Nocautes impressionantes, golpes distintos e lutadores tecnicamente habilidosos com estilos inovadores refletem a significativa influência do karatê no MMA.

Atualmente, essa arte marcial japonesa contribui não apenas para o desempenho esportivo e competitivo, mas também para o aspecto comercial, gerando competidores de destaque para as lutas no octógono.

Entretanto, o karatê nem sempre recebeu a devida valorização no mundo das artes marciais mistas. Foi a intervenção de um dos grandes lutadores brasileiros do UFC que mudou essa realidade.

Neste texto, você poderá explorar a fascinante trajetória do karatê no MMA e sua influência em um dos principais esportes do planeta.

O karatê e o início do MMA no UFC

Apesar de sua popularidade na época do surgimento do UFC, o karatê levou tempo para ganhar espaço no MMA, sendo inicialmente visto como inadequado para combates intensos.

Embora a arte marcial japonesa evitasse o contato próximo, na prática, os caratecas da primeira edição do UFC enfrentavam dificuldades, muitas vezes caindo na lona.

Essa percepção começou a mudar quase duas décadas depois, quando uma série de nocautes impactantes transformou a imagem do karatê nas artes marciais mistas.

Tito Ortiz e Chuck Liddell
Chuck Liddell foi um dos primeiros a usar elementos do karatê no UFC (Reprodução/UFC)

Lyoto Machida e a revolução do “Dragão”

No UFC 98, em maio de 2009, Lyoto Machida iniciou uma revolução no MMA ao nocautear o então campeão Rashad Evans, conquistando o primeiro cinturão do UFC por um lutador com formação em karatê.

Seu contragolpe rápido e preciso fez com que o mundo do MMA reconsiderasse a importância da arte marcial japonesa. As defesas subsequentes do título, incluindo lutas contra Maurício Shogun e nocautes impressionantes em Randy Couture, Vítor Belfort e Mark Muñoz, consolidaram o karatê como uma força significativa no esporte.

A influência do karatê no MMA

Para ter sucesso no MMA, Lyoto Machida precisou adaptar seu karatê, que era uma interpretação familiar do estilo Shotokan. Ele percebeu que a verdadeira utilidade da arte marcial japonesa está em orientar e “armar” o combate à distância.

Um exemplo claro disso é o chute que ele aplicou em Vítor Belfort, que envolveu diversos conceitos do karatê: controle de espaços, timing do golpe, finta para abrir ângulos e outras técnicas que enriquecem o repertório de habilidades necessárias para um lutador se destacar nas competições.

A precisão técnica do golpe é um aspecto crucial no karatê. O ensino dessa arte marcial enfatiza a correção dos gestos, aprimorando o posicionamento corporal, o que é fundamental em um cenário de alta preparação e competição, como os torneios de MMA.

Além disso, os caratecas são treinados para ler seus oponentes, permitindo prever golpes e estratégias com rapidez. Essa habilidade é extremamente valiosa, pois aumenta o tempo de resposta do lutador e ajuda a economizar energia, fatores essenciais para o sucesso em combates intensos e de curta duração, como os do UFC.

Os prós e contras do karatê no MMA

Embora o karatê favoreça um estilo de luta de maior distanciamento, não é a única arte marcial a fazê-lo. Lutadores como Anderson Silva, que tem pouca experiência em karatê, demonstram essa habilidade.

Para que o estilo tenha impacto em níveis elevados, como no UFC, é necessário um longo tempo de treinamento e aptidão física.

Exemplos como Michelle Waterson e Georges St-Pierre, que praticam karatê desde a infância, e Stephen Thompson, que possui grande envergadura e agilidade, mostram como essa arte marcial contribui para a formação de lutadores.

Eles reforçam a importância do karatê no desenvolvimento de disciplina, concentração e confiança, formando uma combinação única de habilidades técnicas e psicológicas no MMA.

Foto de Michelle Waterson durante luta do UFC
A lutadora Michelle Waterson é conhecida como “Karate Hottie”, a “Gatinha do Karatê”(Josh Hedges/Zuffa LLC)

A “moda” do karatê no MMA

Essa combinação de fatores levou à proliferação do karatê entre os lutadores profissionais de MMA, ultrapassando os praticantes tradicionais como Lyoto Machida, Georges St-Pierre, Stephen Thompson e Michelle Waterson.

O treinador de Jon Jones e Holly Holm, por exemplo, possui uma base sólida em kata. Até mesmo a tradicional escola de lutadores do Daguestão, que formou Khabib Nurmagomedov, incorpora técnicas da arte marcial japonesa em seu treinamento.

Assim, o karatê se mostra uma arte marcial valiosa para o MMA. Sua evolução em ligas como UFC e Bellator foi natural, e sua influência tende a se expandir no conjunto de técnicas utilizadas no esporte.

 

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Lutadores de MMA com formação de karatê

  • Lyoto Machida
  • Georges St. Pierre
  • Stephen Thompson
  • Michelle Waterson
  • Kyoji Horiguchi
  • Justin Scoogins
  • Uria Hall
  • Robert Whittaker

Lutadores de MMA com influência do karatê

  • Jon Jones
  • Holly Holm
  • Khabib Nurmagomedov
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