Alexandre Borba. Talvez você não conheça esse nome, mas tenho certeza que o apelido Gaules… sim. Afinal, trata-se de uma das maiores celebridades brasileiras do esport atualmente. Ele está em todos os lugares! E por onde anda, leva consigo uma legião de fãs.
Para chegar ao topo da Twitch, Gaulês superou várias dificuldades na vida. Começou como pro player, abriu empresas, investiu mal e chegou a nem ter onde dormir. Mas o paulista deu a volta por cima e conseguiu sobreviver. Graças à sua tribo.
Conheça agora a história de Gaules!
História de Gaules
Alexandre “Gaules” Borba se apaixonou por Counter-Strike ainda moleque. Com 14 anos, visitava a Monkey Lan House de Tatuapé todos os dias para tentar cavar uma vaga no time local, sempre recebendo “não” como resposta.
A equipe era fechada, os jogadores eram mais velhos e seria uma missão difícil conquistar o seu sonho. Naquela época, o pequeno player não tinha dinheiro para bancar horas de jogatina no estabelecimento. Restava assistir ao pessoal. Sempre de longe.
Tamanha insistência fez com que o dono da lan house criasse um quinteto secundário. Uma “categoria de base”, por assim dizer. Gaules foi incumbido de liderar a line up. E assim surgiam os seus primeiros passos no esport.
Em 2001, quando a Monkey Tatuapé foi disputar a seletiva da Cyberathlete Professional no Rio de Janeiro, Gaules viajou junto com o time principal. Os titulares estavam jogando mal e resolveram apostar no garoto – que entrou no meio de uma partida na Cobblestone. Ele agarrou a chance, apresentou performance impressionante e nunca mais saiu do elenco.
Acontece que a lan house decidiu acabar com as equipes regionais e formar apenas uma única seleção que contemplasse o Brasil inteiro. Alexandre ficou de fora, mas essa foi uma oportunidade única para fazer história.
Fundação da g3x
Após ser kickado da Monkey, Gaules resolveu montar sua própria organização de Counter-Strike. O pro player chamou alguns amigos de Tatuapé e assim nascia, em julho de 2001, a lendária g3nerationX.
A primeira line contou com as presenças de “vip”, “crash”, “Mee” e “Feijaum”. E o primeiro campeonato do recém-fundado quinteto fora a inauguração da Monkey Santa Cruz. Coincidência do destino, não? Alexandre deu o troco e derrotou a seleção da lan house.
Com a chegadas dos icônicos jogadores Raphael “cogu” Camargo e Carlos Henrique “Kiko” Segal, a g3x ganhou forma e viajou até a Coreia do Sul para disputar a sua primeira competição internacional: as finais da World Cyber Games. O time encarou grandes potências mundiais e cravou a 7-8ª colocação.
A organização tornou-se praticamente imbatível em solo brasileiro, chegando a perder nenhuma partida competitiva entre 2001 e 2003.
Mudança para a MIBR
Com o tempo, o inevitável aconteceu. A g3x se desgastou e Gaules precisou arrumar um novo rumo como pro player. Em 2007, recebeu um convite para liderar a MIBR.
Ele aceitou a proposta, reuniu jogadores de ponta e gerenciou uma das melhores line ups brasileiras da história do Counter-Strike. Foi nesse período que ele precisou tomar uma decisão difícil: “pendurar o mouse” e tornar-se treinador.
Como coach, conduziu Bruno “bit” Lima, Thiago “btt” Monteiro, Lincoln “fnx” Lau, Olavo “chucky” Napoleão e Wellington “ton” Caruso ao título mais expressivo do Brasil no C.S 1.6: DreamHack Winter 2007. A Made in Brazil bateu adversários de peso como Fnatic, SK Gaming e emuLate – algo que parecia impossível naquela época – e ficou com a taça.
Em 2008, Gaules largou os campeonatos para se dedicar à faculdade de Marketing, sendo contratado pela Samsung posteriormente.
