No atletismo, há diversas modalidades disputadas nos Jogos Olímpicos, incluindo diferentes tipos de lançamentos. Atualmente, as provas de lançamento são: disco, martelo e dardo.
Entre essas, o lançamento de disco é o mais antigo e o único presente desde Atenas 1896. No entanto, as provas de martelo e dardo foram introduzidas pouco tempo depois. As competições femininas nesses eventos levaram mais alguns anos para serem incluídas nas Olimpíadas.
Vamos explorar a história de cada uma dessas modalidades e conhecer seus campeões ao longo dos Jogos Olímpicos.
História dos lançamentos nas Olimpíadas
O atletismo é um dos esportes mais tradicionais dos Jogos Olímpicos, estando presente desde o primeiro ano na era moderna. No entanto, com a evolução dos atletas, modalidades foram sendo retiradas ou incluídas no torneio.
No começo, as mulheres não participaram de nenhuma disputa, sem permissão para se inscreverem. As primeiras provas femininas no atletismo só foram introduzidas em Amsterdã 1928.
Entre as modalidades de lançamento, apenas disco teve a sua prova feminina naquele ano.
História do lançamento de disco
Sendo uma das provas dos Jogos Olímpicos da Antiguidade, o lançamento de disco está presente nas Olimpíadas desde a sua primeira edição. Naquela época, também era uma das modalidades no pentatlo, o que não acontece hoje em dia.
A prova feminina só começou a ser disputada em Amsterdã 1928. Foi uma das cinco modalidades permitidas às mulheres naquele ano.
As primeiras provas foram bem diferentes das atuais. Para realizar o lançamento, o atleta utilizava ambas as mãos. Além disso, a padronização do disco, no masculino, só aconteceu em 1907. Com a forma de lançar evoluindo com o tempo.
Primeiro, em 1920, houve a pegada com só uma das mães. Anos depois, em 1926, os atletas começaram a girar, para lançar ainda mais longe. Essa forma, no entanto, só se tornou aceita em 1954.
Para os homens, o disco pesa 2kg, tem entre 219 e 221 mm de diâmetro e 44 a 46 mm de espessura. Já para as mulheres, o peso é de 1kg, com 180 a 182 mm de diâmetro e 37 a 39 mm de espessura. Para ambos, se trata de um prato de metal circular com diâmetro de 22 cm.
O atleta fica dentro de um círculo de 2,5 m de diâmetro no chão, com uma rede de 4m ao seu redor e uma abertura na frente. Não é permitido sair ou pisar na linha da marca durante o lançamento e até o disco tocar no chão.
História do lançamento de martelo
Diferente do lançamento de disco, o lançamento de martelo só chegou nas Olimpíadas em Paris 1900. Apesar de ter sido uma modalidade disputada em Atenas 1896, é um esporte antigo.
Não há uma data correta sobre a origem, mas existem lendas irlandesas que falam do conceito do esporte. Essas lendas são datadas por volta de 2000 a.C.
Antes do retornos dos Jogos Olímpicos da era moderna, a prova já estava sendo disputada em torneio de atletismo. Mesmo assim, acabou ficando de fora da primeira edição das Olimpíadas, entrando na segunda. A feminina só foi disputada 100 anos depois, em Sydney 2000.
Apesar de ser chamado de martelo, se trata de uma esfera de metal que pesa 7,26kg, para os homens, e 4kg, para as mulheres. Essa esfera é conectada a um cabo de aço e segurada em uma manopla pelos atletas. Todo o conjunto tem um tamanho máximo de 1,2 metros.
Como no lançamento de dardo, o atleta fica dentro de um círculo, mas com uma borda metálica e de 2,135 metros de diâmetro. Também há uma rede ao redor, para proteção em caso de erro no lançamento. Não é permitido pisar fora do círculo ou na borda metálica.
História do lançamento de dardo
A última modalidade de lançamento a estrear nas Olimpíadas foi a de dardo. Sua primeira edição foi em Londres 1908, com a feminina tendo a primeira disputa em Los Angeles 1932.
O lançamento de dardo já fazia parte dos Jogos Olímpicos da Antiguidade, mas com duas modalidades: alvo e distância. Nos dias atuais, a disputa é apenas pela distância lançada.
