O taekwondo, uma arte marcial coreana, é conhecido por seus chutes rápidos e técnicas acrobáticas, mas vai além disso ao incorporar princípios filosóficos que promovem o respeito, a disciplina e a autoconfiança.
Essas características fazem do taekwondo não apenas uma modalidade de combate, mas também uma prática que fortalece o caráter de seus praticantes.
Desde sua inclusão como esporte olímpico nos Jogos de Sydney em 2000, o taekwondo tem crescido em popularidade e importância.
Para quem deseja mergulhar no universo do taekwondo, conhecer seus medalhistas e explorar a trajetória dessa modalidade é essencial. Acompanhe mais detalhes e descubra por que o taekwondo se tornou um símbolo de força e disciplina no esporte.
História do Taekwondo
O taekwondo, ao longo dos anos, produziu atletas de destaque que conquistaram medalhas e elevaram o esporte a novos patamares. Vale a pena conhecer sua história e a profunda filosofia por trás dessa arte marcial.
O esporte, uma arte marcial tradicional originária da Coreia do Sul, foi desenvolvido para o treinamento de guerreiros, combinando disciplina e habilidade em uma prática que exige tanto força física quanto mental.
A era moderna do taekwondo teve início após a Segunda Guerra Mundial. Entre 1909 e 1945, sob a ocupação japonesa, as artes marciais coreanas foram proibidas, o que levou à interrupção de sua prática no país.
O nome “taekwondo” foi adotado na década de 1950, quando o general Choi Hong-hi começou a disseminar a arte marcial, que até então era restrita aos militares, para toda a população sul-coreana.
Alguns historiadores argumentam que as técnicas do taekwondo foram influenciadas pelo karatê, que também era praticado na Coreia durante a ocupação japonesa. Essa influência, no entanto, foi adaptada e incorporada às tradições coreanas.
Em 1964, a Coreia do Sul realizou o primeiro campeonato nacional de taekwondo. Poucos anos depois, o taekwondo começou a se espalhar internacionalmente, chegando ao Brasil, onde rapidamente conquistou adeptos.
Taekwondo paralímpico
O taekwondo paralímpico é uma modalidade relativamente nova no cenário esportivo internacional, tendo sido desenvolvido em 2005 e crescendo de forma constante desde então.
Em 2009, na cidade de Baku, no Azerbaijão, ocorreu a primeira edição do Campeonato Mundial de Taekwondo, marcando o início da consolidação da modalidade.
Foi apenas nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 que o taekwondo fez sua estreia no programa paralímpico, tornando-se o segundo esporte de contato a integrar o evento, 33 anos após a inclusão do judô.
A principal diferença entre o taekwondo paralímpico e o convencional está nas regras de pontuação e penalidades.
No taekwondo paralímpico, chutes na cabeça são proibidos, e sua execução resulta em punições severas, que podem até levar à desclassificação do atleta.
Além disso, os combates ocorrem em uma área de 8m x 8m, a mesma utilizada nas competições convencionais, mas com adaptações específicas para os atletas paralímpicos.
O taekwondo paralímpico é regulamentado internacionalmente pela Federação Mundial de Taekwondo (WTF) e, no Brasil, pela Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD).
Taekwondo nas Paraolímpiadas
Nas Paralimpíadas de Paris 2024, a modalidade contará com a classe K44, que inclui atletas com amputação unilateral ou bilateral dos membros superiores, dismelia, monoplegia, hemiplegia leve e outras condições semelhantes.
Além das classes esportivas, os competidores no taekwondo paralímpico também são separados por categorias de peso, tanto no masculino quanto no feminino.
No feminino, as categorias variam de até 47kg a mais de 65kg, enquanto no masculino, vão de até 58kg a mais de 80kg.
A estreia do taekwondo paralímpico nos Jogos de Tóquio 2020 foi um marco significativo para a modalidade, e a expectativa é ainda maior para Paris 2024, onde o esporte estará presente pela segunda vez em uma edição das Paralimpíadas.
Em Tóquio 2020, o Brasil foi representado por Nathan Torquato, que conquistou a medalha de ouro em sua disputa, trazendo orgulho para o país e consolidando o taekwondo paralímpico como uma das modalidades emergentes no cenário esportivo brasileiro.
