores, sendo eles sete homens e sete mulheres. Dessa forma, é conhecido por ser um esporte que combate a separação de gênero, o machismo e preconceitos que existem desde as aulas de educação física das escolas.

Carol Passos
Carol Passos, atleta brasileira de Corfebol – Divulgação

No entanto, Passos conta que levar uma vida como atleta da modalidade não é nada fácil. Por não ser profissional, ela não recebe para jogar. Sua rotina se baseia em trabalhar e ir treinar todos os dias, para então arrecadar o dinheiro suficiente e conseguir praticar Corfebol.

Essa rotina muitas vezes desanima e dificulta muito no trabalho de ser atleta de alto performance. O Brasil é o país dos esportes, brasileiros são ótimos atletas, independentemente da modalidade. Se houvesse mais investimentos para todos, teríamos muitos mais medalhas olímpicas, por exemplo.

O corfebol não foge disso, nós brasileiros jogamos muito bem, temos garra de brasileiro e força de vontade, principalmente quando se trata de vestir a camisa verde e amarela. Então sempre buscamos estar ao nível alto e competitivo. E sempre contamos com nossos familiares e amigos que acreditam na nossa causa, o Corfebol.

Vaquinha para o Mundial

Para conseguir a verba necessária para viajar à China e disputar o Mundial representando o Brasil, os atletas organizaram uma vaquinha online. Eles precisam do dinheiro em cerca de até uma semana, mas ainda não conseguiram o valor suficiente para enviar sequer oito jogadores, o número mínimo para participar das partidas.

A importância de ter um incentivo financeiro para o Corfebol é a de conseguir levar para todo o Brasil essa incrível modalidade na qual jogam homens e mulheres juntos, mostrando a igualdade de gênero e indivíduos.

Apesar da chance eminente de ter de renunciar a mais um campeonato Mundial para o Brasil, Carol Passos revela que não pretende desistir da carreira no Corfebol.

Pretendo seguir na modalidade por muito tempo, pois acredito no Corfebol e só vou parar quando conseguir espalhar pelo Brasil.

*Esportelândia não recebeu retorno do Ministério do Esporte até o fechamento desta matéria.

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