A Série C do Campeonato Brasileiro é um território ainda a ser explorado pelo torcedor do Brasil.
Lar de rivalidades regionais e de choques culturais, a competição tem, ao mesmo tempo, resquícios de um futebol mais popular e esboços de projetos esportivos mais modernos. E muita história, claro.
No texto a seguir, reunimos todas as principais informações da Série C. E em mais de 30 anos de campeonato, são muitas. Campeões, artilheiros, onde assistir, recordes, enfim, um conteúdo completo sobre uma das mais interessantes competições do país.
História da Série C do Campeonato Brasileiro
A primeiríssima edição da Série C do Campeonato Brasileiro foi disputada em 1981. Chamado de Taça de Bronze, era formada pelo terceiro escalão dos clubes nacionais, abaixo das Taças de Prata e de Ouro.
Se nos anos 1980 as competições da elite já enfrentavam diversos problemas de organização, aos torneios de menor “grife” era reservado o desprezo — e os campeonatos estaduais e regionais, pelo menos.
Assim, a terceira divisão do Brasileirão só voltou a ocorrer em 1988, com o nome de “Divisão de Acesso”. Foi a estreia do sistema de divisões do futebol nacional. A novidade, no entanto, não impediu a desorganização.
Dali até 1994, a Série C do Campeonato Brasileiro foi um torneio intermitente. Em 1987, 1989, 1991 e 1993, a competição simplesmente não aconteceu. De 1994 a 1999, terceira divisão pode enfim gozar de uma certa continuidade.
Na época, o número de participantes se alterava de um ano para o outro, mas sempre em torno de sessenta. A “triagem” dessa enorme quantidade de times se fazia por meio de dezenas de grupos regionais.
As fases finais também não tinham regulamentos padrões, se alternando entre mais grupos de pontos corridos e insanas eliminatórias. Teve até ano que as eliminatórias da segunda fase levavam para um quadrangular final, de pontos corridos, claro.
A Copa Havelange e a fase moderna da Série C
Tudo ia mais ou menos bem na terceira divisão do futebol brasileiro até 1999. Em 2000 houve a famigerada Copa Havelange, que dissolveu o campeonato por um ano.
Entre 2001 e 2008 foram os últimos anos da Série C como última divisão do Campeonato Brasileiro. Em 2009, com a adição da Série D, a Terceirona passou a ser um torneio mais curto, com vinte equipes. Tornou-se também um pouco mais organizado.
O penúltimo formato da competição foi formalizado em 2014: primeira fase com dois grupos de 10 equipes e uma segunda fase de mata-mata com jogos ida e volta. A emoção era garantida, mas pouco premiava as equipes que montavam projetos mais regulares e duradouros.
Então, em 2020, o mata-mata foi substituído por outra fase de grupos, que aí sim distingue os quatro times do acesso — e os dois que disputam as finais, obviamente.
Quais times grandes já caíram para a Série C?
A Série C já recebeu alguns times de grande expressão nacional em seus mais de vinte anos de história. Até hoje, porém, não houve clube maior que o Fluminense, que jogou e foi campeão da edição de 1999.
O Flu, que tinha Roger Flores, Marcão e Magno Alves no elenco, além do técnico Carlos Alberto Parreira, tornou-se então o único time a conquistar o acesso diretamente da terceira para a primeira divisão. A equipe carioca foi beneficiada pela Copa João Havelange, que substituiu o Brasileirão especificamente em 2000.
Além do Fluminense, outras equipes com tradição no futebol brasileiro disputaram a Série C. Entre eles, Bahia, bicampeão da Série A, que jogou a Série C em 2006 e em 2007, e Guarani, também vencedor do Brasileirão, que disputou a terceira divisão em seis oportunidades.
Juventude, Santo André e Criciúma, todos campeões da Copa do Brasil, e São Caetano e Portuguesa, ambos já vice-campeões da Série A do Campeonato Brasileiro, também participaram de pelo menos uma edição da terceirona.
Como funciona a Série C?