História do Taekwondo no Brasil
O taekwondo chegou ao Brasil na década de 1970, trazido por mestres sul-coreanos que se estabeleceram no país e contribuíram para a disseminação e popularização dessa arte marcial.
Em 1987, a Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD) foi criada, estabelecendo uma estrutura formal para o desenvolvimento do esporte no país.
A CBTKD é afiliada ao Comitê Olímpico do Brasil (COB), à União Panamericana de Taekwondo (PATU) e à Federação Mundial de Taekwondo (WT).
Com federações presentes em todos os estados e no Distrito Federal, o taekwondo se espalhou pelo Brasil. Embora o judô tenha sido a arte marcial que mais trouxe medalhas olímpicas para o Brasil, o taekwondo também se destacou como uma fonte de pódios.
O taekwondo foi inicialmente incluído como esporte de exibição nas Olimpíadas de Seul 1988 e Barcelona 1992. Após ser excluído dos Jogos de Atlanta 1996, a modalidade foi incorporada ao programa olímpico oficial nos Jogos de Sydney 2000.
O Brasil também tem seus ícones no taekwondo olímpico. Natália Falavigna fez história ao conquistar a primeira medalha olímpica do país na modalidade, com um bronze nos Jogos de Pequim 2008, na categoria peso médio.
Em seguida, nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, Maicon Siqueira alcançou a medalha de bronze na categoria peso pesado, tornando-se o primeiro homem brasileiro a subir ao pódio no taekwondo.
Regras do Taekwondo
O taekwondo é uma arte marcial coreana que se tornou também uma modalidade esportiva, onde o objetivo principal é somar mais pontos que o adversário ao longo da luta.
A pontuação é obtida por meio de golpes aplicados no tronco e na cabeça, utilizando chutes e socos específicos, conforme as regras estabelecidas.
Os pontos no taekwondo são distribuídos de acordo com a área atingida e a técnica utilizada:
- Um soco no protetor de tórax do adversário vale 1 ponto;
- Um chute no mesmo local confere 2 pontos;
- Os chutes diretos na cabeça valem 3 pontos, e se forem giratórios, somam 5 pontos;
- Já os chutes giratórios no tórax garantem 4 pontos.
Cada combate de taekwondo é composto por três rounds, com duração de dois minutos cada, e um intervalo de um minuto entre eles. Quatro árbitros são responsáveis por analisar e pontuar a luta, assegurando que as regras sejam seguidas rigorosamente.
A vitória pode ser conquistada de diferentes maneiras:
- Somando mais pontos ao final dos três rounds;
- Alcançando uma diferença de 20 pontos ao final do segundo round;
- Nocauteando o adversário;
- Desclassificação do oponente.
Caso os três rounds terminem em empate, um quarto round de desempate, com duração de um minuto, é realizado.
O primeiro lutador a somar dois pontos neste round é declarado vencedor. Se o empate persistir, a decisão final fica a cargo dos árbitros, que escolhem o vencedor com base em critérios técnicos e de desempenho.
Regras do taekwondo paralímpico
O taekwondo paralímpico adota um sistema de pontuação específico, onde os atletas acumulam pontos ao atingir o tronco do adversário.
Um chute convencional concede dois pontos, enquanto um chute circular vale três pontos, e um chute giratório, quatro pontos.
Penalidades, conhecidas como gam-jeom, são aplicadas para infrações como chutes na cabeça, agarrar, empurrar, chutar abaixo da cintura ou sair da área de combate, resultando em pontos para o oponente.
As lutas de taekwondo paralímpico podem ser vencidas de várias maneiras: acumulando uma vantagem de 30 pontos, forçando o adversário a receber 10 penalidades ou simplesmente tendo mais pontos ao final do tempo regulamentar.
Em caso de empate, os atletas disputam um “round de ouro”, onde o primeiro a marcar dois pontos é declarado vencedor. Se o empate persistir, a decisão fica a cargo dos juízes.
Tecnologia usada para marcar pontos na modalidade
No taekwondo, a tecnologia desempenha um papel crucial na precisão da pontuação. Para ajudar os árbitros a identificar quando um lutador atinge seu oponente, são utilizados sensores avançados nos uniformes dos atletas.
