Antes de mais nada, Peter Collins é um ex-piloto de automóveis britânico que atuou na Fórmula 1 sendo uma das estrelas da equipe da Ferrari. Acima de tudo, sua estreia aconteceu no ano de 1952, no GP da Suíça, pela HWM. Na ocasião, ele não terminou a prova.
O COMEÇO DA CARREIRA
A princípio, o britânico era filho de um vendedor de automóveis bem sucedido. Começou a sua carreira logo depois do final da Segunda Guerra Mundial. Sendo contemporâneo de Stirling Moss, ambos começaram na Fórmula 3, categoria onde dominavam os motores de 500 cc, montados por vários construtores como Cooper ou HWM.
Foi aliás com esta última equipe que Collins começou a tentar a sua sorte na Fórmula 1 aos 21 anos, em 1952, sem resultados de relevo. Em 1954, foi para a Vanwall, mas os resultados também foram precários, sem colocar o seu carro nos pontos. A mesma coisa aconteceu em 1955, desta vez a bordo de um Maserati 250, inscrito pela BRM.
A EXPERIÊNCIA NA FÓRMULA 1
Como resultado, a sua habilidade chamou a atenção de Enzo Ferrari, que o contratou para guiar um dos seus carros para a temporada de 1956. Collins mostrou todo o seu domínio em um carro de Fórmula 1 e quase foi campeão mundial.
Começou por ser 2º em Mônaco, para depois ganhar na Bélgica e em França, vitórias essas que só não foram surpreendentes para quem conhecia os seus dotes de condução.
Após isso, Peter foi 2º em Silverstone e chegou na ultima prova do campeonato, em Monza, numa posição em que poderia ser campeão do mundo. Nessa corrida, Fangio estava a liderar, quando teve um problema na coluna de direção, e teve que encostar ao box.
A equipe ordenou a Luigi Musso para que cedesse o lugar a Fangio, mas o italiano recusou. Contudo, o piloto argentino teve carro para prosseguir a corrida e alcançar o título. Cedido exatamente por seu rival, Peter Collins.
Mais tarde, quando a corrida terminou e Fangio celebrava o seu 2º lugar da corrida (vencida por Stirling Moss) e conseguia os pontos suficientes para ser campeão do mundo pela quarta vez, perguntou-se a Collins o porquê deste gesto de aparente “fair-play”.
A resposta foi simples: “Sou demasiado novo para ser Campeão do Mundo”. Caso tivessem sido aplicadas as regras de hoje, o britânico teria sido o campeão do mundo mais novo de sempre até 2005. Nesse ano, Collins obteve duas vitórias, cinco pódios e 25 pontos no campeonato, terminado no 3º lugar.
Ainda assim, em 1958, a Ferrari conseguiu um modelo melhor: o Dino 246. Assim, em Silverstone, com Collins no 6º lugar da grelha, disparou logo para a 1º posição, e não mais a largou até ao final da corrida.
Era a sua terceira vitória na carreira, e tudo indicava que poderia ser o clique que precisava para disputar pela segunda vez na sua carreira o título mundial, com o seu maior rival, Mike Hawthorn.
O adeus de uma lenda
A prova seguinte era no temido “Inferno Verde“, o circuito alemão de Nurburgring. Nos treinos, Collins foi 4º. No dia da corrida, Collins e Hawthorn perseguiram até à décima volta o Vanwall do seu compatriota Tony Brooks, uma perseguição incessante que terminou em tragédia.
Nessa décima volta, Brooks liderava, com Collins em 2º e Hawthorn em 3º. Então, quando os três pilotos chegaram a Pflanzgarten, o carro de Collins fez a curva demasiado e bateu numa vala, desaparecendo da vista de Hawthorn, que ia logo atrás.
O inglês foi cuspido para fora do carro e embateu contra uma árvore, causando traumatismos graves na cabeça. Transportado de imediato para Colônia, o inglês morreria no final dessa tarde, aos 26 anos.
CURIOSIDADES SOBRE PETER COLLINS
Por fim, apesar de não ter terminado a temporada de 1958, nesse ano ganhou uma corrida e conseguiu dois pódios, terminando na 6ª posição, totalizando 14 pontos. Quanto à sua carreira na Fórmula 1, o resumo é: 35 Grandes Prêmios, em sete temporadas (1952-58), três vitórias, nove pódios, 47 pontos no total.
Foto destaque: Reprodução/ Sportcars
Na realidade, não fui eu quem optou pelo jornalismo, mas sim foi o jornalismo que me escolheu. Sem sombra de dúvidas, essa profissão é como um vasto oceano a ser explorado em suas profundezas; somente assim é possível compreender e apreciar toda a sua magnitude.