Os surfistas brasileiros que vão disputar a Olimpíada de Paris 2024 terão que tomar cuidado com o mar em Teahupo'o.
Mas não só os atletas terão que tomar cuidado com as condições do mar em dia de competição. Salva-vidas, fotógrafos e cinegrafistas que se arriscarem a entrar no mar também estarão correndo riscos de vida.
Fotógrafo de 19 anos foi encontrado inconsciente no palco da Olimpiada de 2024
O mar de Teahupo'o, no Taiti (Polinésia Francesa), que será palco da Olimpíada em 2024, trouxe momentos de aflição esta semana: o fotógrafo de 19 anos, Byron Mclouhglin foi encontrado inconsciente e boiando nas águas e foi socorrido inicialmente pelo ex-top da elite Michel Bourez.
Segundo informações do site Beach Grit, o jovem estava fazendo fotos num bodyboard inflável e foi encontrado boiando com o rosto virado para a água, seus lábios estavam roxos e a boca espumava – sinais de afogamento.
Resgatado pelo também fotógrafo Ryan Craig e pelo bodyboarder Angelo Fararie, Byron foi levado ao hospital mais próximo e está em coma induzido. Em seu perfil no Instagram, o fotógrafo veterano Tim Mckenna postou foto do resgate com agradecimentos a Craig e Fararie.
Veteranos do surf brasileiro alertam sobre perigos de Teahupo'o na Olimpíada
Bruninho Santos
Alguns veteranos do surfe brasileiro, como Bruninho Santos, o primeiro brasileiro a vencer uma etapa do Circuito Mundial no Taiti, alertam sobre o perigo das ondas em Teahupo'o.
A onda de Teahupoo tem como característica principal o tubo. É extremamente perigosa, também, por causa da força e da bancada de coral, que é muito rasa e afiada. É o que nós chamamos de onda de consequência.
Teco Padaratz, presidente da CBSurf
O presidente da Confederação Brasileira de Surf, Teco Padaratz se preocupa com a escolha do local para a Olimpíada.
É um lugar extremamente perigoso. Os surfistas que competem por lá estão acostumados. Eles vêm de um treinamento crescente.
A minha maior preocupação é com os surfistas que vão surfar talvez pela primeira vez essa onda, surfistas que se classificaram em outras condições de mar e de repente vão ter que encarar aquela onda.
Jadson André
Outra figura famosa do surfe brasileiro que também se preocupa com o lado psicológico de Teahupo'o. Em 2014, sofreu um acidente enquanto surfava na Polinésia Francesa, sendo arremessado na bancada de corais, onde bateu a cabeça e ficou inconsciente.
Vai ter muita gente que, dependendo das condições, não vai conseguir surfar, não vai conseguir nem pegar onda, porque ela exige muito. É uma onda muito delicada, perigosa e exige muita experiência.
Os surfistas que vão à Paris são Tati Weston-Webb, Tainá Hinckel, Luana Silva, no feminino, e entre os homens Filipe Toledo, João Chianca e Gabriel Medina – considerado especialista nas ondas de Teahupo'o.
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Marcelo Cartaxo é jornalista, redator e repórter no Esportelandia, um dos maiores sites olímpicos do Brasil. Com passagens por Futebol na Veia, Premier League Brasil, Minha Torcida, Quinto Quarto e ShaftScore, adquiriu experiências que hoje somam na equipe de redação do site.