Uma inovação foi introduzida nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Além dos sensores já presentes nos coletes para marcar os pontos, os capacetes dos atletas passaram a contar com essa tecnologia.
Para que os sensores funcionem corretamente, ímãs são incorporados nas meias dos atletas. Quando essas meias entram em contato com o capacete ou o colete, os sensores de impacto são ativados.
Essa informação é então transmitida via Wi-Fi para os computadores, permitindo que a pontuação seja imediatamente exibida nos monitores e placares.
A sensibilidade dos sensores varia de acordo com o peso das categorias. Atletas mais pesados, que naturalmente têm golpes mais fortes, utilizam sensores menos sensíveis, ajustando a tecnologia para refletir com precisão o impacto real dos golpes.
É importante notar que, apesar de toda essa tecnologia, os sensores são limitados às meias dos atletas. As luvas utilizadas no taekwondo não possuem sensores, o que significa que a pontuação dos socos ainda depende da avaliação dos árbitros.
Categorias
As categorias dos atletas do taekwondo em Jogos Olímpicos são divididas de acordo com o peso:
- Peso mosca: até 58 kg no masculino e 49 kg no feminino;
- Peso leve: de 58 até 68 kg no masculino e de 49 kg a 57 kg no feminino;
- Peso médio: 68 kg a 80 kg no masculino e de 57 kg a 67 kg no feminino;
- Peso pesado: acima de 80 kg no masculino e acima de 67 kg no feminino.
Equipamentos e proteção
Os atletas devem usar proteções que evitem ferimentos em função dos golpes. Elas ficam sobre a roupa usada na arte marcial, que se chama Dobok.
Os equipamentos de proteção são usados para proteger a cabeça, o tórax, a região genital e as pernas. Também deve ser usado protetor bucal.
Os atletas entram para combate com proteções de tórax e cabeça em cores diferentes: azul e vermelho.
O lutador que usa as proteções azuis recebe o nome de Tchong. Já aquele que usa vermelho é o Hong.
Graus e faixas do Taekwondo
Como em quase todas as artes marciais, a modalidade olímpica tem graus que mudam de acordo com a evolução técnica do atleta.
Esses graus correspondem a geups e dans. Cada geup corresponde a uma faixa colorida que é amarrada na cintura.
As faixas têm os seguintes significados:
- Branca: significa inocência. É usada pelo atleta que não possui conhecimento anterior sobre o Taekwondo.
- Amarela: significa a Terra da qual uma planta brota e começa a germinar, enquanto o alicerce do Taekwondo está sendo construído.
- Amarela-Verde
- Verde: significa o crescimento da planta, enquanto as habilidades da arte marcial estão se desenvolvendo.
- Verde-Azul
- Azul: significa o Céu, através do qual a planta cresce até se tornar uma árvore frondosa, enquanto o treinamento de Taekwondo progride.
- Azul-Vermelha
- Vermelha: significa perigo, advertindo o lutador para exercitar o controle e alertando o adversário para ficar longe.
- Vermelha-Preta
- Preta: ao contrário da branca, significa maturidade e habilidade no esporte. Também indica a imunidade à obscuridade e ao medo.
Ver essa foto no Instagram
Os melhores lutadores da modalidade se enfrentam a cada quatro anos nas Olimpíadas. Com medalhas conquistadas tanto na modalidade feminina quanto no masculino, fica a expectativa de que mais brasileiros possam ser vitoriosos em Paris 2024.
Agora que você sabe tudo sobre a arte marcial, aproveite para conhecer todos os detalhes de outras artes marciais:
- Tudo sobre Judô: história, regras, categorias e graduações
- Quem é o melhor lutador de boxe em todos os tempos? O Top 20!
- Tudo sobre Karatê: história, regras, golpes e equipamentos
- Regras do Muay Thai: tudo o que você precisa aprender
- Tudo sobre MMA e UFC: história, regras e grandes lutadores
Repórter do Esportelândia. Jornalista pela Belas Artes. Responsável pela popularização da mídia do fisiculturismo de forma jornalística. Acadêmico de nutrição e criador da página Notícias Sobre Fisiculturismo. Está no Esportelândia desde 2021.