Cenas marcantes, reações chocantes e correria costumam marcar os piores acidentes da história da Fórmula 1.
Reconforta dizer que, em certos casos, é possível tirar impactos para além de um grande susto ou de um enorme sentimento de perda.
O ocorrido com Romain Grosjean, por exemplo, no GP de Bahrein de 2020, acabou por reforçar positivamente a importância do criticado halo. Até mesmo a morte de Ayrton Senna provocou mudanças que mantiveram a F1 por 21 anos sem perder uma só pessoa nas pistas.
Esse é o difícil exercício que procuramos fazer no texto abaixo. Listamos os acidentes marcantes da Fórmula 1 que mudaram, de uma maneira ou de outra, os rumos da principal competição do automobilismo mundial.
Acidentes marcantes da Fórmula 1
- Onofre Marinón (1954)
- Wolfgang von Trips (1961)
- Roger Williamson (1973)
- Lauda (1976)
- Ronnie Peterson (1978)
- Gilles Villeneuve (1982)
- Ayrton Senna (1994)
- GP da Bélgica (1998)
- Luciano Burti (2001)
- Felipe Massa (2009)
- Jules Bianchi (2014)
- Romain Grosjean (2020)
Onofre Marinón (1954)
Contemporâneo e compatriota do lendário Juan Manuel Fangio, o argentino Onofre Marimón foi a primeira fatalidade da Fórmula 1. Durante as classificatórias para o GP da Alemanha de 1954, ele saiu com sua Maseratti da pista e caiu em um barranco.
Seu acidente fez a organização repensar as localizações e a proteção nos trajetos. E deu um sinal, de certa forma, para os perigos da modalidade.
Wolfgang von Trips (1961)
O alemão Wolfgang von Trips se envolveu num dos mais trágicos acidentes da Fórmula 1. Durante o GP da Itália, chocou sua Ferrari com a Lotus de Jim Clark e foi lançado para as arquibancadas. Ele e outros 14 torcedores morreram.
É até hoje o acidente com mais fatalidades da história do circuito. E fez a F1 reforçar a segurança dos espectadores. Não houve outro risco aos espectadores das corridas desde então.
Roger Williamson (1973)
O acidente de Roger Williamson foi um dos mais agoniantes da história da Fórmula 1. Aconteceu no GP da Holanda, em 1973. O inglês da March perdeu o controle após o seu pneu esquerdo explodir e capotou.
O carro se incendiou com Williamson, preso no cockpit, dentro. Foram ao seu socorro apenas um fiscal de pista com um insuficiente extintor e um desesperado David Purley, também da March. Apesar das tentativas, gritos e acenos de David, o socorro foi lento e insuficiente. Seu colega morreu carbonizado.
A cena toda foi marcante e obrigou a organização a alterar seus protocolos e investimentos em socorro, que, de uma maneira ou de outra, foram decisivos para o acidente que falaremos a seguir.
Lauda (1976)
No GP da Alemanha de 1976, Niki Lauda se envolveu num dos mais lembrados acidentes da Fórmula 1. Durante a segunda volta, perdeu o controle de sua Ferrari e praticamente a explodiu contra uma pedra na beira da pista.
Sem o capacete, que foi arremessado para longe durante o choque, o austríaco ficou preso no carro em chamas por cerca de um minuto. Foi retirado com vida, apesar do estado crítico e das queimaduras de terceiro grau no rosto.
Lauda ficou à beira da morte mas voltou a correr em menos de 50 dias. Era o atual campeão, perdeu o campeonato por poucos pontos e o venceu novamente em 1977. E passou a ser uma grande influência para os pilotos pela sua maneira serena de encarar o esporte.
Ronnie Peterson (1978)
O acidente que tirou a vida de Ronnie Peterson em 1978 atentou a liga para a seriedade do esporte e dos riscos da largada. A substituição da bandeira por um sinal luminoso fez com que diretor de prova do GP da Itália autorizasse a largada mais cedo do que era preciso.
Isso porque os carros de trás ainda não tinham parado completamente e saíram mais rápidos do que os da frente. Foi um verdadeiro caos na saída. A Lotus de Peterson bateu e entrou em chamas. O atendimento foi rápido e preciso; o problema foi um erro médico que ocasionou uma fatal embolia no sueco.
Gilles Villenueve (1982)
O GP da Bélgica de 1982 foi o infeliz palco de um dos mais chocantes acidentes da Fórmula 1. Gilles Villenueve tocou sua Ferrari na roda traseira do carro à sua frente e foi ejetado do carro enquanto este capotava violentamente.
