Você provavelmente já se perguntou o que é gaming house caso tenha acompanhado minimamente o cenário de esports nos últimos tempos.

Pois bem, estamos aqui para te ajudar a entender esse conceito! Trata-se de uma estratégia bem singular adotada por equipes profissionais de esportes eletrônicos.

É algo que não se vê em esportes tradicionais como futebol, basquete e vôlei. E nós te explicamos o porquê agora. Segue o fio!

O que é gaming house?

o que é gaming house
Gaming house da KaBuM

Gaming houses são instalações que acomodam jogadores profissionais de esportes eletrônicos. Os pro players utilizam essas casas (ou apartamentos) para treinar e morar.

Essa prática é bastante comum no ramo e faz parte do cenário desde a explosão dos torneios competitivos. Muitas equipes do Brasil e do mundo ainda são adeptas da estratégia, embora esteja começando a cair em desuso.

Podemos dizer que a funcionalidade dos times de esports se tornou viável graças a operação das gaming houses. Com elas, diversos jogadores puderam sair de suas respectivas cidades natais para viver o grande sonho.

Como surgiram as gaming houses?

quanto custa uma gaming house
Mansão da LOUD

Acredita-se que as gaming houses tenham surgido no começo do anos 2000 – o que coincide com o crescimento de torneios, principalmente no CS:GO. A ideia teria sido arquitetada pelos sul-coreanos Lim “BoxeR” e Hong “YellOw”, jogadores de Starcraft.

Naquela época, os esports não movimentavam cifras milionárias como hoje. Era difícil bancar uma equipe profissional, fosse em qualquer modalidade. Aliar treino e moradia em um único espaço físico reduziria drasticamente os gastos.

A estratégia se popularizou na Coreia e rapidamente foi reproduzida em vários outros países, como o Brasil. As primeiras gaming houses aqui foram construídas pelas equipes mais antigas de LoL: paiN, KaBuM, Keyd, INTZ e CNB.

Como funciona uma gaming house?

como funciona uma gaming house
Jogadores da Fnatic se alimentando no refeitório

As gaming houses são idênticas a uma casa normal. São compostas por quartos de dormir, banheiros, cozinhas, áreas externas e outros cômodos tradicionais. A diferença é que elas são equipadas com salas de treinamento.

São nessas áreas onde ficam os computadores e demais instrumentos de trabalho. Os pro players realizam seus treinamentos, assistem a replays, estudam o jogo, fazem reuniões e executam quaisquer outras tarefas relacionadas à profissão.

Quando os treinos acabam, eles ficam livres para continuar lá (jogando por lazer ou realizando streams), ir a outros espaços, praticar hobbies, sair de casa, se alimentar, tomar banho e tudo o que é normal na rotina de uma pessoa.

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Gaming house da INTZ

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Quartel general da INTZ

Atualmente, a maior gaming house da América Latina é da brasileira INTZ. O terreno mede aproximadamente 1000 m² e a casa é dividida em quatro andares, projetada para receber até 30 atletas. Vivem e trabalham lá jogadores de diversos jogos como LoL e Free Fire.

O local também possui áreas administrativas reservadas a membros da estafe, estúdios para gravações de vídeos e salas de patrocinadores próprias para streamers. Os times, além de contratarem pro players, também investem em celebridades da Twitch!

Gaming house da GEN.G

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Prédio da sul-coreana GEN.G

A gaming house da sul-coreana GEN.G é outro exemplo de inovação e estrutura. O prédio, inaugurado no final de 2018, conta com sete andares! O espaço comporta as equipes de League of Legends, PUBG, Overwatch e outras modalidades.

As salas receberam nomes de personagens icônicos dos games, como Super Mario, Bubble Bubble e Pac Man. Além dos quartos e ambientes de treino, a casa ainda é equipada com um gigantesco refeitório. Coisa de outro mundo!

O que é gaming office?

o que é gaming office
Gaming office da Havan Liberty

Lembra que eu te falei que as gaming houses estavam perdendo espaço no mundo dos esports? Bom, eu vou te explicar o porquê agora. No início, quando tudo ainda era “mato”, essas estruturas realmente eram as melhores instalações possíveis para os times.

O negócio é que os esportes eletrônicos evoluíram muito de uns tempos pra cá. As organizações firmaram patrocínios milionários, captaram mais recursos e tudo se desenvolveu de uma maneira absurda.

Isso escancarou os principais pontos negativos das gaming houses: falta de liberdade e desgaste. Imagina morar com os colegas da sua equipe? Conviver com eles todo santo dia? E, de quebra, dividir quartos? É impossível não sair faísca.

Diversos pro players começaram a ficar insatisfeitos com a rotina. E cobraram por mudanças. Felipe “brTT”, atualmente atirador da paiN, foi o principal crítico do sistema aqui no Brasil. Em meio a toda essa pressão, um novo modelo surgiu.

Tratam-se dos gaming offices. São estruturas igualmente equipadas com computadores e outros espaços profissionais. A diferença é que os atletas só colocam o pé lá para treinar. Após as tarefas, voltam para as suas respectivas casas. É como se fossem os CTs do futebol.

Gaming house x Gaming office

gaming office
Gaming office da 100 Thieves custou 146 milhões de reais

Não há a escolha perfeita. Algumas equipes investem em gaming houses. Outras, em gaming offices. Cada estrutura tem os seus prós e contras.

A gaming house é melhor do ponto de vista financeiro. Isso no âmbito dos jogadores. Alguns atletas saem de muito longe para trilhar o sonho de ser pro player. E muitas vezes não dispõem de recursos para bancar um apartamento, por exemplo, na nova cidade. É mais vantajoso morar em uma casa totalmente bancada pelo time.

Já o gaming office é melhor sob a ótica operacional. Sem falar da convivência. Como os jogadores só se encontram no local para treinar, o atrito do dia a dia diminui drasticamente. Eles também precisam ser pontuais para chegarem no escritório, o que diminui a chance de atrasos e distrações.

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*Última atualização feita em 14 de agosto de 2020