O objeto lançado, o dardo, tem a forma de uma lança, podendo ser de fibra de vidro, metal ou fibra de carbono. Assim como nas outras modalidades, há diferenças para os homens e as mulheres.
Na disputa masculina, o dardo tem 2,7 metros e um peso de 800 gramas. Na feminina, mede 2,3 metros e pesa 600 gramas. Mas, diferente dos outros dois lançamentos, o atleta corre e não apenas faz um giro dentro do círculo. A pista para correr e lançar é de 34,9 metros.
O lançamento não irá contar se o atleta sair da zona de lançamento, até mesmo depois do arremesso. Além disso, o dardo só pode tocar no solo pela ponta dianteira.
Há uma preocupação sobre a distância em que o dardo é lançado. No passado, outros atletas, de outras modalidades, já foram atingidos. Por isso, o dardo chegou a ser redesenhado, fazendo com que ele passe menos tempo no ar e caia mais rápido.
Campeões dos lançamentos nas Olimpíadas
Campeões do lançamento de disco
Olimpíadas | Campeão | Campeã |
Atenas 1896 | Robert Garret (Estados Unidos) | — |
Paris 1900 | Rudolf Bauer (Hungria) | — |
St. Louis 1904 | Martin Sheridan (Estados Unidos) | — |
Londres 1908 | Martin Sheridan (Estados Unidos) | — |
Estocolmo 1912 | Armas Taipale (Finlândia) | — |
Antuérpia 1920 | Elmer Niklander (Finlândia) | — |
Paris 1924 | Bud Houser (Estados Unidos) | — |
Amsterdã 1928 | Bud Houser (Estados Unidos) | Halina Konopacka (Polônia) |
Los Angeles 1932 | John Anderson (Estados Unidos) | Lillian Copeland (Estados Unidos) |
Berlim 1936 | Ken Carpenter (Estados Unidos) | Gisela Mauermayer (Alemanha) |
Londres 1948 | Adolfo Consolini (Itália) | Micheline Ostermeyer (França) |
Helsinque 1952 | Sim Iness (Estados Unidos) | Nina Romashkova (União Soviética) |
Melbourne 1956 | Al Oerter (Estados Unidos) | Olga Fikotová (Checoslováquia) |
Roma 1960 | Al Oerter (Estados Unidos) | Nina Romashkova (União Soviética) |
Tóquio 1964 | Al Oerter (Estados Unidos) | Tamara Press (União Soviética) |
Cidade do México 1968 | Al Oerter (Estados Unidos) | Lia Manoliu (Romênia) |
Munique 1972 | Ludvik Danek (Checoslováquia) | Faina Melnik (União Soviética) |
Montreal 1976 | Mac Wilkins (Estados Unidos) | Evelin Schlaak (Alemanha Oriental) |
Moscou 1980 | Viktor Rashchupkin (União Soviética) | Evelin Jahl (Alemanha Oriental) |
Los Angeles 1984 | Rolf Danneberg (Alemanha ocidental) | Ria Stalman (Holanda) |
Seul 1988 | Jürgen Schult (Alemanha oriental) | Martina Hellmann (Alemanha Oriental) |
Barcelona 1982 | Romas Ubartas (Lituânia) | Maritza Martén (Cuba) |
Atlanta 1996 | Lars Riedel (Alemanha) | Ilke Wyludda (Alemanha) |
Sydney 2000 | Virgilijus Alekna (Lituânia) | Ellina Zvereva (Bielorrússia) |
Atenas 2004 | Virgilijus Alekna (Lituânia) | Natalya Sadova (Rússia) |
Pequim 2008 | Gerd Kanter (Estônia) | Stephanie Brown Traffon (Estados Unidos) |
Londres 2012 | Robert Harting (Alemanha) | Sandra Perkovic (Croácia) |
Rio 2016 | Christoph Harting (Alemanha) | Sandra Perkovic (Croácia) |
Tóquio 2020 | Daniel Stahl (Suécia) | Valarie Allman (Estados Unidos) |
Paris 2024 | Rojé Stona (Jamaica) | Valarie Allman (Estados Unidos) |
Campeões do lançamento de martelo
Olimpíadas | Campeão | Campeã |
