Telê Santana da Silva deixou um legado indelével no futebol brasileiro. Em 2019, foi classificado como o 35º melhor treinador de futebol de todos os tempos pela revista francesa France Football, sendo o único brasileiro a figurar nessa lista. Saiba mais sobre a lenda do futebol brasileiro aqui no Esportelândia.
Telê Santana como jogador
Telê Santana começou sua jornada no Itabirense Esporte Clube, próximo à sua residência, antes de se destacar no América de São João del-Rei e, posteriormente, ingressar no Fluminense.
No Fluminense, iniciou sua trajetória como campeão juvenil em 1949 e 1950, sendo promovido aos profissionais em 1951. Seu futebol brilhante floresceu no clube, tornando-se um dos pioneiros em retornar para marcar no meio.
Sua contratação pelo Fluminense foi selada após um teste brilhante contra o Bonsucesso, onde marcou cinco gols, com aval de João Coelho Netto, o Preguinho, histórico diretor de futebol do clube.
Vestindo a camisa tricolor, disputou 557 jogos e balançou as redes 165 vezes, tornando-se o terceiro jogador com mais partidas pelo clube e o quinto maior artilheiro. Telê conquistou títulos importantes como o Campeonato Carioca de 1951 e 1959, o Torneio Rio-São Paulo de 1957 e 1960, além da Copa Rio de 1952.
Apelidado de “Fio de Esperança” durante sua carreira como jogador, o concurso promovido pelo jornalista Mário Filho, em homenagem a Telê, foi marcado por milhares de sugestões. A alcunha finalmente adotada tornou-se querida pelos torcedores tricolores.
Telê transferiu-se para o Guarani por influência do presidente do clube, Jaime Silva, um torcedor fervoroso do Fluminense. Mesmo após deixar o clube, Telê emocionou ao marcar um gol pelo Madureira contra o Fluminense, demonstrando seu eterno amor pelo clube.
O legado de Telê Santana como treinador
Após sua carreira como jogador, Telê Santana imortalizou-se como técnico, deixando sua marca na história do futebol brasileiro de uma vez por todas. Iniciando sua jornada no Fluminense, conquistou títulos como treinador, moldando equipes vitoriosas e enfrentando desafios marcantes.
No comando do Fluminense, Telê impôs sua filosofia e alcançou o sucesso, tanto nos gramados quanto fora deles. Sua passagem pelo clube carioca foi marcada por conquistas, incluindo o Campeonato Carioca de 1969 e a Taça Guanabara no mesmo ano. No entanto, sua luta pelos direitos dos jogadores demonstrou seu caráter íntegro e determinado.
Seleção Brasileira
Telê não apenas transformou clubes, mas também escreveu seu nome na história da Seleção Brasileira. À frente da Canarinho, encantou o mundo com seu estilo de jogo envolvente e ofensivo, conduzindo a equipe em memoráveis jornadas, como na Copa do Mundo de 1982, onde o Brasil exibiu um futebol cativante, embora tenha sido derrotado pela Itália.
Sua segunda passagem pela Seleção, somada a experiências em clubes internacionais, como o Al-Ahli, consolidou sua reputação como um dos maiores treinadores do futebol mundial. Telê tornou-se sinônimo de excelência e conquistou títulos, admiradores e respeito por onde passou.
São Paulo
No São Paulo, Telê viveu sua era dourada, guiando o time a conquistas épicas e fazendo história. Sob sua batuta, o Tricolor alcançou feitos extraordinários, como a conquista da Copa Libertadores e do Mundial de Clubes em 1992, seguidos por uma inigualável sequência de títulos internacionais em 1993.
Seu legado transcendeu as quatro linhas, sendo reverenciado como “Mestre” pela torcida são-paulina. Mesmo enfrentando adversidades de saúde, Telê permaneceu firme em sua paixão pelo futebol até seu último suspiro, deixando um legado de inspiração e grandeza para as gerações futuras.
É o único técnico brasileiro a chegar a três finais consecutivas da Libertadores, em 1992, 1993 e 1994.
Você ama esportes? Confira alguns que o Esportelândia cobre:
Homenagens e livros
Após seu falecimento, Telê Santana recebeu várias homenagens memoráveis. O Troféu Telê Santana, em Minas Gerais, e o Estádio Mestre Telê Santana da Silva, em Duque de Caxias (Rio de Janeiro), são exemplos notáveis. Além disso, o Hotel Concentração Telê Santana, no Centro de Treinamento Vale das Laranjeiras do Fluminense, e uma rua em Curitiba também levam seu nome.
