Arenas lotadas, legiões de fanáticos, cobertura da grande mídia, premiação milionária, times gigantes, atletas profissionais… poderíamos estender por quilômetros a lista dos resultados do enorme crescimento dos esports no mundo.
Tal ponto foi alcançado porque os times e empresas envolvidos fizeram uma leitura precisa da sua base, aliando novos hábitos de consumo com consagradas estratégias de mídia. O resultado foi uma expansão que extrapolou projeções e que viabilizou um potencial econômico que ainda há de ser melhor explorado.
Se você acha esse papo muito mercadológico, então, como diriam as redes, você não está pronto para essa conversa. Afinal, foi evoluindo como um produto que o esports deram passos crescentes rumo a consolidação esportiva.
E mesmo que você não esteja preparado, fique tranquilo. No texto abaixo falemos tudo sobre o crescimento dos esports, suas causas, seus impactos e até o seu futuro.
O crescimento dos esports no Mundo
Falar do crescimento dos esports é também falar de onde que partiu essa expansão. O primeiro campeonato de jogos eletrônicos que se tem registro foi nos anos setenta, na universidade estadunidense de Stanford, uma organização totalmente amadora e valendo a assinatura da Revista Rolling Stone.
Algo um pouco mais robusto só foi acontecer no começo dos anos 2000, em iniciativas da Nintendo. A empresa japonesa ainda dava as cartas no mercado mundial de games e já conseguia reunir bastante gente, principalmente na sua terra natal.
Mais para frente, beirando a década de 2010, campeonatos começaram a pipocar, de jogos esportivos, first-person-shooter (FPS) e principalmente de combate estilo arcade. Primeiro foram atrelados à eventos como feiras de games e de eletrônicos e depois entraram na rede como atrações dentro dos próprios universos dos jogos.
A revolução do Twitch
Os esports começaram a crescer como produto midiático a partir da Twitch. O site, que permite que qualquer usuário inicie streamings pessoais de vídeo talvez seja o principal vetor de toda a transformação dos esportes eletrônicos.
A plataforma foi o canal preciso e perfeito para transformar a base consumidora dos games em um hábito de consumo. Até porque tudo aconteceu organicamente.
Antes do boom do esports, gamers entravam em massa para acompanhar os streamings de outros gamers influenciadores, que basicamente transmitiam e comentavam as suas sessões de jogatinas.
O sucesso do site foi uma loucura. Canais batiam milhões de acessos, de inscritos e de espectadores e usuários faziam uma boa grana via monetização por visualização e até por doação daqueles que consumiam seus conteúdos.
Do Twitch para a TV
Foi até natural que as transmissões dos campeonatos de esports, como de League of Legends (LoL) e Counter–Strike (CS) fossem feitas via Twitch, assim, claro, como o seu respectivo sucesso de público.
A audiência, então, escorou o vertiginoso crescimento dos esportes eletrônicos no mundo. As milhões de visualizações viraram milhares de pagantes em eventos, atraíram patrocinadores e geraram polposas premiações.
Assim, a relevância de algo que movimentava dinheiro e pessoas passou a ser inapelável, e os esports passaram a ter grande cobertura midiática e até de maneira especializada.
O Crescimento dos esports no Brasil
O crescimento dos esports no Brasil ilustra muito bem o processo descrito acima. A partir das transmissões de campeonatos de LoL e de CS, o quarto país que mais joga games no mundo passou também a ser o terceiro que mais os assiste.
A criação do Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLoL) veio na esteira desse sucesso e fez os esportes eletrônicos explodirem de vez, com a maioria dos times montados com estrelas das twitchcams que, claro, também eram muito bem ranqueadas dentro de seus respectivos games.
O grande termômetro desse novo momento foi a final da edição de 2015 do CBLoL, que simplesmente lotou o Allianz Parque, estádio do Palmeiras com capacidade para mais de 40 mil pessoas.
Público, renda, engajamento, patrocínio, construção de marca, o evento teve de tudo. E mudou a maneira como os esports são encarados por aqui.