O canadense até chegou a ser socorrido mas morreu por conta de complicações das lesões da queda. E fez com que todos os engenheiros redesenhassem a segurança do cockpit.
É possível traçar um paralelo deste acidente com o de Fernando Alonso, em 2016, que também teve seu carro girando no ar. O espanhol, no entanto, ficou seguro no cockpit e simplesmente simplesmente saiu ileso ao fim do impacto.
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Ayrton Senna (1994)
O dia 1º de maio de 1994 é inesquecível para o Brasil e para todo o mundo do automobilismo. O acidente que tirou a vida de Ayrton Senna e deixou o Brasil inteiro de luto foi, infelizmente, uma tragédia anunciada.
Cinco anos antes, em 1989, Gerherd Berger perdeu o controle na chamada curva Tamburello, no GP da Ímola. Seu carro entrou em chamas e ele foi socorrido à tempo.
Já em 94, os treinos para o mesmo GP tiveram Rubens Barrichello se chocando contra o muro em altíssima velocidade. O brasileiro saiu “só” com um nariz quebrado e a ausência confirmada na prova.
Nos treinos do dia seguinte, o austríaco Roland Ratzenberger também se chocou em altíssima velocidade contra um muro. Só não teve a mesma sorte.
A corrida de verdade, por algum motivo, foi confirmada. Senna se acidentou, assim como Berger, na curva Tamburello. Assim como Barrichello e Ratzemberger, também se chocou contra um muro. E não sobreviveu.
Se há uma coisa que positiva que pode ser tirada do acidente são suas consequências. Entre readequações de pistas e investimentos em socorro equipamentos, a Fórmula 1 passou 21 anos sem nenhuma fatalidade.
GP da Bélgica (1998)
Conhecido como “GP do Caos”, o Grande Prêmio da Bélgica de 1998 hospedou o maior acidente da Fórmula 1. Nada de muito sério aconteceu. Mas foram 13 carros envolvidos nos vários pequenos choques na largada chuvosa.
Felipe Massa (2009)
O treino classificatório para o GP da Hungria de 2009 foi palco de um dos mais surpreendentes acidentes da Fórmula 1.
Felipe Massa foi atingido por uma mola que se soltou do carro de Rubens Barrichello, ficou desnorteado e seguiu reto até bater na proteção de pneus. O brasileiro chegou a ficar em coma induzido num hospital de Budapeste.
Massa se recuperou e competiu por outros oito anos após o ocorrido. Ainda assim, o acidente serviu para atentar a organização para os perigos além da pista e motivou os engenheiros a se debruçarem novamente sobre a segurança dos capacetes.
Jules Bianchi (2014)
Jules Bianchi foi o último piloto da Fórmula 1 a sofrer um acidente fatal. No GP do Japão, perdeu o controle, escapou da pista e bateu no trator que retirava o carro de outro piloto que tinha escapado na mesma curva algumas voltas antes.
A batida aconteceu em 2014 mas Jules faleceu somente em 2015, após enfrentar nove meses de internação intensiva. Foi outro caso que motivou mudanças na modalidade, já que eram comuns alguns encontros entre os carros e os tratores na beira da pista.
Romain Grosjean (2020)
O acidente de Romain Grosjean é o mais recente mas já um dos mais marcantes da história da F1. As imagens são marcantes, sim, mas impressiona a maneira como se deu o choque e como o piloto da Haas saiu relativamente ileso.
Logo na primeira volta do GP de Barein, o suíço bateu no guard rail. O tanque de gasolina se rompeu, o carro explodiu em chamas e se partiu ao meio. Grosjean foi rapidamente socorrido, mas chegou a ficar 29 segundos no cockpit. E escapou “apenas” com queimaduras nas mãos.
Como você viu ao longo do texto, os incêndios já causaram fatalidades e outros problemas gravíssimos no grid. O dano extremo aos carros também. Só não mencionamos os casos de choque com o guard rail. Fraçois Cervert, por exemplo, foi degolado em 1973 após colidir com a proteção metálica.
Além do desenvolvimento do tempo de resposta e da segurança de trajes e cockpit, a Fórmula 1 conta recentemente com o halo, o dispositivo que salvou a vida de Romain Grosjean.
O equipamento foi muito criticado pelos pilotos por conta da obstrução ao campo de visão no cockpit. Em 2020, justificou-se na prática. Ainda bem.
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Jornalista formado pela UNESP, foi repórter da Revista PLACAR. Cobriu NBB, Superliga de Vôlei, A1 (Feminino), A2 e A3 (Masculino) do Campeonato Paulista e outras competições de base na cidade de São Paulo. Fanático por esportes e pelas histórias que neles acontecem, dos atletas aos torcedores.