Um busto foi erguido em sua homenagem no Mineirão, em 2008. Em 2012, seu filho Renê fundou o Instituto Telê Santana, visando educar e promover o desenvolvimento social de jovens jogadores de futebol desde a infância. A cidade natal de Santana, Itabirito, em parceria com o ITS, está preparando um museu dedicado ao técnico, que também contará a história da cidade.
Além disso, foram publicados livros sobre sua vida, incluindo “Fio de Esperança – Biografia de Telê Santana”, de André Ribeiro, em 2000, e “Telê e a Seleção de 82 – Da Arte à Tragédia”, de Marcelo Mora. Em 2009, foi lançado o documentário “Telê Santana: Meio Século de Futebol-Arte”, dirigido por Ana Carla Portella e Danielle Rosa.
Frases marcantes de Telê Santana
“Atingir a perfeição é impossível. Mas aproximar-se cada vez mais dela, não”.
“Eu gosto de futebol. Se tiver uma pelada na rua, eu paro para ver”
“Futebol é arte, é diversão, sem chutão pra frente”.
“Se jogador do meu time faz falta por trás, ou entra para quebrar o adversário, o juiz nem precisa expulsar. Eu mesmo tiro de campo”
“Se for para mandar meu time matar a jogada, dar pontapé no adversário ou ganhar com gol roubado, prefiro perder o jogo”
Ver essa foto no Instagram
“O futebol é minha vida e não consigo me afastar dele. Sou um fanático”.
“Malandro é o cara que age direito”.
“Fizemos o que deveria ser feito, e desejo sinceramente que, de agora em diante, com a ajuda de técnicos, dirigentes, jogadores, imprensa e torcida, façamos sempre a bola correr dentro de campo”
“Já não tenho amor pelo futebol. Só volto a ser técnico se precisar de dinheiro”
“Com a doença, fiquei mais compreensivo, mais calmo, menos exigente. Mas continuo ranzinza.”
Títulos e honrarias
Como jogador:
- Fluminense:
- Copa Rio: 1952
- Campeonato Carioca: 1951, 1959
- Torneio Rio-São Paulo: 1957, 1960
Como treinador:
- Fluminense:
- Taça Guanabara: 1969
- Campeonato Carioca: 1969
- Atlético Mineiro:
- Campeonato Mineiro: 1970, 1988
- Campeonato Brasileiro: 1971
- Grêmio:
- Campeonato Gaúcho: 1977
- Al-Ahli:
- Campeonato Saudita: 1983–84
- Copa do Rei Árabe: 1982–83
- Copa do Golfo: 1985
- Flamengo:
- Taça Guanabara: 1989
- São Paulo:
- Mundial Interclubes: 1992 e 1993
- Copa Libertadores da América: 1992 e 1993
- Supercopa Libertadores: 1993
- Recopa Sul-Americana: 1993 e 1994
- Campeonato Brasileiro: 1991
- Campeonato Paulista: 1991 e 1992
- Copa dos Campeões Mundiais: 1995
Individuais:
- Prêmio Belfort Duarte: Reconhecimento por passar dez anos sem expulsão em 200 partidas nacionais ou internacionais como jogador profissional.
- Melhor técnico de futebol do mundo (El País): 1992 e 1993
- Treinador Sul-Americano do Ano: 1992
- 13º Maior Treinador de Todos os Tempos da World Soccer: 2013
- 35º Maior Treinador de Todos os Tempos da France Football: 2019
Que tal se aprofundar no mundo esportivo e ir além? Confira aqui no Esportelândia:
- Cássio: história, títulos, gols sofridos e curiosidades
- Campeonato Japonês: campeões, artilheiros e história
- Campeonato Equatoriano: campeões, artilheiros e história
- Campeonato Colombiano: campeões, artilheiros e história
- Campeonato Paraguaio: campeões, artilheiros e história
- Campeonato Peruano: campeões, artilheiros e história
- Campeonato Alemão: campeões, artilheiros e recordes da Bundesliga
- Maiores artilheiros do Campeonato Brasileiro: veja a lista!
- Campeonato Brasileiro Série A: campeões, artilheiros e recordes
- Jogo Bonito (Netflix) – Pelé, Maradona, Messi, Cruyff e Raphinha: 17 referências reais no filme que você não percebeu
Repórter no Esportelândia. Licenciado em Literatura Inglesa. Jornalista com passagens por Quinto Quarto, Blog de Escalada, Minha Torcida, Futebol Interior e Techpost. Está no Esportelândia desde 2022.