Em Kilmary, interior da Escócia, o cemitério nos fundos de uma igreja tem um túmulo cuja lápide, podemos ler: “Em memória de Jim Clark, Campeão Mundial de Automobilismo”.
A homenagem deixa claro que ele sempre foi e será lembrado pelos conterrâneos como um menino que nasceu no dia 4 de março de 1936. Cresceu naquela região da Escócia junto as suas quatro irmãs, onde era o caçula.
Estreia de Jim Clark
Em 1960 estreou na Fórmula 1, no Grande Prêmio da Holanda, pilotando uma Lotus. Na 5ª corrida do ano, conseguiu o seu 1º pódio, um 3º lugar no Grande Prêmio de Portugal. Já em 1961, um acidente entre ele e o alemão Wolfang Von Trips, da Ferrari, em Monza, matou 13 pessoas do público.
No ano seguinte, conseguiu sua 1ª pole e a 1ª vitória. Adiante, para garantir o título inédito, alcançou sete vitórias e, junto com a Lotus, começou um projeto para vencer as 500 Milhas de Indianápolis.
Em 1965, bicampeão mundial com seis vitórias, foi o 1º escocês a vencer essa que é uma mais tradicionais corridas do automobilismo mundial.
Porém, 1968 foi o ano que não terminou! Jim Clark não queria ir para a Alemanha disputar aquela prova de Fórmula 2.
Estava combinado que ele iria disputar uma corrida de protótipos em Brands-Hatch (Inglaterra), pilotando um Ford. Entretanto, a Lotus mandou ele ir para Hockenheim, onde faria sua última corrida.
Era comum os pilotos naquele tempo disputarem corridas de outras categorias. Em suma, era o dia 7 de abril de 1968, a pista estava molhada. Na 5ª volta da 1ª bateria Jim Clark perdeu o controle do carro a 240 km/h e se chocou contra uma das árvores que ficavam bem perto da pista.
Nunca se soube o motivo do acidente. Assim, uma das teorias é que Jim Clark havia se desviado de um espectador que atravessara a pista; a outra é que um pneu se esvaziara e ele perdeu o controle. Não importa o motivo, Jim Clark era o piloto mais querido da Fórmula 1.
Fim da era romântica
A morte do escocês, também significou o fim da era romântica da Fórmula 1, pois era o momento em que grandes empresas entravam como patrocinadores da categoria.
O próprio Jim Clark venceu seu último Grande Prêmio, na África do Sul, com uma Lotus, sua única equipe na Fórmula 1, pintada com o vermelho e dourado dos cigarros Gold Leaf.
Ainda hoje, em Hockenheim, uma pequena cruz com o nome de Jim Clark e a data de sua morte, marca o local aproximado do acidente. Uma chicane foi construída uns 50 metros antes, para aumentar a segurança.
Os britânicos sentiram a dor de perder alguém que eles consideravam um verdadeiro monarca do esporte. Jim Clark foi é para eles o mesmo que Ayrton Senna é para os brasileiros.
E a maior homenagem veio do companheiro de equipe, Graham Hill, que conquistou e dedicou a ele o título mundial daquele ano. Não era apenas outro campeão mundial, mas a prova viva de que os bons moços, que jogavam limpo, ganhavam de forma espetacular.
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Editor no Esportelândia e redator no site Showmetech. Comentarista no portal “De Olho no Peixe” e diretor do documentário “Futebol do Espetáculo”, disponível no YouTube. Passou por Cinerama, PL Brasil e Futebol na Veia. Está no Esportelândia desde 2022.