O mercado de esports no Brasil
O sucesso de um evento de esports num estádio de futebol é bastante simbólico do momento da modalidade na mundo e do seu mercado no Brasil.
Primeiro porque crescem os clubes que investem em esports, montando equipes planejadas de fato e que tem potencial para dominar o cenário nacional no futuro, trazendo consigo partes de suas enormes torcidas.
Depois, a mesma mídia que cobre o futebol está pautando cada vez mais os esports. Uol, ESPN, Globoesporte, todo mundo está com editorias específicas e com pessoal especializado.
Até os canais Sportv e Bandsports dedicam horas de suas transmissões aos esportes eletrônicos. Mais do que aderir à uma moda, os veículos brasileiros estão se adaptando à uma realidade. A modalidade, afinal, é a que mais cresce entre os jovens brasileiros.
No esporte, velhas estratégias
Falamos em adaptação da mídia esportiva brasileira, e não em conversão, porque há uma troca interessante. Se os games trazem o público jovem, os veículos aplicam suas seculares estratégias para valorizar a modalidade, esportivamente falando.
Nos sites e canais, os esportes têm uma cobertura nos mesmos moldes do futebol, isto é, com narradores e comentaristas nos jogos, com o aprofundamento dos pro players como personagens e com a constante construção de narrativas das competições — como o domínio de um time ou a reviravolta de um jogador em má fase.
Tudo isso contribui não só para o crescimento mas principalmente para a evolução dos esports, que já sabe onde e como atrair muita gente e que agora sabe muito bem o que fazer com elas.
Os Maiores times de esports
- Cloud9
Jogos: League of Legends, Overwatch, Fortnite, Counter-Strike: Global Offensive, Rainbow Six Siege, Clash Royale
- Team SoloMid
Jogos: League of Legends, Fortnite, PlayerUnknown’s Battlegrounds, H1Z1, Clash Royale, Hearthstone - Team Liquid
Jogos: League of Legends, Counter-Strike: Global Offensive, DOTA 2, Fortnite, Hearthstone, Rainbow Six Siege, Clash Royale, PlayerUnknown’s Battlegrounds
- Echo Fox
Jogos: League of Legends, H1Z1, Dragonball Fighter 2, Injustice 2, Super Smash Bros, Street Fighter, Shadowverse - OpTic Gaming
Jogos: League of Legends, Fortnite, Call of Duty: Global Offensive, DOTA 2, FIFA, Clash Royale, Rainbow Six Siege
- Gen.G Esports
Jogos: League of Legends, Overwatch, PlayerUnknown’s Battlegrounds, Heroes of the Storm, Clash Royale - G2 Esports
Jogos: League of Legends, Counter-Strike: Global Offensive, Hearthstone, Fortnite, Rainbow Six Siege, Rocket League, Clash Royale - Immortals
Jogos: Overwatch, Counter-Strike: Global Offensive, Clash Royale, Rainbow Six Siege - Envy Gaming
Jogos: Overwatch, Call of Duty, Counter-Strike: Global Offensive, Fortnite, PlayerUnknown’s Battlegrounds
Maiores times de esports do Brasil
- Imperial eSports
Jogos:Counter-Strike: Global Offensive – CS:GO - FURIA
Jogos: Counter-Strike: Global Offensive – CS:GO - Teamone
Jogos: League of Legends, CS:Go, Rainbow Six, PUBG Mobile, FORTNITE. - MIBR
Jogos: CS:GO, Rainbow Six - Kabum! e-Sports
Jogos: CS:Go, League of Legends
Depois de entender melhor o crescimento dos esports, a hora agora é de mergulhar no universo dos games:
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- Conheça os 8 melhores times de LoL do mundo e do Brasil
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Jornalista e formado em análise de desempenho (Futebol). Comentarista das rádios Bate Fundo Esportivo e Web MF. Passou por FNV Sports, PL Brasil, Strikers, OFutebolero e Futebol na Veia. Está no Esportelândia desde 2023. Apaixonado por grandes histórias.