A Haas F1 não é a mais tradicional das equipes da Fórmula 1. Sem problemas: ela usa isso ao seu favor.
Desde a sua entrada, o time norte-americano busca inovar no grid, desde parcerias para o desenvolvimento do carro à montagens ousadas de equipes, combinadas com estratégias igualmente arrojadas.
Se os maneirismos da Haas F1 darão certo, só o futuro dirá. Do passado, cuidamos nós: contamos aqui a história, relembramos os pilotos, desvendamos o chefe e o dono, enfim, tudo o que você precisa saber sobre a equipe.
O que você vai conferir neste post:
Qual o país da Haas F1?
O país da Haas F1 é o Estados Unidos. A equipe, inclusive, é a primeira norte-americana a fazer parte da Fórmula em desde 1986.
A sede da Haas fica na cidade de Kannapolis, no estado americano de North Carolina. Ela fica ao lado da central de operações da Stewart-Haas Racing, equipe da Nascar com um dono em comum.
O time tem uma base secundária em Banbury, na Inglaterra, para a temporada europeia do campeonato.
Quando foi criada a Haas F1?
A Haas F1 foi criada em 2014 a partir da compra dos ativos da anglo-russa e extinta Marussia. A equipe, no entanto, só foi estrear na Fórmula 1 em 2016, depois de algumas polêmicas em relação ao seu modelo de entrada e de gestão.
Explicaremos esse caso e a história completa da escuderia a seguir.
História da Haas F1
A história da Haas F1 começa oficialmente em 2014, com o fim da equipe anglo-russa Marussia. Mas o desenrolar dos fatos que levam à fundação da Haas começa bem antes, em 2005.
Este foi o ano em que a Red Bull comprou a Jaguar. Nela, trabalhava o engenheiro italiano Guenther Steiner que, a pedido da nova matriz, vai aos EUA para servir de consultor técnico da nova equipe da NASCAR da marca de energéticos.
O italiano fica no cargo até 2009 e em 2010 recebe uma proposta de empresários para voltar a Fórmula 1 sob o comando da US F1, a novíssima equipe estadunidense do grid. A escuderia até chegou a entrar na competição, mas o projeto acabou ruindo na hora do desenvolvimento do carro.
Ainda tentando retornar à maior competição de automobilismo do mundo, Guenther se reúne com os amigos Joe Custer e Gene Haas, colegas de NASCAR e responsáveis pela Stewart-Haas Racing para propor novos investimentos na US F1.
Custer e Haas recusaram a proposta de Steiner. Na verdade, fizeram uma contraproposta: não investiriam na US F1; fariam uma equipe por conta própria — com o italiano na chefia da equipe, é claro.
Surge a Haas F1
Como investidores solitários, Gene e Custer não podiam bancar uma equipe da Fórmula 1 de uma maneira tradicional. Foram três soluções para o problema, boladas junto a Guenther Steiner.
A primeira foi a já citada queda da Marussia, que liquidou seus bens e sua sede, muito bem-vindos e devidamente adquiridos pelos três parceiros.
A parte mais “difícil” ficou com Steiner, que costurou parcerias com a Ferrari e a montadora Dallara, ambas igualmente italianas, para desenvolver o motor e o chassis, respectivamente.
Surgia assim, a Haas F1, a equipe estadunidense com um pézinho na Itália.
Alguns problemas burocráticos — e até políticos, envolvendo o modelo de entrada do time no grid, supostamente injusto com equipes que fizeram seus investimentos sozinhos — adiaram a sua estreia, mas ela não tardou a acontecer.
Em 2016, portanto, o VF-16 já estava acelerando sem restrições nas pistas da Fórmula 1.
O desempenho da Haas na Fórmula 1
O mesmo barulho que a Haas F1 fez nos bastidores ela repetiu nas pistas. Na primeiríssima corrida da temporada de 2016, o GP da Austrália, Romain Grosjean chegou na 6ª posição, fazendo da equipe a primeira a pontuar em sua estreia no grid desde a Toyota, em 2002.
