O ciclismo, que começou como uma simples atividade recreativa e meio de transporte, evoluiu para se tornar um esporte competitivo de grande importância.

A história do ciclismo remonta ao final do século XIX, quando as primeiras competições eram realizadas exclusivamente em estradas. Hoje, o ciclismo abrange um vasto leque de disciplinas, que incluem diversas competições.

O ciclismo se tornou uma modalidade rica em diversidade e competição, com provas que atraem milhões de espectadores ao redor do mundo. O crescimento das diferentes modalidades mostra como ele se tornou uma das práticas esportivas mais desafiadoras.

Tudo sobre Ciclismo [2024]: história, modalidades e regras
História do ciclismo começou com provas de estrada, como acontece no Tour de France (Icon Sport)
História do ciclismo

O ciclismo como esporte teve suas raízes na Europa durante a segunda metade do século XIX. A primeira competição oficial ocorreu em 31 de maio de 1868, no Parc de Saint-Cloud, em Paris, onde o britânico James Moore se tornou o primeiro vencedor.

Com o crescimento do ciclismo, a modalidade foi incluída no programa da primeira edição dos Jogos Olímpicos modernos, em Atenas, em 1896. A prova inaugural percorreu o mesmo trajeto da tradicional maratona.

Após uma breve ausência nas três edições seguintes dos Jogos Olímpicos (Paris, St. Louis e Londres), o ciclismo retornou de forma permanente ao programa olímpico em Estocolmo, em 1912.

A participação feminina no ciclismo olímpico só começou em 1984, durante os Jogos de Los Angeles, com a prova individual de estrada. Atualmente, o programa olímpico de ciclismo inclui cinco modalidades, sendo o BMX Freestyle a adição mais recente.

A história do cilismo paralímpico

Para entender ainda mais sobre a modalidade, vale pontuar brevemente como o ciclismo paralímpico chegou ao cenário.

O ciclismo paralímpico se destaca dentro do panorama esportivo por sua diversidade e pela inclusão de atletas com diferentes tipos de deficiências físicas e visuais

. Esta modalidade esportiva segue as regras estabelecidas pela União Internacional de Ciclismo (UCI), com adaptações específicas para o contexto paralímpico.

Os atletas, que incluem pessoas com paralisia cerebral, amputações e lesões medulares, encontram no ciclismo paralímpico uma oportunidade para a superação e para competir em alto nível.

Desde sua inclusão nas competições paralímpicas, o ciclismo paralímpico tem proporcionado momentos marcantes e inspiradores, evidenciando a superação e o talento dos atletas.

Modalidades do Ciclismo

  • BMX
  • BMX Freestyle (estilo livre)
  • Ciclismo de estrada
  • Mountain bike 
  • Ciclismo de pista

BMX

A sigla BMX se refere a Bicycle MotoCross. O esporte é conhecido também como BiciCross. O BMX é disputado nos Jogos Olímpicos desde a edição de Pequim, em 2008.

O BMX surgiu em consequência da admiração de jovens norte-americanos pelo MotoCross. A vontade de imitar as manobras dos ídolos aliada à falta de equipamento fez com que bicicletas fossem utilizadas em pistas de terra.

Em 1981, surgiu a Federação Internacional de BMX. Um ano depois, ocorreu o primeiro Campeonato Mundial da categoria, disputado em Dayton, nos Estados Unidos.

As provas do BMX são disputadas em baterias com 8 atletas cada, até se chegar à final. As bicicletas utilizadas pelos competidores possuem rodas com aro 20”, além de uma marcha e um freio. 

A largada é dada de uma plataforma de cerca de 10m de altura e os atletas passam por obstáculos montados na pista até cruzar a linha de chegada.

Tudo sobre Ciclismo [2024]: história, modalidades e regras
BMX Racing, ou de corrida, está nas Olimpíadas desde 2008 (foto/Keita Iijima/AP/SIPA /SIPA)

BMX Freestyle

O BMX estilo livre, ou Freestyle, passou a integrar o programa dos Jogos Olímpicos a partir da edição de Tóquio em 2020.

Embora sua participação nos Jogos Olímpicos seja recente, o BMX Freestyle é praticado desde os anos 1970 e foi também nessa década que o esporte chegou ao Brasil.

Com bicicletas de aro 20″, os atletas realizam manobras desafiadoras, incluindo giros e saltos no ar que parecem desafiar a gravidade. No BMX Freestyle, existem seis modalidades: Street, Mini Ramp, Dirt Jump, Flatland, Vertical e Park.