Paris 1900 | John Flanagan (Estados Unidos) | — |
St. Louis 1904 | John Flanagan (Estados Unidos) | — |
Londres 1908 | John Flanagan (Estados Unidos) | — |
Estocolmo 1912 | Matt McGrath (Estados Unidos) | — |
Antuérpia 1920 | Patrick Ryan (Estados Unidos) | — |
Paris 1924 | Fred Tootel (Estados Unidos) | — |
Amsterdã 1928 | Pat O'Callaghan (Irlanda) | — |
Los Angeles 1932 | Pat O'Callaghan (Irlanda) | — |
Berlin 1936 | Karls Hein (Alemanha) | — |
Londres 1948 | Imre Németh (Hungria) | — |
Helsinque 1952 | József Csermák (Hungria) | — |
Melbourne 1956 | Hal Connolly (Estados Unidos) | — |
Roma 1960 | Vasily Rudenkov (União Soviética) | — |
Tóquio 1964 | Romauld Kim (União Soviética) | — |
Cidade do México 1968 | Gyula Zsivótzky (Hungria) | — |
Munique 1972 | Anatoliy Bondarchuk (União Soviética) | — |
Montreal 1976 | Yuriy Sedykh (União Soviética) | — |
Moscou 1980 | Yuriy Sedykh (União Soviética) | — |
Los Angeles 1984 | Juha Tiainen (Finlândia) | — |
Seul 1988 | Sergey Litvinov (União Soviética) | — |
Barcelona 1992 | Andrey Abduvaliyev (Equipe Unificada*) | — |
Atlanta 1996 | Balázs Kiss (Hungria) | — |
Sydney 2000 | Szymon Ziólkowski (Polônia) | Kamila Skolimowska (Polônia) |
Atenas 2004 | Koji Murofushi (Japão) | Olga Kuzenkova (Rússia) |
Pequim 2008 | Primoz Kozmus (Eslovênia) | Yipsi Moreno (Cuba) |
Londres 2012 | Krisztián Pars (Hungria) | Anita Wlodarczyk (Polônia) |
Rio 2016 | Dilshod Nazarov (Tajiquistão) | Anita Wlodarczyk (Polônia) |
Tóquio 2020 | Wojciech Nowicki (Polônia) | Anita Wlodarczyk (Polônia) |
Paris 2024 | Ethan Katzberg (Canadá) | Camryn Rogers (Canadá) |
*A Equipe Unificada foi a delegação que contava com 12 das 15 ex-repúblicas da União Soviética.
Campeões do lançamento de dardo
Olimpíadas | Campeão | Campeão |
Londres 1908 | Eric Lemming (Suécia) | — |
Estocolmo 1912 | Eric Lemming (Suécia) | — |
Antuérpia 1920 | Jonni Myyrä (Finlândia) | — |
Paris 1924 | Jonni Myyrä (Finlândia) | — |
Amsterdã 1928 | Erik Lundqvist (Suécia) | — |
Los Angeles 1932 | Matti Järvinen (Finlândia) | Babe Didrikson (Estados Unidos) |
Berlin 1936 | Gerhard Stöck (Alemanha) | Tilly Fleischer (Alemanha) |
Londres 1948 | Tapio Rautavavaara (Finlândia) | Herma Bauma (Áustria) |
Helsinque 1952 | Cy Young (Estados Unidos) | Dana Zátopková (Checoslováquia) |
Melbourne 1956 | Egil Danielsen (Noruega) | Inese Jaunzeme (União Soviética) |
Roma 1960 | Viktor Tsybulenko (União Soviética) | Elvira Ozolina (União Soviética) |
Tóquio 1964 | Pauli Nevala (Finlândia) | Mihaela Penes (Romênia) |
Cidade do México 1968 | Janis Lusis (União Soviética) | Angéla Németh (Hungria) |
Munique 1972 | Klaus Wolfermann (Alemanha Ocidental) | Ruth Fuchs (Alemanha Oriental) |
Monstreal 1976 | Miklós Németh (Hungria) | Ruth Fuchs (Alemanha Oriental) |
Moscou 1980 | Dainis Kula (União Soviética) | María Caridad Colón (Cuba) |
Los Angeles 1984 | Arto Kärkönen (Finlândia) | Tessa Sanderson (Grã-Bretanha) |
Seul 1988 | Tapio Korjus (Finlândia) | Petra Felke (Alemanha Ocidental) |
Barcelona 1992 | Jan Zelezný (Checoslováquia) | Silke Renk (Alemanha) |
Atlanta 1996 | Jan Zelezný (Checoslováquia) | Heli Rantanen (Finlândia) |
Sydney 2000 | Jan Zeleznú (Checoslováquia) | Trine Hattestad (Noruega) |