No mesmo circuito, o companheiro de Grosjean, Esteban Gutiérrez, protagonizou um acidente feio que destruiu completamente a McLaren de Fernando Alonso.
No GP seguinte, em Bahrein, Grosjean pegou a quinta colocação. Ao fim da temporada, a boa oitava colocação no ranking de construtores e uma compreensível 16ª colocação no Mundial de pilotos.
A melhor temporada da equipe
O desempenho geral da Haas em 2017 foi bom, com a manutenção da oitava colocação no ranking de construtores e a subida de Grosjean para a 13ª posição. Kevin Magnussen, seu novo companheiro, ficou logo atrás, na 14ª.
Melhores resultados estavam reservados para 2018, a melhor temporada da equipe até hoje. Magnussen, que beliscou uma quarta colocação e outro quinto lugar, ficou na nona colocação geral, Grosejan manteve-se no pelotão intermediário e a equipe toda ficou na quinta colocação entre os construtores.
Depois do auge, a queda: em uma temporada cheia de problemas e diversos GPs incompletos, Magnussen e Grosjean ficaram respectivamente na 16ª e 18ª posições e a Haas caiu para a nona colocação no título dos construtores.
Após mais uma temporada de pouco brilho, em que a Haas F1 apareceu mais pelo marcante acidente de Romain Grosjean do que pelos resultados, a direção sentiu que era hora de remodelar o time.
Os dois pilotos titulares foram substituídos por Nikita Mazepin e Mick Schumacher, o filho de Michael Schumacher. Vindos ambos da F2, a dupla deve dar novos ares à equipe que, se já é regular, espera ser ainda mais competitiva.
Quantos títulos de pilotos tem a Haas F1?
Com pouco tempo de grid, a Haas ainda não tem títulos de pilotos na Fórmula 1. Seu melhor desempenho no quesito foi a 9ª colocação de Kevin Magnussen na temporada de 2018.
Quantos títulos de construtores tem a Haas F1?
A Haas F1 ainda não conquistou nenhum título de construtores. O mais perto que a equipe estadunidense chegou foi em 2018, quando somou 93 pontos e alcançou a 5ª posição.
Você ama outros esportes além da Fórmula 1? Aqui na Esportelândia também falamos sobre:
Maiores pilotos da história da Haas F1
Romain Grosejean
No curto período de vida da Haas F1, nenhum piloto fez mais para a equipe do que Romain Grosjean. O francês esteve na equipe desde a primeiríssima corrida e conquistou os primeiros pontos de sua história.
Grosjean também foi, naturalmente, quem mais pontuou pela Haas até aqui. Foram 96 pontos, conquistados em 98 corridas. Seriam 100, mas, com o marcante acidente no GP do Bahrein, o francês ficou de fora das últimas duas corridas da temporada de 2020. Foi inclusive substituído pelo brasileiro Pietro Fittipaldi.
Números de Romain Grosjean na Fórmula 1
- Títulos: 0
- GPs: 181
- Pódios: 10
- Pontos: 391
- Primeiro GP: GP da Europa de 2009
Todos os pilotos da história da Haas
- Esteban Gutiérrez (México, 2016)
- Kevin Magnussen (Noruega, 2017-2020)
- Mick Schumacher (Alemanha, 2021-)
- Nikita Mazepin (Rússia, 2021-)
- Romain Grosjean (França, 2016-2020)
Maiores chefes de equipe da Haas F1
A Haas F1 só teve um chefe de equipe desde sua estreia, em 2016. Guenther Steiner, engenheiro italiano que trabalhou para a Jaguar e para a Red Bull, é não só o dono do cargo como um dos principais responsáveis pela criação da equipe.
Já são mais de 100 corridas com Guenther na chefia. Sob a sua gestão, a Haas somou 200 pontos e teve duas voltas mais rápidas. A melhor colocação do time no Mundial de Pilotos foi a 9ª de Kevin Magnussen em 2018.