A diferença entre os estilos de BMX Freestyle reside no local e na forma como as manobras são executadas. Entenda as diferenças:

  • Dirt Jump: é praticado em rampas de terra, com alturas e distâncias variadas. Podem ser rampas únicas, doubles, ou sequenciais, chamadas de trails.
  • Vertical: assim como acontece na modalidade com o mesmo nome no skate, são usadas rampas em formato de “U”, também chamadas de half pipe.
  • Mini Ramp: tem altura e tamanho inferiores ao Vertical. São realizadas manobras de bordas, associadas a manobras de salto e aéreos, geralmente, em rampas de madeira.
  • Street: praticado nas ruas ou em pistas que simulem ruas que tenham corrimões, escadas e rampas, dos mais variados tipos.
  • Flatland: uma apresentação no solo sem rampas ou pulos, considerado o mais livres dos estilos onde cada piloto faz sua session buscando dificuldade e equilíbrio aliados a criatividade.
  • Park: praticado em percursos fechados (skateparks ou bikeparks) onde se encontram diferentes obstáculos, como rampas, bancadas, paredes e corrimões.
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    Chinesa Sun Jiaqi, durante final da série qualificatória para Paris 2024 (Icon Sport)

Ciclismo de estrada

Esta modalidade foi a primeira a ser disputada com bicicletas e, atualmente, divide-se entre provas de estrada e contrarrelógio.

As bicicletas utilizadas nas provas de estrada são geralmente fabricadas com quadros de carbono e outros materiais leves, pesando menos de 7 kg.

O guidão dessas bicicletas é propositalmente baixo para proporcionar uma melhor economia de energia e uma aerodinâmica mais eficiente.

Nas Olimpíadas, as provas de estrada são individuais. Na corrida, o vencedor é quem cruzar a linha de chegada primeiro. Na disputa contrarrelógio, vence quem completar o percurso no menor tempo.

As competições mais tradicionais e conhecidas do ciclismo de estrada incluem o Tour de France, o Giro d'Italia e a Vuelta a España.

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Campeonato Mundial de Ciclismo da UCI, em Glasgow, Escócia (Icon Sport)

Mountain bike

O ciclismo mountain bike é disputado em Jogos Olímpicos desde 1996, nas Olimpíadas de Atlanta.

O vencedor é o primeiro ciclista a completar todas as voltas e cruzar a linha de chegada. Cada prova dura, em média, entre uma hora e meia e duas horas, desde a largada até o último ciclista terminar a corrida.

As bicicletas de mountain bike possuem pneus mais largos do que as de estrada, além de amortecedores dianteiros e traseiros para reduzir o impacto em terrenos acidentados.

Devido ao impacto, o material utilizado nas bicicletas de mountain bike é mais resistente, embora o peso permaneça entre 8 kg e 9 kg.

Os atletas devem usar capacetes ventilados para manter a temperatura corporal e roupas leves e aerodinâmicas, como camisetas de mangas curtas e shorts, que facilitam a respiração da pele.

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Loana Lecomte, da França, compete na corrida feminina de mountain bike cross-country durante o segundo dia dos Jogos Olímpicos de Paris (Icon Sport)

Ciclismo de pista

O Ciclismo de Pista é uma modalidade derivada do ciclismo de estrada, mas realizada em pistas exclusivas chamadas velódromos.

As bicicletas de pista não possuem freio e têm apenas uma marcha. Para desacelerar, os ciclistas precisam pedalar para trás, o que reduz a velocidade da bicicleta.

Essas bicicletas são projetadas em simuladores e testadas em túneis de vento, sendo leves e rígidas, com um quadro menor e mais ágil para as manobras necessárias, e uma roda traseira maior do que a dianteira.

Os capacetes são desenhados para favorecer a aerodinâmica nas provas de velocidade. Os extremos das pistas são inclinados para que as voltas possam ser completadas sem perda de velocidade.

No Ciclismo de Pista, são disputados seis formatos de provas: 