Projetos, falência e depressão
Ganhando pouco e trabalhando muito (por algo que não era sua paixão), não tardou para que Alexandre Borba abandonasse o emprego tradicional e retornasse ao universo dos esports. Em 2011, ele abriu uma produtora e ajudou a organizar vários projetos como Brazil Gaming League, Agência X5 e a Mega Arena X5.
Durante o período, Gaules foi responsável por auxiliar a profissionalização de várias equipes de Counter-Strike no país. Pode-se dizer tranquilamente que o crescimento do cenário competitivo em âmbito nacional em muito teve a sua participação.
Em 2017, as coisas começaram a piorar. O até então empresário viu seus negócios darem errado, suas finanças acabarem e seus sonhos indo por água abaixo. Em determinado ponto, Gau já não tinha teto para morar e nem comida para sobreviver. Ele foi diagnosticado com depressão e até cogitou suicídio.
Com a ajuda de seus ex-companheiros de g3x, conseguiu recursos o suficiente para alugar um apartamento, comprar um computador e começar a streamar. Foi aí que sua vida mudou completamente. Para sempre.
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Streamer Gaules
Nascia em 2018, na Twitch, um dos maiores fenômenos do esport brasileiro. Alexandre Borba se dedicou exclusivamente às streams e conquistou uma legião de fãs, a qual começou a chamar carinhosamente de “tribo”.
Sem amigos, parentes e dinheiro, a tribo passou a ser sua família. E o jogador orgulha-se infinitamente de ter cultivado o carinho de tanta gente.
No início, Gaules streamava para meia dúzia de pessoas. Ele recebeu críticas de pessoas do meio, mas não desistiu. Ainda em 2018, especificamente em setembro, seu canal foi a live de Counter-Strike mais assistida do mês. E a partir daí, as coisas só melhoraram.
Enquanto a saúde mental era reconstruída, os números aumentavam exponencialmente na Twitch. Seu grande trunfo foram as transmissões de campeonatos. Graças ao seu carisma e jeito irreverente, muitas pessoas preferiam acompanhar as partidas no canal do ex-jogador do que nos veículos oficiais. E aí Gau tornou-se unanimidade.
“A tribo me curou”, disse o streamer em entrevista emocionante à ESPN.
Reinado na Twitch
Hoje Gaules é o streamer em língua portuguesa com mais horas totais assistidas na plataforma (9.073.992, cinco milhões a mais que o vice-colocado Alanzoka) e o terceiro mais seguido da plataforma com 1.801.642 milhão de followers.
Alexandre se tornou um fenômeno, criador de espetáculos e gênio do entretenimento. O streamer entra ao vivo todos os dias para jogar e transmitir campeonatos. É patrocinado por empresas gigantescas e realiza diversos eventos ao longo do ano.
Gau também se notabiliza pelas causas sociais. É comum vê-lo angariar recursos e doações para instituições de caridade e pessoas necessitadas. Segundo o próprio, uma forma de retribuir a ajuda, o carinho e a confiança que a tribo depositou nele.
Recorde de audiência na Twitch
Gaules é um legítimo quebrador de recordes. Em junho de 2020, durante a transmissão da partida entre MIBR e Evil Geniuses pela BLAST Premier Spring, o streamer conseguiu reunir a estratosférica quantia de 270 mil espectadores simultâneos, número que até hoje não foi batido. Por ninguém.
Onde acompanhar Gaules?
Clique nas palavras para se seguir as redes sociais de Gaules.
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*Última atualização feita em 31 de agosto de 2020
Julio César Puiati é jornalista formado pela PUC Minas e pós-graduado em Jornalismo Digital pelo UniBH. Editor-chefe da PL Brasil, redator do TechTudo e apaixonado por esportes – sobretudo futebol e basquete. Especialista em games, Premier League e NBA. Antes que me pergunte: esport é esporte sim!