O melhor desempenho no campeonato de construtores também foi no mesmo ano, somando 93 pontos e ficando na quinta posição.
Quem é o dono da Haas F1?
O dono da Haas F1 é Eugene Francis Haas, mais conhecido como Gene Haas, um empresário do ramo automotivo.
Gene é o único dono da Haas Automation, uma construtora de peças automotiva sediada na Califórnia. Vem da empresa a grana e a motivação para montar a equipe na Fórmula 1 e outra na NASCAR, que na verdade veio antes da “irmã” da F1.
A ideia de Gene é fazer de ambos os times instrumentos de marketing orgânico para sua empresa. O que não quer dizer que o empresário deixe suas equipes ao léu. Pelo contrário: chegou até a ponderar a manutenção da Haas F1 em 2021 dependendo dos resultados de 2020.
Vá além do mundo da Fórmula 1! Confira também nossos outros conteúdos:
- Los Angeles Dodgers: história, títulos e melhores jogadores
- Os 10 maiores jogadores da França de todos os tempos
- Táticas do FM: 4 formações para você arrebentar no jogo
- Paulo André: biografia e medalhas do velocista brasileiro
- Como melhorar no FIFA 21: aprenda 8 dicas e eleve seu jogo
Curiosidades sobre a Haas F1
- Esta equipe não é a primeira Haas a competir na Fórmula 1. Em 1985 e 1986, a Haas Lola fez duas temporadas discretas no grid. O mais curioso que a “Lola” não tem absolutamente nada a ver com a escuderia de hoje em dia. Nem mesmo o seu fundador, Carl Haas, tem algum parentesco com Gene Haas, o dono do time atual.
- A Haas é a primeira equipe inteiramente estadunidense a competir na Fórmula 1 em 30 anos. Existia um projeto anterior, a US F1, que chegou a ser aprovado em 2010 mas que ruiu durante a construção do carro.
- A Haas é recente na Fórmula 1, mas já conta com sobrenomes de peso. Além de Mick Schumacher, filho de Michael Schumacher, piloto titular desde 2021, a equipe tem Pietro Fittipaldi, neto de Emerson Fittipaldi.
Chefes de equipe e pilotos da Haas F1 em 2021
- Pilotos da Haas em 2021: Nikita Mazepin (Rússia), Mick Schmacher (Alemanha)
- Chefe de equipe da Haas: Guenther Steiner
- Motor: Ferrari
- Pneus: Pirelli
Carro da Haas em 2021
O carro da Haas para 2021 será o modelo VF-21, que será o de menor investimento e desenvolvimento desde o primeiro, o VF-16. O motivo, para além de novas restrições financeiras da organização da Fórmula 1, é o pensamento no futuro.
Com uma dupla nova e estreante no grid, a Haas F1 não tem a expectativa de grandes resultados. A ideia é já preparar pilotos e carro para a temporada de 2022, e, quem sabe, entrar na competição pelo título.
O motor do VF-21 segue sendo da Ferrari e os pneus da Pirelli.
Enquanto aguardamos pelos próximos passos da Haas F1, aproveite para conferir mais conteúdos sobre a principal categoria de automobilismo do mundo:
- Melhores sites para assistir Fórmula 1 ao vivo e online
- Maiores campeões da Fórmula 1: os pilotos com mais títulos
- 55 recordes, marcas históricas e curiosidades da Fórmula 1
- Quanto ganha um piloto de Fórmula 1? Veja os maiores salários
- Patrocinadores da Fórmula 1: marcas que investem na categoria
*Última atualização em 26 de janeiro de 2021
Jornalista formado pela UNESP, foi repórter da Revista PLACAR. Cobriu NBB, Superliga de Vôlei, A1 (Feminino), A2 e A3 (Masculino) do Campeonato Paulista e outras competições de base na cidade de São Paulo. Fanático por esportes e pelas histórias que neles acontecem, dos atletas aos torcedores.