  • Velocidade individual: a disputa envolve dois ciclistas. Nas Olimpíadas, a partir das quartas de final, as provas são disputadas em três baterias.
  • Velocidade por equipes: a prova conta com 3 ciclistas no masculino e 2 no feminino. Cada ciclista deve completar uma volta à frente dos demais e abrir caminho para o próximo. A equipe que cruzar a linha de chegada em primeiro vence.
  • Keirin: prova de sprint disputada por seis ciclistas simultaneamente. Os ciclistas percorrem 2 km na pista e começam a disputa seguindo uma motocicleta. Ela inicia a uma velocidade de 30 km/h no masculino e de 25km/h no feminino.
    • A velocidade é aumentada até atingir de 50 km/h entre os homens e 45km/h entre as mulheres. Até a motocicleta deixar a pista a 600/700 m do fim, os ciclistas não podem ultrapassá-la. Quando ela deixa a pista, os atletas arrancam até a linha de chegada, atingindo 70km/h. O primeiro a cruzar a linha é o vencedor.
  • Omnium: engloba 6 provas diferentes (scratch, perseguição individual, eliminação, contrarrelógio, flying lap e corrida de pontos). Os atletas precisam ser muito explosivos com a intenção de acumular o maior número de pontos nas competições.   
  • Perseguição por equipes: a prova é disputada por duas equipes de 4 corredores, que largam em pontos opostos da pista e percorrem a distância de 4 km. Vence a equipe que alcançar a outra ou obtiver o menor tempo.
  • Madison: prova com sprints intermediários, disputada por duplas. Enquanto um ciclista pedala devagar na parte alta do velódromo, um outro corre o mais rápido possível na parte baixa. Para trocar de posição, o ciclista que estava correndo rápido toca no braço ou mão do outro, que passa a acelerar. 
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    Competidores no Velodrome National de Saint-Quentin-en-Yveline, na França (Icon Sport)

Classificações de atletas no ciclismo paralímpico

Voltando a falar sobre o ciclismo paralímpico, vale pontuar algumas considerações de extrema importância sobre sua prática.

Os ciclistas paralímpicos utilizam uma variedade de bicicletas adaptadas às suas necessidades específicas.

Entre os principais tipos de bicicletas estão as:

  • Convencionais, destinadas a atletas com deficiências físico-motoras;
  • Os triciclos, usados por atletas com paralisia cerebral;
  • As handbikes, para aqueles com paraplegia ou tetraplegia;
  • As tandems, que são utilizadas por ciclistas com deficiência visual em parceria com um ciclista-guia.

As classificações no ciclismo paralímpico são organizadas com base no tipo de deficiência dos atletas e no tipo de bicicleta utilizada.

As categorias principais incluem as classes H (handbike), T (triciclo), C (bicicleta convencional) e B ou VI (tandem para deficientes visuais).

Dentro dessas classes, os atletas são subdivididos de acordo com o grau de comprometimento, sendo que um número menor indica uma deficiência mais severa.

Como são as provas do ciclismo paralímpico?

Como já dito, o ciclismo paralímpico é dividido nas modalidades de estrada e pista, assim, iremos detalhar as duas a seguir.

Ciclismo paralímpico de estrada

No ciclismo paralímpico, as provas são realizadas em estrada e pista. Nas competições de estrada, os atletas competem em diferentes distâncias, dependendo da categoria.

As corridas de estrada podem variar entre 26km e 125km, dependendo do tipo de bicicleta e da deficiência dos atletas.

A modalidade também inclui provas de contrarrelógio e revezamento, sendo este último disputado por equipes mistas formadas por três atletas.

Ciclismo paralímpico estrada, pista, medalhas e regras
Carlos Soares, grande nome do Brasil no ciclismo paralímpico de estrada (Reprodução/ CPB)

Ciclismo paralímpico de pista

As competições de pista são realizadas em velódromos, onde os ciclistas participam de provas como contrarrelógio, perseguição individual e sprint, tanto em formato individual quanto em equipe.

As distâncias variam entre 500m e 4km, dependendo do tipo de prova. O ciclismo de pista estreou nos Jogos Paralímpicos em Atlanta, 1996, ampliando as possibilidades para os atletas paralímpicos.

Benefícios do ciclismo

Tudo sobre Ciclismo [2024]: história, modalidades e regras
Pedalar traz diversos benefícios ao corpo (reprodução/uol.com)
O ciclismo é um esporte que oferece uma atividade rítmica e repetitiva, ideal para o desenvolvimento dos sistemas de energia aeróbico e anaeróbico.

Entre seus principais benefícios estão a melhoria do sistema cardiovascular dos praticantes, a queima de gordura corporal e o fortalecimento muscular das pernas.

Além do ciclismo competitivo, existe a possibilidade de praticar o ciclismo estacionário, utilizando bicicletas ergométricas em ambientes internos.

Este é um exercício aeróbico alternativo que evita as dificuldades do ciclismo ao ar livre, como condições climáticas adversas ou a necessidade de deslocamento.

O uso de bicicletas ergométricas é recomendado para pessoas com determinadas lesões nos joelhos, quadris ou coluna, que não podem caminhar. Também pode ser indicado para grávidas, idosos com osteoporose e pessoas obesas, dependendo da recomendação médica.

Seja na competição ou como atividade física, o ciclismo é sempre uma excelente opção para a saúde.

Independentemente de você praticar ciclismo competitivo ou apenas como uma atividade física regular, o esporte é sempre uma excelente escolha para manter a saúde em dia.

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