Atualmente a Série C funciona como um torneio misto, com duas fases de pontos corridos e uma final em dois confrontos. Seu regulamento é simples:
- A primeira fase divide dois grupos de dez equipes por proximidade regional. Todos do mesmo grupo se enfrentam em dois turnos. São 18 partidas por time, portanto. Os quatro melhores do grupo avançam à segunda fase; os dois piores são rebaixados para a Série D.
- Na segunda fase, são também dois grupos, dessa vez com as equipes misturadas. Os jogos são novamente restritos aos grupos em dois turnos. São 6 jogos por equipe. Os dois melhores do grupo garantem o acesso à Série B; o melhor avança à final.
- A final é decidida em duas partidas. O time com a melhor campanha disputa o segundo jogo em casa.
Quantos times disputam a Série C?
Desde 2014, a Série C do Campeonato Brasileiro é disputada por 20 times. Oito deles renovam-se ano a ano. Quatro vêm do acesso da Série D e outros quatro do rebaixamento da Série B.
A distribuição, no entanto, não é igualitária. Ela segue o Ranking Nacional de Federações (RNF). A Federação melhor colocado tem quatro vagas; as oito seguintes, três; as demais, duas.
Onde assistir à Série C?
Você pode assistir à Série C pelo canal Nosso Futebol, por assinatura em pay-per-view.
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Quais times disputam a Série C 2023 ?
Conheça os times que participam da Série C de 2023:
- América-RN
- Pouso Alegre
- São Bernardo
- Amazonas FC
- Volta Redonda
- Brusque
- Operário-PR
- Náutico
- CSA
- Altos
- Aparecidense
- Botafogo-PB
- Confiança
- Figueirense
- Floresta
- Manaus
- Remo
- Paysandu
- São José-RS
- Ypiranga-RS
Lista de todos os campeões da Série C
- 1981 – Olaria
- 1987 – Operário-MS e Americano-RJ*
- 1988 – União São João
- 1990 – Atlético Goianiense
- 1992 – Tuna Luso
- 1994 – Novorizontino
- 1995 – XV de Piracicaba
- 1996 – Vila Nova
- 1997 – Sampaio Corrêa
- 1998 – Avaí
- 1999 – Fluminense
- 2000 – Malutron
- 2001 – ETTI/Paulista de Jundiaí
- 2002 – Brasiliense
- 2003 – Ituano
- 2004 – União Barbarense
- 2005 – Remo
- 2006 – Criciúma
- 2007 – Bragantino-SP
- 2008 – Atlético Goianiense
- 2009 – América-MG
- 2010 – ABC
- 2011 – Joinville
- 2012 – Oeste-SP
- 2013 – Santa Cruz
- 2014 – Macaé
- 2015 – Vila Nova
- 2016 – Boa Esporte
- 2017 – CSA
- 2018 – Operário
- 2019 – Náutico
- 2020 – Vila Nova
- 2021 – Ituano
- 2022 – Mirassol
- 2023 – Amazonas
Maiores campeões da Série C
Os dois maiores campeões da Série C do Campeonato Brasileiro são o Vila Nova e o Atlético Goianiense. Os rivais goianos conquistaram lideram o número de troféus.
O Vila Nova é o maior vencedor da competição com três títulos, 1996, 2015 e 2020.
Já o Atlético levantou o troféu pela primeira vez em 1990, ainda na era dos campeonatos intermitentes. A segunda vez foi em 2008, quando o Dragão deixou a terceirona de vez.
No mais, o Sampaio Corrêa foi quem mais chegou perto do bicampeonato da Série C. Campeão em 1997, o Bolívia bateu na trave em 2013 e em 2019. Foi vice nas duas oportunidades.