Atenas 2004 | Andreas Thorkildsen (Noruega) | Osleidys Menéndez (Cuba) |
Pequim 2008 | Andreas Thorkildsen (Noruega) | Barbora Spotáková (República Tcheca) |
Londres 2012 | Keshorn Walcott (Trinidad e Tobago) | Barbora Spotáková (República Tcheca) |
Rio 2016 | Thomas Röhler (Alemanha) | Sara Kolak (Croácia) |
Tóquio 2020 | Neeraj Chopra (Índia) | Liu Shiying (China) |
Paris 2024 | Arshad Nadeem (Paquistão) | Haruka Kitaguchi (Japão) |
Brasil nas provas de lançamento
O Brasil não tem tradição em nenhuma das três provas de lançamento. Mesmo assim, já contou com algumas participações. A primeira participação foi em Paris 1924, com representantes nas três disputas.
No lançamento de disco, José Galimberti e Octávio Zani terminaram em 20º e 23º, respectivamente. Octávio também participou do lançamento de martelo, ficando em 14º lugar. No lançamento de dardo, o representando foi Willy Seewald, conquistando a 9ª posição.
Em Los Angeles 1932, Bento Barros, Carmine Giorgi e Antônio foram inscritos em lançamento de disco, mas não disputaram a prova. Carmine, no entanto, disputou lançamento de martelo, ficando em 13º lugar. Heitor Medina terminou na 11ª posição do lançamento de dardo.
No próximo Jogos Olímpicos, em Berlin 1936, Assis Naban disputou a prova, mas não avançou para a final. Ele foi o único brasileiro em lançamentos nas Olimpíadas daquele ano.
Por anos, o Brasil ficou sem disputar as provas no masculino. O retorno aconteceu em Londres 2012, com Ronald Julião, que ficou em último na prova de lançamento de disco. Desde então, não houve mais brasileiros na modalidade.
Em Rio 2016, Júlio César de Oliveira ficou em 16º lugar na disputa do lançamento de dardo, sem passar para final. Enquanto Wagner Domingos jogou a decisão de lançamento de martelo, mas ficando em último, na 12ª posição. Os dois foram os últimos representantes.
Mulheres brasileiras nos lançamentos
O Brasil nunca mandou representantes para a modalidade de lançamento de martelo, mas brasileiras já disputaram as outras.
A primeira foi Sueli dos Santos, em Sydney 2000. A atleta terminou em 23º lugar, sem avançar para a final de lançamento de dardo.
Em Atenas 2004, Elisângela Adriano disputou na modalidade de lançamento de disco, ficando com a 26ª colocação, também sem chegar na decisão. Mas voltou em Pequim 2008, melhorando sua posição ao terminar em 19º lugar. No mesmo ano, Alessandra Resende foi a 27º no lançamento de dardo.
Para Londres 2012, Laila Ferrer e Silva representou o Brasil no lançamento de dardo, enquanto Andressa de Morais foi para lançamento de disco. A primeira ficou apenas na 21ª posição, com a segunda em 16º lugar.
No Rio de Janeiro, em 2016, Andressa voltou para as Olimpíadas, com Fernanda Martins na mesma disputa. As brasileiras terminaram em 21º e 31º lugar, respectivamente, no lançamento de disco.
Em Tóquio 2020, ambas voltaram para a prova, acompanhadas de Izabela da Silva. Fernanda foi a 24ª colocada, Andressa a 20ª e Izabela a 11ª, sendo a única a disputar a final. No lançamento de dardo, Laila terminou em 18º lugar, com Jucilene de Lima conquistando a 15ª posição.
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