Artilheiros da Série C
Ano | Jogador | Gols | Time |
1981 | Müller | 5 | São Borja |
1981 | Fabinho | 5 | Santo Amaro-PE |
1990 | Júlio César | 10 | Atlético Goianiense |
1992 | Jorge Veras | 9 | Ferroviário-CE |
1995 | Serginho | 6 | XV de Piracicaba |
1996 | Marcelinho Paraíba | 16 | Rio Branco-SP |
1997 | Marcelo Baron | 9 | Sampaio Corrêa |
1998 | Kléber Pereira | 25 | Moto Club |
1999 | Aldrovani | 13 | Figueirense |
2000 | Murilo | 13 | Tuna Luso |
2001 | Edmilson | 14 | Brasiliense |
2001 | Jean Carlos | 14 | Paulista de Jundiaí |
2001 | Rodrigo Ayres | 14 | Atlético Goianiense |
2002 | Wellington Dias | 11 | Brasiliense |
2002 | Túlio Maravilha | 11 | Brasiliense |
2003 | Nilson Sergipano | 11 | Botafogo-PB |
2004 | Carlos Frontini | 10 | União Barbarense |
2004 | Marciano | 10 | Limoeiro |
2004 | Victor | 10 | Gama |
2005 | Paulinho Marília | 10 | América-RN |
2006 | Sorato | 16 | Bahia |
2007 | Túlio Maravilha | 27 | Vila Nova |
2008 | Marcão | 25 | Atlético Goianiense |
2009 | Marciano | 8 | Icasa |
2009 | Nena | 8 | ASA |
2010 | Bruno Rangel | 8 | Paysandu |
2011 | Ronaldo Capixaba | 11 | Joinville |
2012 | Dênis Marques | 11 | Santa Cruz |
2013 | Assisinho | 12 | Fortaleza |
2014 | Ytalo | 12 | Guratinguetá |
2015 | Guilherme Queiróz | 12 | Portuguesa |
2016 | Jones Carioca | 12 | ABC |
2017 | Rafael Grampola | 13 | Joinville |
2018 | Caio Dantas | 11 | Botafogo-SP |
2019 | Eduardo | 8 | Treze-PB |
2019 | Luiz Eduardo | 8 | São José-RS |
2019 | Negueba | 8 | Globo |
2019 | Salatiel | 8 | Sampaio Corrêa |
2020 | Thiago Alagoano | 12 | Brusque |
2021 | Quirino | 10 | Ypiranga de Erechim |
2022 | Alex Henrique | 12 | Aparecidense |
2023 | Sassá | 18 | Amazonas |
Qual o maior artilheiro da história da Série C?
Túlio Maravilha é o maior artilheiro de uma única edição da Série C. O atacante marcou 27 gols na edição de 2007 da terceirona. O centroavante é também um dos únicos jogadores a ser duas vezes o goleador máximo da competição.
Em 2002, ele anotou 11 gols e terminou empatado Wellington Dias, curiosamente seu companheiro de ataque no Brasiliense.
O outro jogador a ser “bi artilheiro” da Terceirona é o atacante Marciano. Ele fez 10 gols pelo Limoeiro, em 2004, e oito pelo Icasa, em 2009.
Recordes da Série C
- O Confiança é o clube com maior número de participações na Terceirona. O time sergipano disputou nada menos que vinte edições.
- O Fortaleza foi o time que mais disputou edições consecutivas da Série C em sua era moderna. Foram sete edições com o Leão, entre 2010 e 2017.
- O clube cearense detém também o recorde de público da competição. 63.903 pessoas assistiram à Fortaleza 0 x 0 Brasil de Pelotas, em 2015. O mesmo número foi registrado em outras duas partidas do Leão: contra o Juventude, em 2016 ( 1 a 1) e contra o Macaé, em 2014 (1 a 1).
- A maior goleada da história da Série C foi aplicada pelo América Mineiro sobre o Jataiaense, em 2006. O Coelho fez nada menos que 9 a 0 sobre o time goiano.
- O maior artilheiro de uma única edição da Série C é Túlio Maravilha, que marcou 27 gols em 2007.
- A edição de 2019 da Terceirona registrou o maior número de artilheiros em uma única edição. Quatro jogadores marcaram oito gols cada e dividiram a distinção.
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Jornalista formado pela UNESP, foi repórter da Revista PLACAR. Cobriu NBB, Superliga de Vôlei, A1 (Feminino), A2 e A3 (Masculino) do Campeonato Paulista e outras competições de base na cidade de São Paulo. Fanático por esportes e pelas histórias que neles acontecem, dos atletas aos torcedores.